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Periódico Valor

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Por:   •  28/2/2014  •  Resenha  •  560 Palavras (3 Páginas)  •  217 Visualizações

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O jornal Valor Econômico traz hoje uma matéria sobre o inferno astral da Petrobras – vale a pena ler mas é para assinantes. A companhia, em 2010, teve uma mega capitalização de R$ 120 bilhões, mas o que parecia ser o início de um período de sucesso e de folga de caixa para implementar o seu plano de investimento se transformou em um pesadelo para a companhia.

A Petrobras é a companhia mais inovadora da América Latina, tem mais de 3000 pesquisadores em um instituto voltado para inovação, o Cenpes, tem mais de meio século de apoio governamental e uma equipe técnica de primeira linha e ainda descobriu várias reservas novas nos últimos anos. Como uma empresa dessa pode estar passando por dificuldades? a resposta simples é má gestão. A empresa foi castigada nos últimos dez anos por um série de medidas populistas – congelamento do preço dos combustíveis, alguns investimentos questionados internamente pelos próprios técnicos da companhia, excessos da política de conteúdo nacional e até endividamento desnecessário. Explico esse último ponto.

Na época da capitalização, em 2010, a capitalização não envolveria nenhum endividamento adicional para a companhia: a Petrobras receberia a cessão onerosa (5 bilhões barris de petróleo que estão no findo do mar) e entregaria ao governo ações da empresa. Mas no país da “contabilidade criativa” o governo forçou a Petrobras aumentar em R$ 25 bilhões sua dívida junto ao BNDES para pagar à vista ao governo parte da cessão onerosa e ajudar o Tesouro a entregar a meta do primário, em 2010. Isso não ajudou em nada a Petrobras, mas ajudou ao Tesouro Nacional no seu esforço “Houdini” (grande mágico do passado).

A Petrobras é uma grande empresa desde que bem administrada. A empresa passar hoje pelas dificuldades que vem passando é um sinal claro de má administração no período recente. Isso quem fala não sou eu, são os analistas de bancos e consultorias que falam em “off”. Como fala a matéria de hoje do valor dos jornalistas Cláudia Schüffner e Fernando Torres:

“Uma observação dos indicadores da Petrobras nos últimos 19 anos mostra que a situação financeira da estatal atualmente se compara apenas com aquela vista no fim da década de 1990, quando o tamanho era metade do atual em termos de produção e a cotação do petróleo oscilava em média abaixo de US$ 20, ante os mais de US$ 100 atuais. Desde aquela época, a margem bruta da companhia não caía abaixo de 30% e nem a margem líquida se mostrava inferior a 10%, como ocorreu em 2012 e se repete até setembro de 2013 – mesmo com a adoção da contabilidade de hedge, que minimizou o impacto do câmbio na última linha do balanço…….Em termos de endividamento, a relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido da estatal, que atingiu 56,24% em setembro, também é a maior desde 1999…..”

Em resumo, apesar da megacapitalização de 2010, a Petrobras não tem folga para implementar o seu plano de investimento e a correção dos preços passou a ser condição necessária para não piorar ainda mais a situação financeira da companhia. O que prejudicou a Petrobras foi o excesso de nacionalismo de algumas pessoas do governo, que são inclusive criticadas por outras pessoas do próprio governo. Ainda bem que os funcionários da Petrobras estão entre os mais competentes e qualificados

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