As Bandeiras Verdes

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

ALUNAS: JÉSSICA KELLY, JULIENE WEBA, LARISSA BARROS, SUENE RODRIGUES

BANDEIRAS VERDES

        O filme “Bandeiras verdes”, produzido em 1987, de Murilo Santos relata como uma família campesina se estabeleceu na chamada pré-amazônia, chamada por eles de bandeiras verdes que fica no oeste do Maranhão, cujas terras não tinham donos e eram férteis. Com a expectativa de conseguir uma melhora em suas vidas e sair das terras onde a família “Bala”, de Seu Domigos (“acentuante”) e Dona Rosa, viviam “de favor” em um grande latifundiário em Vargem Grande. Eles se deslocaram para essas terras inexploradas, correndo vários riscos até haver um estabelecimento estável e na medida confortável.

        O filme mostra passo a passo o estabelecimento da família, com suas dificuldades e inseguranças, em seguida, com o estabelecimento do “centro”, foi estimulado por esta família que outras pessoas na mesma situação que a deles migrasse e fizessem o mesmo que eles, como uma forma de resistência. Muitos destes centros acabaram por se tornar cidades como a de Santa Luzia.

        A família resistia assim a maneira de como eram explorados, tendo em vista praticar sua agricultura familiar ou de subsistência, escapando da dominação dos grandes latifundiários, grileiros e a própria seca, grande vilã dos roçados que já sofriam devido aos animais(bois, vacas) que pisoteavam e estragavam o pouco que produziam, mostrando-se também a pecuária que vinha crescendo na região.

        Outro ponto a se ressaltar é o processo de valorização das terras em que a família “Bala” se estabeleceu. Isto ocorre devido o Projeto Grande  Carajás que trouxe consigo o maior envolvimento do Estado na região. Com a implantação deste projeto houve uma valorização das terras em suas proximidades e intensificou-se a grilagem e começam a aparecer possíveis donos de terras das quais, não eram e assim criando um clima de insegurança aos moradores dessa terra, pois andavam armados, para o caso de algum atentado.         

Um aspecto que chama atenção no documentário é que, além do fato da família do Seu Domingos e da Dona Rosa ter sido expulsa os mesmos passam por vários riscos durante o percurso para buscar melhores condições de vida. Esses tipos de trabalhadores não possuíam nenhum suporte durante este processo de adaptação, onde os mesmos se encontravam desamparados, tendo como atividades fundamentais a caça e a quebra do babaçu, assim como a garimpagem para os homens.

A colheita também é vista como outra opção que exige maior emprego da força de trabalho e acaba gerando uma maior busca de outros camponeses, significando assim o estabelecimento de novas famílias na região. Essa convivência entre novas e antigas famílias camponesas acaba resultando em regras instituídas pelos mesmos, onde aquele que desbravou a região, o ‘’acentuante’’, tem uma maior autoridade, permitindo organizar a instalação de novos roçados nas moradias. Estas novas famílias são abrigadas em locais já desmatados, locais das primeiras roças, as chamadas ‘’capoeiras’’. Tendo como dificuldades, tanto em relação à instalação quanto a insuficiência de membros do grupo familiar dificultam o trabalho nas áreas de mata virgem, levando-os plantarem nas ‘’capoeiras’’ e a prestarem serviços nas roças de outros camponeses.