Resenha Sobre Ensino Público
Por: Vitor Aguiar • 12/2/2017 • Resenha • 602 Palavras (3 Páginas) • 351 Visualizações
Nome: Vitor Carlos de Aguiar Turma: AUT 142 [pic 1]
O Filme “Falcão. Os meninos do tráfico” relata uma realidade de todo o país com relação à política de encarceramento no Brasil e sobre a vida do favelado. É certo que a estrutura educacional na favela/periferia é mais precária do que em qualquer outro lugar de qualquer cidade, fazendo com que a vida “fácil” (entre aspas devido à organização e dureza do corre) seja a escolha da maioria das crianças e adolescentes, que ainda têm os traficantes criminosos como inspiração para um futuro. E pra entendermos o problema da maioria negra, pobre, e jovem na cadeia, temos que começar pela raiz.
Nas salas de aula das faculdades podemos ver uma grande maioria branca, e isso acontece porque o sistema educacional brasileiro incentiva e aumenta a desigualdade. E Por que isso? Por que o maior investimento é feito no ensino superior, e o ensino básico com acesso à cultura, que é o que as crianças mais pobres das comunidades precisam, não tem qualidade nenhuma ou elas simplesmente não têm ensino. E esse investimento na maioria das universidades públicas é aproveitado por pessoas que não ocupam a camada mais pobre financeiramente da sociedade e que tiveram uma educação básica de qualidade. Então nosso sistema transfere o dinheiro dos pobres, que são quem pagam mais impostos, proporcionalmente (por que nosso imposto é baseado no consumo), e quando vão buscar esses impostos na educação, não encontram. Isso seria corrigido com uma igualdade de oportunidades, criando uma proporcionalidade do investimento no ensino superior com o ensino básico, levando educação gratuita e de qualidade à favela e tirando os olhos das crianças da vida do crime, que começa cedo, mas é curta, e na maioria das vezes não passa dos 25 anos, pra uma projeção de vida mais correta, com mais qualidade e mais longa.
No documentário víamos as crianças e adolescentes da favela com um desejo e mentalidade totalmente diferente das nossas crianças, que na maioria das vezes sonham em ser médicos, advogados, veterinários, às vezes super-heróis, etc., enquanto essas crianças brincam de tráfico, de cobrar dívidas na boca, de matar X9, entre outras atitudes incabíveis para a inocência de uma criança pra quem não vive a realidade do tráfico. Essa diferença de pensamentos se deve à falta de acesso à cultura e educação, como dito acima.
Se o criminoso é branco ele tem que ser preso, e se o criminoso é negro, tem que ser preso do mesmo jeito. A questão é: temos sim falhas na Polícia Militar e que é direcionada em 90% das vezes para fazer operações na favela, onde a maioria da população é negra e pobre, e também na Polícia Federal que também tem parte da corporação corrompida, esquecendo de alguns casos em que o tráfico é em enormes quantidades, sendo mandado por homens com grande poder aquisitivo que não se encontram na favela. Como no caso do ex-deputado estadual, e hoje Secretário Nacional de futebol, Gustavo Perrella, nomeado pelo Ministro Leonardo Picciani, que teve um helicóptero de sua empresa apreendido por transportar 445 Kg de cocaína e foi liberado por “não ter envolvimento” com o produto.
Temos que entender que não existe panaceia, ou solução mágica que vá resolver o problema da desigualdade da noite para o dia. É um problema totalmente estrutural, que começa na base cultural e educacional, passa pelos ensinos fundamental e médio e que só depois tem que ser pensado no ensino superior, que falhamente tenta ser resolvido por cotas.
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