Resumo Política como Vocação
Por: malva_anarosa • 23/8/2021 • Abstract • 1.402 Palavras (6 Páginas) • 108 Visualizações
PUC – ICS – Serviço Social - 2º Período
Disciplina: Teoria Política
Professora: Karina Junqueira
Aluna: Lindimalva Ana Rosa
Resumo: Política como Vocação – Max Weber
O texto é de uma conferência realizada por Max Weber em 1918, e publicado em 1919 na Alemanha, e sua abordagem trata da compreensão da política mais especificamente como associação politica, ou seja, o Estado como liderança.
A definição sociológica para Estado é a de que este é o único detentor legitimado do uso da força (violência), dentro dos limites de um território, garantindo, portanto, o monopólio do uso da violência como “direito”.E é essa forma de poder exercida pelo Estado que o torna tão desejado e disputado pelos homens (políticos), é a dominação do homem pelo homem utilizando-se da coerção legitimada e aceita pelo dominado sendo a violência considerada imprescindível para a manutenção do Estado.
Todo homem que se entrega à política almeja o poder, existem várias formas de interesses e políticos: os ideológicos, os egoístas e os que querem o poder pelo poder, ou seja, pelo status e prestigio que proporciona.
As três formas legítimas de dominação são puras ou ideais:
Tradicional (onde o poder é habitual, herança de poder. Ex.: príncipe, monarca);
Carismática (A confiança pessoal na revelação, heroísmo. Ex.: profeta, senhor da guerra, demagogo);
Da Legalidade (as pessoas acreditam nos critérios e regras utilizados, em estatutos criados. Ex.: servidor público).
Os critérios são obedecidos pelos dominados através de sentimentos de medo e esperança.
O domínio carismático do chefe tem um destaque especial por ser mais comum no ocidente, principalmente com a figura do demagogo, que para alcançar o poder, a dominação, se utiliza além da violência legitimada, da retribuição material e prestigio social que possibilita a quem lhe é obediente. Ele surge no Estado moderno cuja característica é a separação entre funcionários e trabalhadores burocráticos e os meios de gestão, criando assim, o funcionário público e o “político profissional”. Fazendo uma distinção entre os que vivem da e os que vivem para a política no contexto material e não ideológico.
Através da concepção de política como profissão, foram criadas as formas modernas de se fazer política, de maneira mais dinâmica com critérios plutocráticos onde o partido que possui mais recursos econômicos elege mais políticos e consequentemente detêm mais poder. Dessa forma a luta partidária se torna também uma luta por metas e programas, objetivando além da ideologia, uma disputa por poder e cargos. Segundo Weber há no Estado Moderno a tendência a corrupção e ao apego a máquina, “uma tendência que leva a criação de uma casta de filisteus corruptos”.
Surgimento dos funcionários públicos e políticos. O homem de letras, o jurista, o jornalista, são profissionais políticos que estão em torno do chefe para auxilia-lo; são contratados e subordinados a estratégia determinada por ele, e todos seguem seu chefe-político. O autor sugere nesse momento que na moderna democracia há uma mudança importante nesses funcionários, pois o antigo grupo de notáveis, como eram os conselheiros, são substituídos por especialistas voltados a política de massas. O jornalista e o advogado ganham destaque na organização do partido moderno, pois são as profissões que dão suporte ao tipo de político demagogo, mais comum no ocidente.
Os partidos e o governo passam a se organizar como empresas com funcionários fixos e eventuais que são os militantes e contratados em eventos de campanhas políticas. O líder carismático tem a seu favor a idolatria dos seus funcionários e seguidores “Idealmente, uma das molas mestras é a satisfação de trabalhar com a dedicação pessoal leal por um homem, e não apenas por um programa abstrato de um partido constituído de mediocridades. Sob esse aspecto, o elemento ‘carismático’ de toda liderança funciona no sistema partidário”. Caracterizando, portanto duas posições complementares entre si: a do politico distribuidor de cargos e o funcionário público subordinado a ele.
A política pode ser exercida por todos como atividade principal e ocasionalmente, de acordo com o autor “todo homem sério, que vive para uma causa, vive também dela”, porém existem dois tipos de político profissional: o que vive “para” política e o vive “da” política, sendo que quem vive “para” a política vive para defender uma causa, um ideal interior, a diferença de quem vive “da” política é a questão econômica que faz da política uma fonte de renda permanente transformando a política em uma profissão principal para os que vivem exclusivamente dela, contudo, surge daí o sistema plutocrático, onde o partido que tenha mais recursos financeiros passa a ter maior poder e a eleger maior numero de políticos. Esse modelo aliado à separação entre funcionários do Estado e os meios de gestão cria uma disputa entre partidos não somente pela ideologia de ideias mas também e principalmente pelo controle da renda e da geração de empregos pelo Estado estabelecendo portanto uma tendência à corrupção como destaca Weber: . “uma tendência que leva a criação de uma casta de filisteus corruptos”.
O Estado Moderno criou o funcionalismo publico, ou seja,” um grupo de trabalhadores especializados, altamente qualificados e que se preparam, durante muito tempo, para o desempenho de sua tarefa profissional, sendo animados por um sentimento muito desenvolvido de honra corporativa, em que se realça o sentimento da integridade”. São profissionais atuantes nas diversas áreas como o financeiro, o exército e o jurídico, esses funcionários de carreira triunfaram definitivamente – sobretudo nos países centrais. Definidos em dois seguimentos do funcionalismo no Estado Moderno, os funcionários de carreira, legitimados pela sua competência, e o funcionário político.
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