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Meio Ambiente

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Por:   •  5/11/2013  •  4.185 Palavras (17 Páginas)  •  248 Visualizações

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ALVENARIAS NÃO ESTRUTURAIS

PATOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE REABILITAÇÃO

SUMÁRIO

Aborda-se a problemática das anomalias das paredes de alvenaria não estruturais, com ênfase para a fissuração das paredes de tijolo furado. Primeiro, apresenta-se e ilustra-se a visão clássica dos agentes de degradação das paredes e depois se discute o mesmo fenômeno numa perspectiva conjuntural. Apresenta-se a estratégia tradicional de correção de anomalias não estruturais, que se concretiza e exemplifica, quer para o fenômeno da umidade em paredes, quer o fenômeno da fissuração. Para o caso da fissuração, apresentam-se estratégias específicas, desde a reabilitação ligeira até a demolição e reconstrução integral. Por fim, comentam-se e ilustram-se patologias e estratégias de reabilitação a partir de casos de obra.

1. INTRODUÇÃO

As paredes de alvenaria não têm tido, a atenção que lhes é devida, se considerarmos o papel que representam no contexto da construção quer em termos funcionais, quer em termos econômicos.

Esta sub-valorização do papel das alvenarias estende-se da atividade de projeto à atividade de construção, incluindo o sector da produção de materiais e acessórios. As experiências inovadoras ou, tão só, de maior empenho e exigência, são singulares e merecem o devido relevo e apoio, mas não chegam para mudar uma imagem pública depreciativa das alvenarias.

É importante referir que, sobretudo no domínio da investigação, quer de origem acadêmica, quer ligada à atividade indústria, se têm verificado progressos significativos nos últimos anos, que (ainda) não chegaram, no entanto, à grande massa do meio técnico.

A evolução dos materiais está, pelo seu lado, longe de corresponder às expectativas do mercado e do meio técnico e dificilmente o fará se não forem acompanhadas da criação e divulgação de sistemas coerentes de construção, compatíveis com as restantes opções de projeto e construção dos edifícios. É urgente passar da mera alteração ou melhoria dos materiais para a criação e divulgação de sistemas ou subsistemas construtivos em que eles se integrem. Veja-se, a propósito, o exemplo de outros subsistemas que já ultrapassaram essa fase: sistemas de canalização de abastecimento de água; sistemas de cobertura com telha cerâmica tradicional com a sua multiplicidade peças, coordenação dimensional, uniformização de suportes e acessórios, limites de aplicação, etc.

As paredes de alvenaria têm um papel relevante na construção nacional e têm excelentes potencialidades para satisfazer as diversas exigências funcionais que lhes correspondem.

Todavia, é evidente a insatisfação de muitos usuários no que diz respeito aos defeitos destas paredes, com repercussões na segurança, conforto e salubridade do dia a dia. É urgente a prevenção dessas patologias e, quando tal não for feito antecipadamente, corrigi-las de modo eficiente.

O texto que se segue inicia-se por uma abordagem geral, que diz respeito a todos os tipos de parede e vem posteriormente a centrar-se no domínio das alvenarias de tijolo, com particular relevo para o tijolo furado, que representa uma parcela muito significativa da construção de paredes.

2. CONSEQUÊNCIAS DA EVOLUÇÃO DAS PAREDES DE FACHADA

2.1. Evolução das paredes

As paredes de alvenaria utilizadas nas fachadas evoluíram durante o último século, primeiras de forma lenta e, posteriormente, já nas décadas de 70 a 90, com ritmo progressivamente crescente e significativo, se tivermos como referência a lentidão e inércia habituais no domínio da construção.

As grandes alterações das paredes de fachada deram se a diferentes níveis:

- Introdução de novos materiais;

- Modificação das características de materiais existentes;

- Aligeiramento global das paredes, acompanhando o aligeiramento da construção;

- Alterações tecnológicas, no que diz respeito à filosofia da concepção;

- Alterações tecnológicas, no que diz respeito às técnicas de execução;

- Introdução de materiais com funções complementares;

- Introdução de acessórios / componentes complementares;

- Introdução de novos tipos de revestimento;

- Evolução/alteração de revestimentos tradicionais (características dos materiais e técnicas de aplicação).

Estas alterações tiveram sempre subjacentes a intenção de reduzir custos (das paredes em si e das estruturas de suporte), de aumentar a produtividade e de melhorar o desempenho funcional das paredes de fachada, com particular preocupação no que diz respeito à resistência mecânica, resistência à ação da água e ao comportamento higrotérmico. O desempenho acústico, o comportamento sob ação do fogo e a durabilidade sob a ação dos diferentes agentes atmosféricos são domínios freqüentemente relegados para segundo plano. As exigências estéticas e arquitetônicas, apesar de presentes neste processo de evolução, não foram, em nossa opinião, os seus elementos catalisadores ou determinantes, não obstante o conhecimento de situações pontuais de grande impacto.

Os revestimentos, que desempenham cada vez mais um papel complementar de relevo no desempenho global das paredes, constituem um domínio muito complexo que, apesar de razoavelmente estudado, é freqüentemente alvo de uma abordagem tecnológica incipiente pelo sector da construção, quer em termos de projeto, quer em termos de execução. Neste trabalho, a referência aos revestimentos é pontual e limitada a situações em que desempenhem papel de relevo na estratégia ou técnica de reabilitação da parede.

2.2. Vantagens e desvantagens da evolução

Se a evolução não espontânea tem sempre subjacente a procura da melhoria do desempenho das paredes (no caso em discussão), não é menos verdade que essa evolução acarreta sempre algumas desvantagens ou disfunções. No entanto, desde que as vantagens sejam significativas, as desvantagens podem constituir, em geral, o incentivo para a procura de novas soluções, com outras vantagens

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