Relatório Reflexivo dos Movimentos Sociais
Por: Brokder98 • 1/7/2015 • Trabalho acadêmico • 5.857 Palavras (24 Páginas) • 339 Visualizações
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Titulo: Relatório Reflexivo dos Movimentos Sociais
Curso: Serviço Social – 7º Semestre
Disciplina: Movimentos Sociais
Professora: Tutora presencial: Dina Soares Barbosa de Queiroz
ACADÊMICAS:
FERNANDA CHAVES DE PADUA RA: 333644
KENNYA REJANE RIBEIRO DE OLIVEIRA RA :334382
ISABEL CLARE SOUZA RA: 297199
JULIANO JOSÉ PEREIRA RA :290482
SINARA DE SOUZA FERREIRA RA: 381879
Sobradinho, junho de 2014
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO:
Entender a conjuntura nacional e o cenário político e histórico no qual os movimentos sociais se fundam possibilitará a compreensão da afirmativa que não há indivíduo ou coletivo que possa ser compreendido de modo isolado de seu contexto sociocultural.
Dessa forma, Maria da Graça Gohan descreve os problemas detectados de acordo com as linhas temáticas, retrata de forma crítica as suas dinâmicas tentando se aproximar o máximo possível da realidade. Ressalva que os movimentos organizados são voltados para a transformação da realidade social, onde se destaca a dicotomia existente entre os movimentos de emancipação e os de controle social.
Movimentos Sociais e Redes de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo, Maria da Glória Gohn, professorada Faculdade de Educação da Unicamp e referência no estudo dos movimentos sociais, realiza, como ela mesma afirma, um mapeamento das principais ações coletivas, organizadas em movimentos, redes de mobilização ou associações civis da atualidade. Os dados e o formato inicial do livro originam-se da pesquisa O protagonismo da Sociedade Civil, que teve apoio do CNPq, e do Mapa da rede de instituições e ativos institucionais – as redes de movimentos sociais, ONGs, fóruns e conselhos. Trata-se, portanto, a obra, de uma síntese de 40 anos de experiência em estudos, pesquisas e reflexões sobre movimentos sociais. O foco do mapeamento são as áreas temáticas e seus eixos de manifestações como problemas sociais e a contextualização..
Além disso, são discutidas as categorias analíticas mais debatidas na atualidade - rede e mobilização social - com seus vários paradigmas teóricos, sem, contudo, considerá-las substitutas da categoria movimentos sociais.
Com efeito, o livro em apreço, o 15º de autoria individual de Glória Gohn, não se prende a meras listagens, mas apresenta um painel temático e histórico das organizações sociais estudadas, conforme suas próprias palavras: imaginem telas de um filme sendo abertas, sequencialmente, descortinando cenários de sujeitos em movimento (...) A meta perseguida neste desfilar de cenas, cenários e paisagens é a de que se possa fazer um balanço das ações coletivas expressas em movimentos sociais que tanto podem ter caráter emancipatório e transformador, como meramente imterogatório e conservador (p. 08). Neste sentido, a autora descreve os problemas detectados de acordo com as suas linhas temáticas, assim como os Movimentos e Organizações correspondentes, retratando de forma crítica as suas dinâmicas, de modo que o retrato seja o mais fiel possível. Ou melhor, de sorte a garantir que a fotografia produzida não seja apagada, borrada ou inerte, mas que não seja também colorida demais, louvatória, com tons propagandísticos (p. 08). Como objetivo final, o livro pretende fomentar o debate sobre os movimentos organizados, voltados para a transformação da realidade social, destacando a dicotomia existente entre os movimentos de emancipação e os de controle social. Contém duas partes ou divisões, sendo que, na primeira, é realizada uma análise da conjuntura na qual os movimentos estão inseridos, com destaque para as categorias analíticas referentes a essas organizações. E, na segunda, são descritas as diversas formas de associativismo, organizadas em 10 eixos temáticos: 1 – Movimentos ao redor da questão urbana; 2 – Movimentos em torno da questão SER Social, Brasília, v. 12, n. 26, p. 234-239, jan./jun. 2010 Marcos César S A 236 lves iqueira do meio ambiente: urbano e rural; 3 – Movimentos identitários e culturais: gênero, etnia e gerações ; 4 – Movimentos de demandas na área dos direitos; 5 – Movimentos ao redor da questão da fome; 6 – Mobilizações e movimentos sociais: área do trabalho; 7 – Movimentos decorrentes de questões religiosas; 8 – Mobilizações e movimentos sociais rurais; 9 – Movimentos sociais no setor das comunicações; e 10 – Movimentos sociais globais.
Na primeira parte são ainda destacados cinco pontos de diferenciação dos movimentos sociais atuais em relação aos do passado, quais sejam:
1 – Houve redefinição na sua própria identidade e na qualificação do tipo de suas ações. Esta mudança está menos focada em pressupostos ideológicos, como no passado, e mais nos vínculos de integração com esferas da sociedade, organizadas segundo critérios de cor, raça, gênero, habilidades e capacidades, bem como de conscientização e geração de saberes. Além disso, os movimentos sociais da atualidade, ao atuarem num cenário contraditório, em que políticas, programas e projetos podem engessá-los, discutem e problematizam a esfera pública com vista à construção de novos modelos organizativos;
2 – Os movimentos do passado possuíam papel essencialmente universalizante, uma vez que lutavam pelo “direito a ter direitos” (p. 17). Mas, hoje, o que se busca é o reconhecimento e o respeito às diferenças e às demandas e características particulares, representados pelos movimentos identitários. Atualmente existe grande variedade de organizações, articulações, projetos e experiências, refletindo a ampliação do leque dos movimentos sociais; [pic 2]
3 – O próprio Estado está reconfigurando as suas relações com a sociedade e gradualmente reconhecendo a SER Social, Brasília, v. 12, n. 26, p. 234-239, jan./jun. 2010 Resenha Critical Review 237 existência desses novos sujeitos coletivos. No entanto, conforme Gohn aponta, disso decorre uma inversão de papéis: ao estabelecer relações com os movimentos sociais, o Estado passa a exercer uma influência política “de cima para baixo”, retirando deles o seu caráter político e de pressão. Em outras palavras, os movimentos sociais passam a sofrer forte influência e até mesmo controle das estruturas políticas do Estado, que transformam as identidades políticas dos movimentos, e fazem com que a demanda coletiva seja suplantada por uma série de outras demandas específicas, isoladas e débeis. E, em decorrência, o Estado torna-se o único ponto de integração e convergência.
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