Introdução ao Estudo do Método de Marx

        Ao abordar sobre a Introdução ao estudo de método de Marx, o autor José Paulo Netto afirma que o método é um dos principais problemas da questão social. Afirma ainda, que quando o assunto é a teoria social de Marx, o método se apresenta na forma de um nó de problemas, problemas estes que tem sua surgem a razões de natureza teórica, filosófica e ideopoliticas, tendo em vista que esta teoria esta ligada a um projeto revolucionário.

        O autor enfatiza que grande parte das polêmicas em relação ao pensamento de Marx tem seu ponto de partida tanto de motivações cientificas quanto de recusas ideológicas, já que Marx foi um autor que defendia a pesquisa da verdade a favor dos trabalhadores e da revolução socialista.

        No tópico “Interpretações equivocadas”, o autor afirma que o estudo da concepção teórico metodológica de Marx apresenta varias dificuldades. O autor fala de alguns equívocos decorrentes das interpretações que acabam por deformar, adulterar e ate falsificar esta concepção teórico-metodoloógica de Marx.

        No que diz respeito ao Marxismo, as deformações foram embasadas a partir das influencias positivistas. Isso acabou gerando uma representação simplista da obra Marxiana, que tomou forma de um saber total, associado ao materialismo histórico dialético e o materialismo histórico, resultando em uma literatura, que apresentava o método de Marx de forma resumível.

        Esta concepção reducionista é compartilhada por muitos adversários de Marx. Na atualidade, no campo dos adversários de Marx, a critica esta ligada a dois eixos. O primeiro eixo vem a ser uma provável irrelevância das dimensões culturais e simbólicas no universo teórico de Marx, e a segundo eixo esta relacionado a um protesto “determinismo” no pensamento Marxiano, ou seja, a teoria social de Marx estaria comprometida por uma teleologia evolucionista.

        No tópico “o método de Marx: uma longa elaboração teórica”, o autor fala um pouco sobre a trajetória de Marx. Fala ainda que pode-se determinar como o problema central da pesquisa de Marx a concepção, consolidação, crescimento e as condições de crise da sociedade burguesa, originaria do modo de produção capitalista.

        Com base nas palavras do autor, é possível notar que a elaboração da teoria marxiana socorreu-se de três linhas de força do pensamento moderno: a filosofia alemã, a economia politica inglesa e o socialismo francês.

        O autor afirma que para Marx, a critica do conhecimento acumulado baseia-se em trazer o exame racional, fazendo com que estes de tornem conscientes, seus fundamentos, os seus condicionamentos e os seus limites.

        Pode-se dizer que o método de Marx não é fruto de descobertas repentinas ou de meras intuições, mas fruto de uma longa investigação, pois somente depois de 15 anos de pesquisa Marx formula de forma precisa os elementos fundamentais de seu método.

        No tópico “teoria, método e pesquisa”, o autor vem abordando o significado da teoria para Marx. O autor vem dizendo que para ele, a teoria é uma forma particular de conhecimento, e ela se diferencia das demais, pois tem especificidades. Para Marx a teoria é a reprodução ideal do movimento real do objeto pelo sujeito que pesquisa, ou seja, é a partir da teoria que o sujeito reproduz a estrutura e a dinâmica do objeto da pesquisa. Afirma ainda, que para Marx, o objeto da pesquisa não depende do sujeito, do pesquisado para existir.

        Porem, o objeto de Marx é a sociedade burguesa, um esquema de relações composto pelos homens, e isso quer dizer que a relação sujeito/objeto  no processo do conhecimento teórico na é uma relação de externalidade, entretanto tal característica não descarta a objetividade do conhecimento teórico.

        Segundo o autor, para Marx, o papel do sujeito é obrigatoriamente ativo, para apreender a essência do objeto, a sua estrutura, a sua dinâmica, o sujeito deve dispor de conhecimento, critica-los, revisá-los, composto de criatividade e imaginação, e o papel do sujeito é primordial no processo de pesquisa. E durante esse processo os instrumentos e técnicas utilizados são os mais variados, e estes são os meios dos quais se vale o pesquisador para dominar a matéria.

        No tópico “as formulações teórico-metodológicas”, o autor afirma que é no segundo terço dos anos de 1840 que se encontram as formulações teórico-metodológicas de Marx, influenciado pelo materialismo de Feuerbach.

        Por causa das provocações das formulações de Engels acerca da economia política de Marx, direciona suas pesquisas para a análise da sociedade fundada no modo de produção capitalista. E a medida que Marx se afasta da critica da filosofia para a critica da economia politica, suas ideias ganham crescente elaboração. A partir de 1852 Marx se dedica ao estudo da sociedade burguesa, e ele se convence , com base nos estudos que realizou, de que “a sociedade burguesa é a organização histórica  mais desenvolvida, mais diferenciada de produção”. Ele enfatiza que o conhecimento da sua produção material não basta para explicar a riqueza das relações sociais que se objetivam no marco de uma sociedade complexa como esta. Diz ainda que a questão da riqueza material, não compreende apenas a produção, mais associa ainda a distribuição, a troca, e o consumo.