Relatorio final sobre o campo de estagio
Por: elizetebersot • 24/6/2016 • Ensaio • 1.152 Palavras (5 Páginas) • 585 Visualizações
Relatório final sobre as primeiras impressões do campo de estagio
Inicialmente ao entrar no campo de estagio, as minhas primeiras impressões foram o quanto o CRAS era grande e a equipe me era estranha, parecia tudo muito difícil de assimilar, não entendia muito bem como funcionava aquele lugar que mais parecia uma casa, desconhecia as politicas e legislações que permeavam o trabalho do profissional, suas ações e intervenções junto aos usuários e suas demandas, não entendia o porque de fazermos um cadastro único, que tem como objetivo dar acesso ao usuário alguns benefícios, o mais comum e o bolsa família, que tem muitos critérios e demora de três a seis meses para que o usuário tenha acesso ao beneficio, na maioria das vezes não tínhamos nada para oferece-los, nem uma cesta básica, que seria o de imediato, pontual, mas mesmo assim fiquei extremamente apaixonada por todas as possibilidades que eu imaginava que iria ter estando ali junto a profissionais experientes que já tem uma bagagem de trabalho, de lutas e reinvindicações e que eu não ia deixar passar a oportunidade de aprender mesmo em um equipamento com as suas dificuldades e precariedade que logo descobri que ali existiam.
Vi-me observando cada entrevista, atendimentos feitos na recepção mesmo, de pessoas que a todo o momento vem ao CRAS buscar informações sobre tudo que diz respeito a direitos que eles ficam sabendo que possa vir a ter, como foi o caso do cartão reconstrução, um falava para outro que passava a frente e todos queriam saber como conseguir o seu cartão reconstrução. Tudo era novidade, queria aprender tudo rapidamente, sem levar em consideração que eu tinha apenas algum conhecimento da teoria, e que a pratica requer a junção da teoria e da pratica, foi ai que fui mudando o meu olhar, ate então um olhar despreparado, para um olhar mais critico que observava todas as intervenções e ações que acontecia com a equipe da assistência social e os outros profissionais envolvidos, Vivenciei uma clarificação da minha parte ao que se referia ao meu saber teórico-metodológico, técnico-operativo e ético-politico, pois a todo o momento eu conseguia identificar essas ferramentas dentro das ações e do fazer do profissional na sua atuação junto aos usuários, fui tomando consciência do que fazer e do que não fazer em um atendimento, ou entrevista, ou em uma visita domiciliar, o que me foi de grande importância para o meu aprendizado no campo de estagio, e para o meu futuro como profissional do serviço social.
Ai veio à greve, tudo parou de repente, e eu fiquei muito decepcionada de ter que parar com as atividades que tínhamos ate o momento desenvolvido com tanto afinco, mas também tive a oportunidade de fazer parte de um momento de grande importância para a categoria, e ajudar e apoiar a legitimar uma luta que é de todas e de todos os profissionais que são subalternizados, e tem seus direitos violados pelos governantes e seus representantes, passei a ver que faltava tudo de mais simples no CRAS para o seu funcionamento, como papel higiênico, papel toalha, tinta na impressora, papel para imprimir os documentos que os usuários tem direito, como folha resumo dentre outros, e ai que a nossa ficha cai e passamos a vivenciar a realidade, tudo que no inicio me parecia magico, agora tive que abrir os olhos para uma nova realidade, de que teremos que lutar contra uma gestão que não se importa com a assistência, e o quanto se faz necessário ter união e força para não desistir para que haja mudança na opinião que se tem em relação aos profissionais da assistência social, esse pensamento de que são profissionais que fazem cadastro único e dão cesta básica, não conhecem o verdadeiro fazer de um profissional habilitado para planejar, executar, pesquisar e trabalhar como gestor em vários seguimentos da assistência ou em outros setores ligados as redes de politicas publicas voltadas para a população em geral, mas muitas das vezes devido ao descaso com os funcionários, temos uma outra realidade, Olhando com o olhar de uma estagiaria, eu vejo funcionários desmotivados, que fala o tempo todo que não vão se matar de trabalhar porque o salario que ganham não vale a pena, muitas das vezes vejo atendimentos feito de qualquer maneira, sem nenhuma preocupação com o usuário, não levam em consideração o fato de que muitas dessas pessoas as vezes veio de longe e a pé, esta cansado e com fome, e não tem suas necessidades supridas e nem suas reivindicações atendidas, assim acontece todos os dias, pessoas que vivenciam a realidade da vida, a exclusão o descaso, deixando em evidencia as expressões da questão social, e que faz parecer que algo que faz parte do cotidiano desses indivíduos.
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