O PAPEL DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL NA SOLIDIFICAÇÃO DOS LAÇOS FAMILIARES
Por: Priscylla Paiva • 18/1/2023 • Artigo • 2.117 Palavras (9 Páginas) • 110 Visualizações
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O PAPEL DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL NA SOLIDIFICAÇÃO DOS LAÇOS FAMILIARES
Priscylla Mª Paiva de Almeida Ferreira
Mestrado em Gerontologia Social - UALG
RESUMO
Em resumo, o estudo tem a intenção de analisar e apresentar considerações de como a solidariedade intergeracional no âmbito familiar podem influenciar na dinâmica das relações familiares, mesmo diante das mudanças estruturais que formam os novos modelos de família.
Será observado como os desdobramentos dos conflitos entre gerações podem ser minimizados, dando ênfase em entender se a solidariedade intergeracional conseguiria restaurar, manter e solidificar os laços familiares, e como tal prática impacta na vida dos idosos em diversas vertentes, ao exemplo de verificar se haveria impactos na realidade económica, alterações no seu bem-estar. A dinâmica deste estudo estará baseada em pesquisas bibliográficas, abarcando artigos e referenciais teóricos
PALAVRAS-CHAVE
Solidariedade intergeracional; relações familiares; laços familiares; bem-estar; isolamento social.
ABSTRACT
In summary, the study intends to analyze and present considerations on how intergenerational solidarity within the family can influence the dynamics of family relationships, even in the face of the structural changes that form the new family models.
It will be observed how the ramifications of conflicts between generations can be minimized, emphasizing whether intergenerational solidarity would be able to restore, maintain and solidify family ties, and how such a practice impacts the lives of the elderly in different aspects, such as checking whether there would be impacts on economic reality, changes in their well-being. The dynamics of this study will be based on bibliographic research, covering articles and theoretical references.
KEY-WORDS
Intergenerational solidarity; family relationships; family ties; welfare; social isolation.
INTRODUÇÃO
O processo de envelhecimento já não é somente uma projeção, e sim, uma realidade, de acordo com a ONU, a população mundial está a envelhecer e todos os países do mundo estão a assistir a um crescimento no número e na proporção de pessoas idosas da sua população. Contudo podemos perceber que estamos vivenciando um largo e crescente aumento da longevidade, e devemos estar atentos para o fato de que por vivermos mais, também surgem os atrasos cognitivos e consequentes incapacidades, o que em muitos casos, a consequência desse envelhecimento é tornar os idosos funcionalmente limitados e dependentes. Existem, no entanto, duas formas de oferecer suporte social aos idosos: as redes formais e as redes informais. A rede de apoio social formal consiste em hospitais, ambulatórios médicos entre outras áreas da saúde, casas geriátricas, casa de repouso, asilos, centros-dia, além dos profissionais da área da saúde. As redes de apoio informal são representadas pelos familiares, amigos e vizinhos que oferecem apoio em diferentes âmbitos da vida do idoso. A família é a primeira rede de apoio para o idoso, onde este encontra a assistência necessária para suas dificuldades e necessidades (ASSIS e AMARAL, 2010).
Apesar de haver diferentes contextos nas relações familiares, é justamente no espaço social da família que se solidificam os laços da solidariedade intergeracional
A solidariedade intergeracional descreve a solidariedade entre pessoas de diferentes gerações, tendo como objetivo estimular a solidariedade como o próprio nome indica, a não discriminação, a independência, a participação na sociedade, a dignidade, o cuidado e autorrealização dos/as mais velhos/as, além de que permite implementar o envelhecimento ativo nas sociedades (Ferrigno, 2015)
É através dessas relações emocionais e de cunho social que os principais valores morais, culturais e de caráter educativo que se solidificam e se desenvolve a solidariedade intergeracional.
EDUCAÇÃO INTERGERACIONAL
De acordo com Ramos (2005), a relação avós-netos possui interações e significados distintos quando os netos são crianças, adolescentes ou adultos. Muitos dos estudos realizados com avós e netos focam na construção dessas relações quando eles são ainda crianças.
Deste modo na educação intergeracional podemos perceber que os avós por vezes assumem o papel de responsablidade pela educação dos mais jovens de seu círculo familiar. O papel e o poder dos avós estão reforçados na família, na educação dos/as mais novos/as, na legislação e na sociedade, nomeadamente no dia 26 de julho que é considerado como o Dia Internacional dos Avós (Ramos, 2005) e. Os avós são vistos como fontes inesgotáveis de sabedoria, de transmissão de saberes, valores e afetos (Sequeira, 2014).
É essencial evitar que fiquem ou se sintam à margem só porque já não exercem uma atividade profissional ou não contribuem de forma mais “ativa” na educação dos/as mais jovens, pois estes/as idosos/as continuam a ser importantes 2 recursos capazes de fornecer contributos positivos para a sua comunidade. Para tal, torna-se fundamental desconstruir estereótipos associados à velhice, como os que dizem que as pessoas idosas possuem fraco poder de iniciativa, não desenvolvem novos projetos, são resistentes à mudança, não têm necessidade em planear o futuro porque lhes resta pouco tempo de vida, são assexuadas (Lobo, 2014)
Atividades físicas ou mentais, um bom relacionamento com outras pessoas, sentir-se útil e reconhecido/a na sociedade são elementos essenciais para um envelhecimento dito ativo e uma “representação otimista do envelhecimento” (Cabral & Ferreira, 2013, p.125)
Sendo assim, perceber a importância da educação intergeracional e como se pode superar os estereótipos e preconceitos de idade, além de favorecer a transmissão de valores e costumes.
FAMÍLIA E RELAÇÕES INTERGERAIONAIS
Camilo (2014) refere-se à intergeracionalidade como “parte intrínseca da constituição das sociedades e assume diferentes contornos na história da humanidade pacificando ou tencionando estas relações em vários campos como na família, na política, no Estado e na escola.”
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