Fisioterapia Respiratoria
Casos: Fisioterapia Respiratoria. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: hymary • 30/9/2013 • 1.701 Palavras (7 Páginas) • 265 Visualizações
A Fisioterapia Respiratória, pode definir-se como a intervenção no âmbito da Fisioterapia, que utiliza estratégias, meios e técnicas de avaliação e tratamento, não-invasivas, que têm como objectivo a optimização do transporte de oxigénio, contribuindo assim para prevenir, reverter ou minimizar disfunções a esse nível, promovendo a máxima funcionalidade e qualidade de vida dos utentes. A Intervenção do Fisioterapeuta em utentes com disfunção cárdio-respiratória ou em risco de as desenvolver, baseia-se no seu Exame, Tratamento e Avaliação dos resultados.
O fisioterapeuta atua nos diversos níveis do atendimento aos pacientes com disfunções respiratórias tais como Unidades de Terapia Intensiva (UTI), enfermarias, ambulatórios, home care e Unidades Básicas de Saúde (UBS). A fisioterapia tem várias abordagens no tratamento dos pacientes pneumopatas, dentre elas manutenção e/ou melhora da ventilação alveolar, prevenção de crises respiratórias, educação ao paciente, suporte ventilatório nos períodos de crise e/ou insuficiência respiratória e melhora da capacidade física.
Para atingir os seus objetivos o Fisioterapeuta utiliza técnicas manuais e/ou instrumentais, o exercício, o posicionamento, a educação e o aconselhamento. A intervenção do fisioterapeuta na área das condições cárdio-respiratórias envolve da parte deste, um exame adequado do utente, uma avaliação dos dados recolhidos que lhe permitam identificar, relacionar e hierarquizar os problemas que podem beneficiar com a sua intervenção (diagnóstico), um domínio ao nível do conhecimento e execução das técnicas de tratamento e necessidade de avaliar os resultados da sua intervenção ao nível da estrutura e função, da atividade e da participação social. A sua intervenção junto de utentes (adultos e crianças) com disfunção respiratória aguda, cronica ou cronica agudizada requer um nível de experiência que só pode ser atingido com uma prática continuada, um conhecimento actualizado, uma avaliação constante dos resultados e uma atitude crítica e reflexiva sobre a sua prática clínica.
Na UTI, devido ao quadro agudo do paciente, o atendimento fisioterapêutico está mais focado na melhora da eficiência ventilatória e/ou redução da sobrecarga dos músculos respiratórios, objetivando evitar a falência destes músculos e, conseqüentemente, a insuficiência respiratória. Para isto, o fisioterapeuta atua de diversas maneiras: prevenindo e/ou removendo o acúmulo de secreções nas vias aéreas, utilizando suportes ventilatórios invasivos e não-invasivos, modificando o posicionamento do paciente, avaliando constantemente a eficiência da troca gasosa e avaliando o estado hídrico, neurológico e nutricional do paciente. Neste caso, o conhecimento do fisioterapeuta está fundamentado nas diversas modalidades ventilatórias existentes e na escolha adequada de cada uma para propiciar o melhor benefício a cada paciente em decorrência da sua doença e sua condição clínica. Assim, o fisioterapeuta atua de maneira essencial no manuseio dos ventiladores mecânicos. Porém, devido aos problemas mais sistêmicos decorrentes das pneumopatias, o fisioterapeuta também deve considerar a prevenção e/ou a reversão da perda muscular ocorrida durante o período de internação e as demais condições osteomusculares decorrentes das imobilizações em curto, médio e longo prazo.
Na enfermaria, o fisioterapeuta atua desde os cuidados pré e pós-operatórios, mas também nas agudizações. No pré e pós-operatório o fisioterapeuta visa avaliar todos os fatores pré-operatórios que podem aumentar as probabilidades das complicações pós-operatórias e, quando considerar relevante, melhorar o condicionamento físico do paciente, para fazer com que ele tenha condições de superar as cirurgias de longa duração com o menor risco pós-operatório. No pós-operatório imediato o tratamento fisioterapêutico visa reduzir a dor do paciente, aumentar sua mobilidade, melhorar sua capacidade ventilatória e reduzir os riscos intrínsecos da hospitalização. No ambulatório, o tratamento fisioterapêutico está mais focado na melhora do condicionamento físico e na educação do paciente. A melhora do condicionamento físico objetiva aumentar a independência do paciente, reduzir a sintomatologia e, conseqüentemente, melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a melhora da capacidade física previne e/ou melhora as comorbidades das doenças respiratórias. Neste sentido, as pneumopatias têm sido cada vez mais consideradas, sendo doenças que ocasionam diversas comorbidades que levam o indivíduo à perda da sua capacidade física. É importante notar que, independente do local em que o tratamento fisioterapêutico faz parte da reabilitação pulmonar, pode ser definido como um serviço multiprofissional contínuo para pacientes com doenças respiratórias e suas famílias, visando melhorar o nível de independência e a função do paciente na comunidade.
Desde que os períodos de internação são aqueles nos quais os pacientes têm maior perda de massa muscular, a reabilitação vem sendo direcionada dentro da UTI para reduzir ou reverter esta perda. O fisioterapeuta compreende que a inatividade física crônica nestes pacientes faz com que eles fiquem fisicamente descondicionados, reduzindo a massa muscular, principalmente de membros inferiores, piorando suas atividades de vida diária e aumentando sua falta de ar.
Esta inatividade começa com grandes esforços (subir escadas, por exemplo) e vai piorando com o tempo, levando o paciente à inatividade total, quando o indivíduo passa a ter falta de ar ou cansaço, mesmo em situações de repouso. Até muito recentemente, compreendia-se que a intolerância ao exercício do paciente com doenças obstrutivas crônicas estava relacionada às suas alterações respiratórias tais como o aumento da resistência do fluxo respiratório e a hiperinflação pulmonar, fazendo com que ele tivesse uma incapacidade de manter níveis relativamente baixos de ventilação e, por isso, que a abordagem terapêutica da limitação física era focada na melhora das necessidades ventilatórias. Entretanto, hoje se sabe que este é um processo que se inicia junto com a doença respiratória. Para se ter uma idéia de como isto ocorre, já existem evidências de que as doenças respiratórias decorrentes do tabagismo levam à perda de massa muscular, mesmo quando o indivíduo não possui disfunção respiratória.
Apesar de não ser possível inferir que todos os pacientes com doença respiratória têm perda muscular, sabe-se que as alterações musculares nestes pacientes ocorrem devido à redução da síntese protéica, da tipologia muscular, principalmente as do tipo I (oxidativas), com aumento
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