Carboidratos
Seminário: Carboidratos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: natimilanez • 17/3/2014 • Seminário • 969 Palavras (4 Páginas) • 442 Visualizações
O açúcar que as pessoas põem no café, as fibras de uma folha
de papel e o principal constituinte da carapaça de um besouro
são substâncias que pertencem ao mesmo grupo: os carboidratos.
Sabe-se, há muito tempo, que essas substâncias atuam
como reservas de energia do organismo, mas estudos recentes
revelam que elas têm outras – e importantes – funções biológicas.
Esses resultados indicam que muitos carboidratos podem ter aplicação
na medicina. Substâncias desse grupo extraídas de ouriços-do-mar,
por exemplo, apresentam propriedades que as apontam como
candidatos a substitutos da heparina, um dos compostos naturais
mais utilizados hoje como medicamentos em todo o mundo.Os carboidratos, também conhecidos como glicídios
ou açúcares, são moléculas constituintes dos
seres vivos, assim como proteínas, lipídios e ácidos
nucléicos (figura 1). A combinação das diferentes
funções bioquímicas de cada uma dessas moléculas
permite a integridade da célula e de todos os
processos metabólicos, fisiológicos e genéticos dos
organismos vivos. Antigamente, acreditava-se que
os carboidratos estavam envolvidos apenas com
funções estruturais e energéticas. Isso decorria da
dificuldade técnica no estudo químico e biológico
desses compostos.
A partir da década de 1970, o surgimento de
técnicas avançadas de cromatografia, eletroforese
e espectrometria permitiu ampliar a compreensão
das funções dos carboidratos. Hoje existe um novo
ramo da ciência – a glicobiologia – voltado apenas
para o estudo desses compostos. Sabe-se agora que
eles participam da sinalização entre células e da
interação entre outras moléculas, ações biológicas
essenciais para a vida. Além disso, sua estrutura
química se revelou mais variável e diversificada
que a das proteínas e dos ácidos nucléicos.
Os primórdios do estudo de carboidratos estão
ligados ao seu uso como agentes adoçantes (mel)
ou no preparo do vinho a partir da uva. Nos escritos
dos alquimistas mouros, no século 12, há referências
ao açúcar da uva, conhecido hoje como
glicose. Os relatos iniciais sobre açúcares na história
vêm dos árabes e persas. Na Europa, o primeiro
agente adoçante foi sem dúvida o mel, cuja composição
inclui frutose, glicose, água, vitaminas e
muitas outras substâncias.
Há indícios de que Alexandre, o Grande – o
imperador Alexandre III da Macedônia (356-323
a.C.) – introduziu na Europa o açúcar obtido da
cana-de-açúcar, conhecido hoje como sacarose (e o
primeiro açúcar a ser cristalizado). A dificuldade
do cultivo da cana-de-açúcar no clima europeu levou
ao uso, como alternativa, do açúcar obtido da
beterraba (glicose), cristalizado em 1747 pelo farmacêutico
alemão Andreas Marggraf (1709-1782).
A história dos carboidratos está associada a seu
efeito adoçante, mas hoje sabemos que a maioria
desses compostos não apresenta essa propriedade.
A análise da glicose revelou sua fórmula química
básica – CH2O, que apresenta a proporção de
um átomo de carbono para uma molécula de água.
Daí vem o nome carboidrato (ou hidrato de carbono).
Tal proporção mantém-se em todos os compostos
desse grupo. Os mais simples, chamados de
monossacarídeos, podem ter de três a sete átomos
de carbono, e os mais conhecidos – glicose, frutose
e galactose – têm seis. A fórmula desses três açúcares
é a mesma, C6H12O6, mas eles diferem no
arranjo dos átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio
em suas moléculas.
Os monossacarídeos, principalmente as hexoses,
podem se unir em cadeia, formando desde dissacarídeos
(com duas unidades, como a sacarose,
que une uma frutose e uma glicose) até polissacarídeos
(com grande número de unidades, como o
amido, que tem cerca de 1.400 moléculas de glicose,
e a celulose, formada por entre 10 mil e 15
mil moléculas de glicose). Embora muitos polissacarídeos
sejam formados pela mesma unidade(glicose, no caso do amido e da celulose), as diferenças
em suas estruturas, como presença ou não
de ramificações e variedade nas ligações entre as
unidades,
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