Planos e Projetos de Intervenção Social
Por: marciaxavier148 • 21/4/2016 • Trabalho acadêmico • 5.268 Palavras (22 Páginas) • 486 Visualizações
Planos e Projetos de Intervenção Social
Tema 1: O objeto do Serviço Social –
contextualização.
Profa. Ma. Ana Lúcia A. Antonio
No decorrer da profissão, o assistente social e seu mundo social e profissional interagem, equipando uma rede de relações, de sistemas de
marcos, com sua composição particular de significados, de forTmas institucionalizadas de organização social, de prática, que obedecem a
modos específicos de respostas que vão sendo produzidas durante os desafios colocados na composição e nas circunstâncias de relações da sociedade na qual está implantado.
A prática profissional configura uma dimensão historicamente determinada da prática social,
como bem afirma Marx (1978, p. 129), “na
produção social de sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias,
independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais.”
Contextualizando...
Lopes (1979), traz reflexões de vários autores e analisa sob o pressuposto teórico “ a diversidade
de objetos e especificidades se apresenta como uma possibilidade teórico-prática para o Serviço
Social”. A diversidade não se origina somente dos enfrentamentos no campo teórico/conhecimento, mas das lutas pelo poder, dos enfrentamentos institucionais e interdisciplinares.
O pensamento da luta de classes serviu de pano
de fundo para uma identificação da profissão, podendo ser instrumento de uma ou outra classe.
O Serviço Social não se instaurará como núcleo
produtor específico , permanecerá profissão, e seu objeto será um complexo heteróclito de situações que demandem intervenções sobre variáveis empíricas.
A discussão entre o “método científico” e o
“método profissional” foi uma das preocupações
da profissão.
Para Baptista(1995), “o objeto da intervenção
profissional do assistente social é o segmento da
realidade que lhe é posto como desafio, aspecto
determinado de uma realidade total sobre o qual
irá formular um conjunto de reflexão e de proposições para a intervenção.
Os limites que configuram esse objeto são
chamados de “abstração”.
A definição de especificidade só se define no
contexto mais geral de uma totalidade que precisa ser desconstruída, analisada em suas partes e principalmente, em sua dinâmica, nas relações de
força, no confronto de projetos e organizações
para manter a ordem , transformá-la e reconstruí-la na definição de estratégias.
A articulação das mediações particulares, individuais ou coletivas exigidas pelo trabalho
cotidiano, com as exigências do contexto econômico, político, imaginário, ideológico é que vai permitir a construção de estratégias no tempo social, familiar e especifico colocado pelos usuários na relação com a intervenção profissional/institucional.
Continuando
O Objeto do Serviço Social –
Contextualização
A prática profissional situa-se no âmbito das
relações sociais concretas de cada sociedade,
guardando em sua configuração os resumos do seu movimento histórico. Ela não se confunde com outras práticas, mas constitui uma dimensão historicamente determinada da prática social que manifesta concretamente em uma situação social específica, e, como tal, é a expressão das relações de classe.
Yamamoto (1998, p. 22) exprime o trabalho profissional do assistente social “ao vender sua força de trabalho em troca de salário o profissional entrega o seu valor de
uso, ou direito de consumi-lo durante a jornada
estabelecida [...] é no limite dessas condições que se materializa a autonomia do profissional na condução de suas ações (na definição de
prioridade e das formas de execução), decorrente da natureza de seu tipo de especialização, uma vez que atua junto a indivíduos sociais.”
Para Faleiros (1997), A construção do objeto, no entanto não se faz, hoje, fora do contexto
institucional, em que exerce o poder profissional, se enfrentam as estratégias de sobrevivência/vivência com as exigências da reprodução e as formas de reprodução e as formas de percepção, representação, e manifestação de interesses, identidades, organizações. É o processo de correlação de forças.
Instituição e poder
Para Faleiros (1979), as reflexões sobre poder
institucional e o saber profissional, vão recolocar a questão do objeto profissional numa outra ótica que aquela exclusiva de classes contra classes, mais articulada a ela na análise das relações de poder, hegemonia e contra-hegemonia.
Segundo pesquisa sobre instituições e Serviço
Social, constatou-se que o objeto e os objetivos do Serviço Social são definidos pela instituição.
Observou-se que os objetivos profissionais se
definem conforme as diferentes instituições sejam privadas ou públicas.
As demandas da população vão definindo também. A prática profissional como solicitação de recursos, capacitação, encaminhamentos,
informações, orientação e organização, ou seja de acordo com a estrutura.
Observou-se que os objetivos profissionais se definem conforme as diferentes instituições
sejam privadas ou públicas.
A construção do objeto implica, tanto na análise das questões gerais (economia, instituições,
política), como dos micropoderes (lógicas dos
atores sociais). É na dinâmica institucional
que são estabelecidas as categorias dos usuários e principalmente dos pobres, construindo-se estigmas, rejeições. Inclusão e exclusões.
Em suas pesquisas, Gentilli (1998 p.8-9) detectou
que o processo da prática do assistente social “se mostrou muito mais complexo, plural e diversificado do que a literatura profissional (centrada nos processos políticos mais gerais) está acostumada a concebê-los, sobretudo por desconsiderar as mediações sociais e organizacionais que processam nas relações sociotécnicas do mercado de trabalho profissional”.
...