Processos de gestão do conhecimento da dengue
Pesquisas Acadêmicas: Processos de gestão do conhecimento da dengue. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 28/10/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 1.436 Palavras (6 Páginas) • 217 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho vem apresentar uma pesquisa científica aplicada na Secretaria Municipal de Saúde do Município de Fortaleza - SMS, tendo como problema central a serem verificados, os processos de gestão do conhecimento sobre dengue implantados em tal órgão durante o biênio 2011-2012. Este período foi escolhido tendo-se em vista que é o mais recente surto epidemiológico de dengue registrado no município em análise, o qual foi eficientemente controlado no ano de 2013.
A gestão do conhecimento é uma área funcional que cresce rapidamente nas organizações, em busca do mais novo combustível das sociedades contemporâneas: O conhecimento, elemento indispensável à sobrevivência destas em meio a um mercado global, dinâmico e concorrente, e esta concorrência também deve ser aplica à saúde, se levarmos em conta que há uma corrente crescente da privatização da saúde frente aos serviços ofertados pelos governos. Atualmente a ausência de conhecimento tem gerado grandes problemas para as organizações e consequentemente para a humanidade, assim como em qualquer área organizacional, o conhecimento é de fundamental importância para a medicina e para a saúde pública e é neste contexto de importância do conhecimento na área da saúde pública que este estudo vem buscar entender os processos de gestão do conhecimento que resultaram no sucesso do combate à dengue no município de fortaleza, controlando seus efeitos danosos às famílias e a saúde pública da referida cidade.
O sucesso no controle a dengue no período em estudo denotam uma relativa eficiência, considera-se relativa levando-se em consideração o lapso temporal de 2 anos para controle efetivo da epidemia, nas políticas públicas traçadas por tal secretaria, de que refletiram uma drástica redução dos casos de dengue no anos de 2013, caindo em 2012, conforme o Boletim Semanal Dengue (2012), de 36520 caso confirmados, incluindo-se um total de 6 óbitos pelo sorotipo mais grave, a Febre Hemorrágica de Dengue – FHD, para um total de 6909 casos em 2013, com queda de 50% nos óbitos por FHD, reduzindo de 6 casos em 2012, para 3 casos em 2013.
Esta pesquisa buscará entender os processos de gestão do conhecimento sobre dengue que embasaram a elaboração das políticas pública implantadas no município em análise no biênio escolhido. Quais técnicas e instrumentos de gestão do conhecimento sobre dengue foram aplicadas pelos gestores para garantir a preservação de tal experiência a fim de se permitir um olhar ações acertadas implantadas em um passado próximo, com tal análise crítica acerca do conhecimento será possível apresentar propostas para a redução do tempo de resposta a taus surtos epidemiológicos, que no caso em análise, levou em torno de dois anos.
1.1 Objetivos
Este estudo teve com objetivos levantar como a secretaria Municipal de Fortaleza realizou a gestão do conhecimento sobre Dengue para elaboração de políticas públicas para combater o vetor Aedes aegypti no biênio 2011-2012, que culminaram no controle dos casos de dengue no ano 2013. Bem como entender os processos de transferência e compartilhamento de informações e ações sobre dengue com outros entes públicos da federação, Estados, outro Municípios e Governo Federal, conhecer a forma de registro e tratamento da informação sobre reprodução do vetor, forma de contaminação, diagnóstico, tratamento e óbito, analisar o plano de contingência da dengue nos anos de 2011 e 2012 em relação ao plano do ano 2013 e entender quais fatores e ações corretivas foram determinantes para a redução dos casos e como que a gestão do conhecimento contribuiu nesse processo de tomada de decisão. Não se pode falar em gestão do conhecimento, sem que haja conhecimento e informação, portanto, foi também objetivo do presente trabalho verificar a existência de bases de dados sobre dengue na SMS e a ocorrência de eventuais heterogeneidade com outras bases de dados sobre dengue. Também foi pesquisado, a existência na SMS de Fortaleza, das técnicas e instrumentos citados por Gattoni (2004) que podem ser empregados para otimizar o gerenciamento do conhecimento sobre dengue, a saber: Bancos de Competência; Narrativas e histórias orais; Cenários e Simulações; Repositório do Conhecimento; Comunidades de práticas; Equipes Multidisciplinares.
Por último, porém não menos importante, buscou-se entender o porquê do lapso temporal excessivo que compreendeu dois anos, para o controle eficaz da instalada epidemia de dengue no biênio em estudo, e um meio riquíssimo para tal pesquisa, são justamente as técnicas de gestão do conhecimento supracitadas por Gattoni (2004) que permitem uma análise contemplativa e profunda do passado recente, na busca de eventuais erros, a fim de que se possa apresentar sugestões de otimização das ações futuras no combate à dengue, que possam representar uma redução no tempo de resposta.
