O TRABALHO DE ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS NA REGIÃO DE TEIXEIRA DE FREITAS - BA
Por: Adna souza • 4/12/2020 • Trabalho acadêmico • 3.977 Palavras (16 Páginas) • 236 Visualizações
O TRABALHO DE ORGANIZAÇÕES
NÃO-GOVERNAMENTAIS NA REGIÃO DE TEIXEIRA DE FREITAS - BA
Adna Souza de Jesus Santos
Jacqueline Dias Santos Zanardo
RESUMO
Esta é uma pesquisa que relaciona o trabalho desenvolvido por ONGs na região de Teixeira de Freitas relacionados a projetos educacionais, que visam atividades de agregação de conteúdo, desenvolvimento de habilidades e também de capacitação para o mercado de trabalho formal ou empreendedor. Por meio desse estudo foi possível mapear as Organizações não-governamentais existentes na área de estudo e relatar a importância dessas instituições para as comunidades onde atuam e para os públicos alvos que prezam por essas atividades.
Palavras-chave: | Organizações não-governamentais; ONG; As ONGs e a educação; Importância das ONGs. |
- INTRODUÇÃO
A organização da sociedade é dividade por setores de administração e competência. Temos o Primeiro Setor que é representado pelo poder do Estado, o Segundo Setor pelo poder do mercado privado e o Terceiro Setor, o qual é representado por pessoas jurídicas, privadas, mas que não possuem a fundamentação de lucro e executam atividades de interesse social. Esse trabalho de pesquisa é fundamentado num grupo especial do Terceiro Setor, as Organizações Não-Governamentais – ONGs.
O Terceiro Setor é composto por Organizações da sociedade civil (OSC), organizações sem fins lucrativos (OSFL), Organizações Não-Governamentais (ONG), entre outras, são diferentes terminologias utilizadas para denominar as organizações privadas da sociedade civil que atuam na esfera pública e que não tem fins lucrativos. Todas estas instituições têm como característica principal a ausência do lucro e o objetivo de proporcionar benefícios para as comunidades onde atuam (DE BRELÀZ, 2007).
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde (PNUD BRASIL, 2020).
As organizações sem fins lucrativos são muito importantes para o aumento de IDH de diversos países, visto que são voltadas à reintegração social e a busca de dignidade(CONTRERAS, 2009).
As ONGs atuam em diversas áreas, como saúde, educação, assistência social, economia e várias outras. Possuem ambientação local, estadual , nacional até alcançar o âmbito internacional. Entre todas essas diversificações, a educação é a parte mais impactada pelas atividades das ONGs, visto que conforme expresso no trabalho de Azeredo (2001), 29% das atividades das ONGs se concentram envolvendo o conceito de educação.
Esta atuação desse tipo de organização é de suma importância para a sociedade brasileira geral, visto que a lacuna existente o sistema educacional brasileiro para a Educação Básica é grande e causa um grande empecilho para o desenvolvimento econômico da nação, além de ser o gerador das grandes desigualdades sociais existentes em várias regiões.
Por isso, esse trabalho é centralizado na avaliação das atividades com conceito educacional, prestadas com ONGs da região de Teixeira de Freitas - BA, sendo avaliado as atividades desenvolvidas, o modo de desenvolvimento, o público-alvo e a importância destas organizações para as comunidades impactadas.
- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O SURGIMENTO DAS ONGS
As organizações não - governamentais sem fins lucrativos surgiram por diversas motivações, com a finalidade de defender os interesses de determinados grupos da sociedade. A expressão ONG, de acordo com o contexto apresentado por Landim e Contrim (1996):
Sabem-se que ONG – Organização Não-Governamental - não é termo definido em lei, mas sim uma categoria que vem sendo socialmente construída em tempos recentes, usada para designar um conjunto de entidades com características peculiares e reconhecidas pelos seus próprios agentes, pelo senso comum ou pela opinião pública .
A expressão “ONG” foi utilizado primeiramente na década de 1940 pela Organização das Nações Unidas ( ONU), para denominar as entidades que não recebiam recursos financeiros oficiais para projetos de interesse em comunidade ou grupos da sociedade (BERNARDES; NANNE, 1994).
O Conceito de ONG iniciou-se no Brasil na década de 60. Nessa década, no mundo ocidental em geral, as ONGs passaram a fazer parte da configuração da sociedade civil (BERNARDES; NANNE, 1994; CAVALCANTI; OLIVEIRA, 2014; SERVA, 1997)
Nessa configuração social procedia agrupamentos oriundos dos setores das igrejas, dos partidos políticos e das universidades, que organizavam - se em entidades. Muitas vezes, esses grupos eram os quais eram mais discriminados ou apresentavam dificuldade de alcançar seus ideais sem uma representação. Dentre estes grupos, podemos citar as pessoas de ascendência negra, as crianças, as mulheres, os indígenas, as pessoas idosas, os desempregados, os deficientes, as pessoas com doenças mentais ou físicas em geral, os imigrantes e muitos outros grupos com distinções (GHANEM, 2012; OLIVEIRA; HADDAD, 2001).
No Brasil, a maior intensificação das ONGs aconteceu nos anos do Regime Militar, sobretudo a partir dos anos 70 e 80 (século XX), década na qual as ONGs se consolidam num amplo e diversificado campo de associações civis, com a missão principal de reconstrução do tecido social que havia se rompido com a ditadura, como também da defesa dos direitos humanos e da educação popular, devido às épocas serem marcadas pelas restrições impostas pelos governos militares (BERNARDES; NANNE, 1994; CAVALCANTI; OLIVEIRA, 2014; LANDIM; COTRIM, 1996; OLIVEIRA; HADDAD, 2001).
A definição das ONGs como instituições do Terceiro Setor e como uma esfera de atuação pública, não - estatal, formada basicamente de iniciativas privadas voluntárias, sem fins lucrativos e com sentido do bem em comum é intensificado nos anos 80 e 90, sendo que nessas décadas, as ONGS cresceram e tornaram-se mais visíveis (AZEREDO, 2001; GHANEM, 2012; OLIVEIRA; HADDAD, 2001).
Com a passagem dos governos militares e a estabilidade democráticas no país, houve a abertura de espaço mais efetivo para a atuação das ONGs, as quais apresentaram crescentes números devido às dificuldades econômicas e sociais sofridas pelo Brasil, gerando organizações com objetivos e trajetórias mais diversificadas . Essas organizações passaram a envolver-se como as relações sociais de gênero, etnia e raça, agregando fatores relativos à condição de pobreza e classe aos fatores ligados ao universo da produção cultural e simbólica(AZEREDO, 2001; GHANEM, 2012; OLIVEIRA; HADDAD, 2001).
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