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Análise do filme A Excêntrica família de Antônia

Por:   •  29/9/2015  •  Resenha  •  735 Palavras (3 Páginas)  •  6.502 Visualizações

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Disciplina: Ética Profissional

Professora: Célia Birchler

Aluna: Fabiana Oliveira dos Santos

Filme: A Excêntrica família de Antônia

O filme conta a história de Antônia, uma mulher diferente das demais de sua época, pós Segunda Guerra Mundial. Forte e determinada, retorna ao vilarejo europeu para enterrar sua mãe vinte anos depois de ter ido embora. Viúva e com uma filha então adolescente, muda-se para a fazenda onde cresceu. No entanto, não é bem recebida nesse retorno. As pessoas do local eram parcos de pensamento, moralistas, bitolados e mesquinhos. Antônia, todavia, tem princípios diferentes das pessoas que ali viviam. Com certeza o fato de ter vivido tantos anos em uma cidade grande influenciou sua mente já tendente à diversidade. Propensão essa inexistente nas demais pessoas que ali residiam. Fechados em seu pequeno círculo social, a conduta moral proliferada, como de praxe, pela sociedade patriarcal, permeada de preconceitos, se escandalizavam com as atitudes daquela mulher forte e autônoma. Os habitantes daquele povoado eram movidos pela moral, mas, não tinham atitudes éticas. Cada um atuava buscando seus próprios interesses.

Em um período histórico em que a sociedade vivia sob o baluarte da religião cristã, sob a égide da igreja católica, a pequena comunidade se firmava em seus conceitos e preconceitos. Todavia, as regras morais que ditavam a conduta das pessoas variavam conforme seus interesses particulares. A religião pautava o comportamento das pessoas que, convictas de sua visão de mundo, se fechavam para outras possibilidades além da sua crença. Por causa dessa defesa ferrenha de sua doutrina religiosa, duas pessoas muito próximas fisicamente, viveram a vida toda como se um abismo estivesse entre eles. A religião foi um muro intransponível que nem o sentimento que nutriam um pelo outro suplantou. Fechados em suas convicções, limitados por preconceitos, não se deram a oportunidade de conhecer as diferenças, de se aceitarem na diversidade de pensamento e fé. A parede que os separava não era de concreto. Se fosse, facilmente atravessariam pela porta. Na mente cauterizada pelos conceitos e preconceitos dos dogmas que seguiam, entretanto, não havia sequer janelas. A única coisa que conseguiu romper essa barreira foi justamente o rompimento das possibilidades, o fim incontestável de qualquer perspectiva de avanço: a morte. Na impossibilidade de continuar procrastinando uma aproximação, o homem protestante que, a vida inteira apenas via as barreiras religiosas que o separava da mulher católica que morava no andar acima do seu, uniu-se, na morte, ao seu objeto de afeto.

Outra situação mostrada no filme foi a aparente indiferença da comunidade pelo sofrimento impingido à Didi, filha de um considerado fazendeiro local. Por se tratar de uma pessoa importante para aquela sociedade, os demais que presenciavam os abusos cometidos pelo pai e pelos irmãos à moça não esboçavam reação em favor da mesma. Havia uma anuência em relação ao tratamento despótico dos homens daquela família às mulheres, tanto mãe quanto filha. A opinião pessoal era refletida apenas no olhar.  A indignação da comunidade era um breve suspiro, pois a relação injusta de gênero daquela família não atingia de forma direta a sociedade do vilarejo. A única pessoa que expressou em atitude a indignação pela injustiça cometida contra a moça que, visivelmente, era incapaz de se defender intelectualmente, foi Daniele, filha de Antônia. A influência do desprendimento e da complacência de Antônia era latente em sua filha. Ambas viviam situadas em respeito à vida acima das segregações preconceituosas.

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