1.2 Justificativa
A Gestão do Conhecimento - GC tem se tornado uma questão necessária para garantir às organizações um diferencial competitivo sustentável, servindo de subsídio ao seu processo de tomada de decisão. Choo (2006), esclarece que a criação do conhecimento provoca inovações e gera competências organizacionais, ampliando o horizonte das possíveis escolhas no processo de tomada de decisão.
Não só a gestão do conhecimento organizacional é necessária, mas também a verificação da validade do conhecimento frente a novas mudanças, Carvalho (2006) explica que no contexto de um mercado caracterizado por mudanças e descontinuidades é fundamental reavaliar continuamente os processos organizacionais para assegurar que a tomada de decisão se oriente por premissas ainda válidas.
Então percebe-se que não só a gestão do conhecimento é necessária, mas também a checagem do conhecimento frente na novas mudanças e ao surgimento de novos conhecimentos. A gestão do conhecimento se faz necessária em qualquer organização e as tecnologias são um grande aporte para tal objetivo, mas deve-se evitar a exagerada valorização das tecnologias em detrimento do foco principal da informação: O ser humano. Davenport (1998) em seu livro Ecologia da Informação nos diz que em vez de se concentrar na tecnologia, a ecologia da informação baseia-se na maneira como as pessoas criam, distribuem, compreendem e usam a informação. Corroborando com Davenport, Warschauer (2006) ao falar sobre as dificuldades da implantação da maioria dos projetos de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC, afirma que tais dificuldades se dão pelo fato de tais projetos focarem mais a questão de hardware e software e darem pouca atenção aos sistemas social e humano. Em síntese pode-se concluir que a gestão do conhecimento deve estar voltada para quem vai usá-lo, sob pena do conhecimento não representar nenhum incremento no processo de tomada de decisão, bem como não gerar vantagem competitiva alguma.
Na área da saúde bem como em qualquer área, a gestão do conhecimento se faz necessária ou até mesmo indispensável frente a gravidade e complexidade dos casos de doenças existentes, bem como o poder de alastramento e contaminação global. A importância da presente pesquisa se justifica frente ao drama que tem vivido, segundo o Programa Nacional de Combate à Dengue (2002) não só o Brasil, mas também em quase todo o mundo, exceto a Europa, com a dengue, que é uma doença silenciosa, que tem um vetor transmissor de difícil extermínio, que ao longo dos anos tem mudado o seu habito, inovando em sua forma de reprodução, ao passo que o vírus desenvolveu novos sorotipos, além do DEN-1, surgiram no Brasil, o DEN-2; DEN-3 e o DEN-4, os quadros clínicos dos doentes têm apresentados complicações decorrentes de reinfecção pelos outros sorotipos. Todos estes fatores são complicadores da questão do combate, controle e eliminação da dengue, e a gestão do conhecimento sobre saúde, e especificamente sobre dengue se fazem indispensáveis na busca da saúde coletiva.
1.3 Organização do Trabalho
A pesquisa foi organizada de modo a apresentar uma revisão teórica dos principais conceitos existentes na gestão do conhecimento, através de uma revisão bibliográfica para trazer a fundamentação teórica do que se pesquisou na prática, bem como busca apresentar ações pioneiras no brasil a respeito da gestão do conhecimento voltadas para a saúde, especialmente as desenvolvidas pelo Ministério da saúde, ferramentas estas que podem e são aplicadas para a gestão do conhecimento sobre dengue. Após definida a metodologia mais apropriada, a mesma foi implantada, o que consistiu na realização de entrevista com os gestores e profissionais da Secretaria Municipal de Fortaleza, sobre a gestão do conhecimento sobre dengue, bem como aplicação de questionário semiestruturado, que forneceu dados necessários ao atingimento dos objetivos supracitados para este trabalho.
Por fim, após a apresentação dos dados e feitas as devidas inferências de tal análise, apresentou-se uma conclusão a respeito do processo de gestão do conhecimento na Secretaria Municipal de Saúde do Município de Fortaleza, desenvolvidos no auge da epidemia ocorrida nos anos de 2011 e 2012, bem como sugestões de otimização do processo, para a redução do tempo-resposta ao surto epidemiológico foram apresentadas, mas sem a pretensão e representar a última palavra em gestão do conhecimento e combate à dengue.
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