O PROCESSO MIGRATÓRIO E SUAS INFLUENCIAS NA CONSTRUÇÃO DO VALOR DO TRABALHO
Por: cleidecielia • 29/4/2015 • Trabalho acadêmico • 2.586 Palavras (11 Páginas) • 222 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O termo migração corresponde à mobilidade espacial da população. Migrar é trocar de país, de Estado, Região ou até de domicílio. Esse processo ocorre desde o início da história da humanidade onde os povos se deslocavam de um local para outro em busca de lugares onde poderiam sobreviver com mais facilidade. No Brasil e no mundo, o fator que exerce maior influência nos fluxos migratórios é o de ordem econômica, pois o modelo econômico vigente força indivíduos a se deslocarem de um lugar para outro em busca de melhores condições de vida e à procura de trabalho para suprir suas necessidades básicas de sobrevivência.
As transformações rápidas e profundas geradas pela globalização têm tido um grande impacto sobre os movimentos migratórios, a globalização aumenta o fluxo de informações a respeito das oportunidades ou dos padrões de vida existentes ou imaginados em lugares mais desenvolvidos, dessa forma, suscita uma vontade cada vez maior nas pessoas de migrar e de aproveitar as oportunidades e as comodidades que aparentemente estão sendo criadas nesses lugares, como salários maiores e uma melhor qualidade de vida.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 MIGRAÇÃO
Embora a migração seja considerada, dentro da perspectiva do investimento em capital humano, como um fator que contribui para a redução das desigualdades regionais, de acordo com Ferreira, Santos Junior e Menezes Filho (2003), o fato de os migrantes serem positivamente selecionados pode afetar a distribuição de renda entre as regiões em favor das que recebem esses trabalhadores mais qualificados. Se o fluxo migratório ocorrer, em sua maioria, de regiões mais pobres em direção às mais ricas, a migração de indivíduos positivamente selecionados tenderia a aumentar a desigualdade regional. Assim, outro objetivo deste trabalho, de caráter mais complementar, é verificar o impacto da migração interna no Brasil sobre a desigualdade regional de renda, a partir de uma análise contra factual. Por que as pessoas migram? Eis uma pergunta tradicional que nunca recebeu uma resposta completa, mas que deu ensejo a muitas publicações e debates.
A questão básica envolve o peso dos fatores de expulsão ou de atração e a maneira como se equilibram. Para começar, deve-se dizer que a maioria dos migrantes não deseja abandonar suas casas nem suas comunidades. A migração, portanto, não começa até que as pessoas descobrem que não conseguirão sobreviver com seus meios tradicionais em suas comunidades de origem. Na grande maioria dos casos, não logram permanecer no local porque não têm como alimentar-se nem a si próprias nem a seus filhos. A imigração pode ser vista como parte da estratégia familiar para diminuir problemas econômicos e sociais. Possivelmente a migração represente a busca, por parte dos excluídos, de alguma fenda que permita o acesso parcial a alguns dos benefícios produzidos pelo sistema. À medida que essa fenda se abre amplia-se um universo de realidades que podem ser vividas pelo migrante e pela região que o recebe. O padrão de colonização e desenvolvimento econômico no Brasil acabou por gerar movimentos migratórios em áreas prósperas como São Paulo e Rio de Janeiro, como processo de oportunidade de emprego e renda. Esses movimentos migratórios estão diretamente relacionados ao processo histórico de formação e ocupação do território brasileiro. Este processo fundamentou-se, durante o período colonial, na exploração de recursos naturais voltada para exportação. Isso trouxe como implicação dois fatores determinantes para a configuração econômica do país: a ausência de uma dinâmica econômica para o mercado interno e, a falta de integração as entre as suas diversas regiões. Durante décadas, os principais fluxos migratórios no território brasileiro se direcionavam para a Região Sudeste, isso ocorria devido ao intenso processo de industrialização desenvolvido naquela Região. No entanto, as migrações para o Sudeste diminuíram e, atualmente, a Região Centro-Oeste tem exercido grande atração para os fluxos migratórios no Brasil, se tornando o principal destino. A atração populacional, gerado pelas por essas regiões mais desenvolvidas é uma tendência mundial para a imigração global.
2.2 INFLUENCIAS DA GLOBALIZAÇÃO
O perfil migratório deste século pode dizer que se baseia na globalização que estimula o migrante a novos desafios. A globalização econômica significa a conexão crescente das economias no mundo inteiro, principalmente através dos fluxos de trocas de bens e de serviços e dos fluxos financeiros e também, por vezes, das transferências internacionais de mão-de-obra ou de conhecimentos (migrações de trabalho ou tecnológicas). É importante destacar que o avanço da tecnologia leva muito a buscarem melhorias na qualidade de vida; dispensa fronteiras estimulam consumos, afeta os parâmetros estipulados e, cria novas expectativas de vida. A globalização, então, não só tornou plenamente possíveis as migrações remotas por meio do desenvolvimento tecnológico, mas, simultaneamente, tornou desejadas as migrações em direção aos países desenvolvidos através da construção da ideia destes como lugares de liberdades e possibilidades absolutas. Com esse avanço tecnológico o mundo está se tornando uma "aldeia global". Onde empresas gigantescas estão atravessando as fronteiras nacionais e se instalando em vários países; a informática e a telecomunicação têm permitido a agilidade nas transações comerciais e no intercâmbio de informações; a abertura dos mercados nacionais às importações, favorecida por baixas tarifas alfandegárias, isso deu um grande impulso ao fluxo de mercadorias, fazendo explodir o comércio mundial. O processo de globalização provocou também um efeito devastador; o desemprego, que atinge tanto os países subdesenvolvidos da América Latina, Ásia e África como as nações industrializadas da América do Norte, da Europa e da Ásia.
Num primeiro instante, a globalização chega a parecer algo atraente, algo como uma reconciliação, abrangendo todo o mundo sob o teto comum do mercado, parecendo proporcionar relações de vida igualitárias e melhores no mundo inteiro. Utilizado neste sentido no discurso neoliberal, o conceito encontra repercussão nas teorias de comunicação ingenuamente afirmativas. As teorias de comunicação celebram euforicamente a rede eletrônica mundial como a realização definitiva da visão democrática de igualdade, num patamar superior ao dos limites dos Estados Nacionais. Isto vai entrar em choque com o potencial simultâneo
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