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Corrente Fenomenológica no Serviço Social

Por:   •  23/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.555 Palavras (11 Páginas)  •  493 Visualizações

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Corrente Positivista no Serviço Social

http://www.coracoralina.ueg.br/visao_academica/revista/2012_maio/fazer_profissional.pdf

Nesse contexto, torno se necessário uma teoria e metodologia que mais se aproximasse da realidade e que desse a profissão uma valoração técnica. Assim o Serviço Social busca no Positivismo elementos para analise da realidade social. Porém essa corrente de pensamento trata especificamente das ações imediatas do indivíduo, trabalhando simplesmente com a aparência e não com a totalidade que cerca o ser social, não apontando também para as mudanças sociais no sentido de questioná-las, mas sim de conservá-las, estabelecer a coesão social, cunho conservador burguês. Essa “perspectiva restringe a visão de teoria ao âmbito verificável [...]. Não aponta para as mudanças, senão dentro da ordem estabelecida, voltando-se para ajustes e conservação” (YASBECK, 2009, p.6). De tal modo, o método positivista não levava em consideração a processualidade histórica a qual estamos inseridos, sendo contemplativo. No entanto é na matriz positivista, principalmente no que diz respeito à orientação funcionalista que o Serviço Social se apropriará de modo a fazer uso deste em sua atuação técnico-operativa.

De acordo com Netto (2009), novos questionamentos assolam a metodologia do Serviço Social, e esse através da maior instrumentalização e engajamento político devido sua inserção no âmbito universitário passa a se aproximar da tradição marxista que contesta o modo de produção capitalista e aponta para um novo projeto societário. Então é na Teoria Revolucionária de Marx que o Serviço Social encontra arcabouço teórico crítico para sua prática interventiva, como é legitimado no Projeto Ético Político da Profissão. Agora,não mais modernos agentes da justiça e da caridade, mas sim atores sociais de mudança.

 

. Perspectiva positivista e conservadorismo Quiroga (1991) resgata a derrubada da velha ordem feudal enquanto cenário sócio-histórico em que foram tomando corpo as ideias da filosofia positivista, que vieram a searticular como Positivismo e que tiveram repercussão no âmbito das ciências sociais. A burguesia começava a se constituir como classe e aspirava ao poder político correspondente a sua força econômica e seu significado cultural. Assim, ela se tornou o elemento revolucionário cuja aspiração era o fim da velha ordem, e apresentou um caráter de utopia na medida em que representava a possibilidade de ruptura com o regime anterior, apontando para a construção de uma nova ordem contrária ao Estado despótico e ao domínio da Igreja, em todas as esferas da vida humana.

Posteriormente, na medida em que a burguesia se tornou parte integrante das

classes dominantes, transformou-se numa ideologia, garantindo a permanência e reprodução da nova ordem estabelecida. Com isto, “o positivismo como conjunto estruturado

de doutrinas no âmbito das ciências sociais serve de suporte à nova ordem social – a

sociedade científico-industrial – rejeitando qualquer manifestação negativa contra ela”

(Quiroga, 1991, p. 48). Segundo os precursores do positivismo, a palavra “positivo” precisa

ser entendida enquanto oposição às críticas destrutivas, subversivas e revolucionárias.

Löwy apresenta uma crítica consistente a partir do exame do surgimento do

positivismo, “em fins do século XVIII – princípio do século XIX, como uma utopia crítico-

revolucionária da burguesia antiabsolutista, para tornar-se, no decorrer do século XIX, até os

nossos dias, uma ideologia conservadora identificada com a ordem (industrial/burguesa)

estabelecida” (Löwy, 1987, p. 18). Foi Augusto Comte, considerado fundador do positivismo,

que inaugurou a transmutação da visão de mundo positivista em ideologia enquanto sistema

conceitual e axiológico que tende à defesa da ordem estabelecida, “uma ordem industrial,

contendo o progresso”, o desenvolvimento da indústria e das ciências. Conforme explicita

Löwy, essa “mudança de cor” do positivismo lembra o que Marx assinalava a propósito da

passagem da economia política: de economia “clássica” à economia “vulgar”, sobretudo

depois de 1830, com a ascensão da burguesia ao poder nos principais países europeus.

Quiroga (1991) destaca que o desenvolvimento do positivismo é produto de toda

uma trajetória da história e constitui uma resposta à exigência de forças sociais que

emergem e se desenvolvem no decorrer do século XIX. O positivismo recebeu influências

das principais tendências intelectuais e filosóficas que transitaram pelo século XVIII: o

Iluminismo, o Enciclopedismo e o Empirismo inglês. Das duas primeiras tendências,

resgatou a empolgação advinda do auge das ciências da natureza; a crença nas

possibilidades do conhecimento científico como forma de domínio da natureza e de

progresso; a oposição à autoridade excessiva da Igreja; e a importância da sensação como

elemento da apreensão de conhecimento em face da especulação racional. Através do

empirismo inglês, reforçou a concepção de que a ciência deve basear-se na experiência, na

observação dos fatos e não em especulações; a não-diferenciação entre a lógica das

ciências naturais e matemáticas e a lógica das ciências humanas.

Löwy (1987) sintetiza as premissas que fundamentam o positivismo no domínio das

ciências sociais: a sociedade é regida por leis naturais; pode ser estudada pelos mesmos

métodos e processos empregados pelas ciências da natureza; as ciências da sociedade

devem (assim como as da natureza) limitar-se à observação e à explicação causal dos

fenômenos, de forma objetiva e neutra, livre de julgamentos de valor ou ideologias,

descartando previamente todas as pré-noções. O autor chama a atenção para o fato de que

o “axioma da neutralidade valorativa das ciências sociais” leva o positivismo a ignorar o

condicionamento histórico-social do conhecimento e, inclusive, a própria ciência social nele

aparece soberanamente livre de vínculos sociais. Assim, “uma sociologia do conhecimento

(científico), uma análise da relação entre o saber e as classes sociais são contraditórias com

o quadro metodológico fundamental do positivismo” (Löwy, 1987, p. 18).

Cabe destacar que a ênfase dada ao estudo das leis invariáveis dos fenômenos, ao

equiparar o estudo da sociedade ao estudo da natureza, que leva a primeira a buscar leis

sociais análogas às leis da física, proporciona uma interpretação estática desta ciência e

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