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O DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  13/7/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.695 Palavras (7 Páginas)  •  91 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CAMPUS I – CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: Ética Profissional em Serviço Social

Docente: Bárbara Figueiredo – barbaraufrj@outlook.com – (83) 9 9645-6059

Carga horária: 60 horas Semestre: 2020.1 Horário: Ter.-18h/22h Sala: 234 (remoto)

Discentes: Lidiane Ferreira de Freitas Mat. 172240174

        Jacinta da Silva Barbosa Mat.172240093

        Ranniely Andrade Rocha Mat: 172240280

AVALIAÇÃO – I UNIDADE

1.        De acordo com Barroco os fundamentos éticos são compreendidos a partir da construção histórica do ser social, fundadas ontologicamente. Na perspectiva Marxista, isso acontece a partir do trabalho, do intercâmbio com a natureza, produzindo resultados que antes não existia. Através deste processo de transformação o homem vai se tornando um ser social, com capacidade de transformar respostas em novas perguntas, tendo autoconsciência, liberdade de escolha, juízo de valor, autodeterminação, entre outros. Afastando-se assim, das barreiras naturais para ser tornar um ser cada vez mais social, um sujeito de práxis.  Assim, ele vai criando necessidades, sociabilidades, que se produzem e reproduzem em condições materiais e subjetivas.

Nesta perspectiva, os fundamentos Éticos profissionais também fazem parte desta construção histórica fundamentada ontologicamente no trabalho, um divisor de águas na vida do ser humano, que ao criar esta consciência, com diferentes necessidades, ganha este caráter de decidir, através de escolhas, baseadas no juízo de valor, sendo as bases da moral e da ética, diante desta sociabilidade criada a partir do trabalho e do seu desenvolvimento.  Segundo Barroco, marcando a sua origem e a sua trajetória histórica, em um processo de legitimação da profissão de atender as demandas desta divisão social do trabalho, característica da dinâmica capitalista, determinadas pelo conjunto de necessidades e possibilidades de demandas e respostas a esta divisão social do trabalho.

Então, a ética profissional se objetiva como ação moral, que se refere a relação entre a ação profissional e do indivíduo singular, utilizando-se do Código de Ética, em sua prática profissional, para normalizar direitos e valores. Essa objetivação é realizada a partir de atitudes conscientes e críticas, havendo uma coletividade de outros profissionais, entidades e movimentos organizados, de forma politizada, para que assim não haja uma tensão entre a moral do profissional quanto indivíduo, pois o mesmo vem de cotidianos e contextos que muitas vezes, cria um tensionamento com a ética profissional.

Assim, a Ética profissional vai se objetivando e materializando através destas ações, decorrentes da produção e reprodução do trabalho, neste processo de socialização, que vai gerando demandas para que o profissional do Serviço Social faça a intervenção, de maneira ética, e isso é possível quando à consciência ética e pertencimento a um projeto profissional dos seus ideais, projeções profissionais e societárias, que de acordo com Barroco vai dá materialidade e organicidade. Porém, a ética não é livre dos processos de alienação, principalmente considerando o projeto societário do Sistema Capitalista, que acaba criando limites nas possibilidades de escolhas, com suas ideologias e seu liberalismo, dando suporte para a alienação, através também de práticas conservadoras, que não dependem apenas da intervenção do profissional.

É importante salientar que o ethos profissional, a dimensão moral e ética da profissão, o seu modo de ser, não é estático, ele se constitui a partir da necessidade, sendo mutável. A ética profissional busca historicamente na filosofia e outras teorias sociais suportes teóricos que embasem as suas reflexões e teorização sobre a ética profissional, nesta procura de entender o homem, no atendimento destas questões morais e éticas. Não é só a capacidade que o profissional vai adquirindo em fazer escolhas éticas, que fundamentam este processode formação da profissão, mas as experiências cotidianas, adquiridas na educação formal e informal, podem também consolidar ou não esta formação ética profissional. Pois o processo histórico, as transformações societárias influenciam na maneira de ver o mundo.

2.        A trajetória ética do serviço social estava vinculada a criticidade e, ao mesmo tempo, denúncia do conservadorismo da profissão, por volta da segunda metade dos anos sessenta (Movimento de Reconceituação na América Latina) e dos anos setenta a oitenta num contexto de crise da ditadura brasileira-1964 (modernização conservadora). Diante desse contexto histórico, nasce a necessidade de implementar um novo projeto profissional projeto ético-político, no entanto, tal projeto construiu-se a partir de mediações entre a conjuntura e a profissão, mediações essas que envolvem os projetos societários que apresentam propostas amplas e inclusivas, refletindo uma imagem a ser construída da sociedade, dando atenção a meios culturais e materiais para realizar-se como tal. Contudo, os projetos societários são denominados como projetos de classe, uma vez que, envolvem relações de poder no âmbito capitalista. Além disso, tal projeto, é constituído estruturalmente por flexibilizações e cambiantes, ou seja, sofre alterações, incorporam novas demandas e, sobretudo, renova-se conforme o contexto sociopolítico e histórico. Diante disso, é nítido o desfavorecimento dos projetos societários que lutam em prol dos interesses da classe operária e subalterna, já que, devido as desigualdades do sistema fica inviável o enfrentamento para com as classes dominantes.

        Um segundo projeto enfatizado para romper com o conservadorismo foi o projeto profissional, baseado na organização dos envolvidos, (instituições, pesquisadores, estudiosos da área, órgãos sindicais...), sendo ele heterogêneo; o corpo profissional é composto por indivíduos distintos, com realidades diferenciadas; logo, o projeto é nomeado como um espaço pluralista, pois devido a essa unidade não-homogênea há a possibilidade de surgir projetos diferenciados. Dessa forma, os projetos profissionais se modificam e se renovam, através de seus objetivos, práticas, teorizações, formas interventivas, normas; sendo o pluralismo (hegemonia) um fator presente na sociedade e na profissão. Mas, mesmo a hegemonia estando presente nos dois projetos citados anteriormente, ainda há contradições entre ambos, sobretudo numa sociedade capitalista, em que o projeto societário é limitado, sendo ainda mais evidente no campo trabalhista.

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