SERVIÇO SOCIAL: A ILUSÃO DE SERVIR
Por: Natália Garcia • 25/11/2018 • Relatório de pesquisa • 1.988 Palavras (8 Páginas) • 441 Visualizações
Acadêmica do Curso de Serviço Social: Natália Caroline Garcia Da Silva – 1º semestre – ULBRA, Introdução ao Serviço Social
RESENHA TEMÁTICA: Livro Identidade e Alienação – Autora: Mª Lucia Martinelli
APRESENTAÇÃO DO TEMA
As transformações das sociedades urbanoindustriais, resumidas na periodização apresentada, contêm mudanças ininterruptas da base técnica subjetiva do processo de trabalho para uma base objetiva crescente, através da mecanização e informatização, buscando racionalizar o controle do trabalho, impor os ritmos A vontade de neutralizar quaisquer práticas de resistência dos assalariados e a tentativa de consagrar a empresa como o espaço eficiente harmônico, sem conflitos, perfeito, exato, calculável, previsível, programado, programável, eficiente e, mais recentemente, de excelência impulsionou continuamente essa alienação do Assistente Social na suaas praticas iniciais ( década de 40 ).
SERVIÇO SOCIAL: A ILUSÃO DE SERVIR
Marx confirgura o capitalismo um determinado modo de produção, o capital uma relação social. Capitalismo esse que é mais uma troca monetária, mas essencialmente marcado pela dominação do processo de produção pelo capital. A história do capitalismo é a história das classes sociais. É complicada a precisão do dado momento em que surgiu o capitalismo, no entanto, o que melhor marca sua predominância é a posse e o uso da propriedade privada, assim como a dos meios de produção e a exploração de uma classe sobre a outra. E todas as transformações que vão ocorrendo, aos poucos, no âmbito social. A posse do monopólio sem o conhecimento e intervenção do proletário só intensificam uma luta de classe. No entanto, esse ciclo se tornou insano, gerando um abismo de desigualdades sociais, onde uns parecem ser melhores que os outros, uns poucos privilegiados e uma legião de moribundos.
Assim, acumular riquezas, num pólo, significava expandir pobreza no outro, generalizar miséria, pois o signo da desigualdade que marca o regime capitalista e dá sustentação a uma sociedade estruturada em classes antagônicas, imprimia ao processo social uma dinâmica injusta e ilegítima que impediu o trabalhador de se apropriar até mesmo da parcela de valor por ele criada com seu trabalho. Menos por razões éticas e sociais e mais em defesa do regime, ao longo do tempo a burguesia se viu compelida a rever suas estratégias de assistência aos pobres.
Ainda no final do século XIX “o operário era possuidor de direitos que a própria Revolução Francesa proclamara, entre os quais de colocava desde o direito à liberdade pessoal e à vida digna, até o direito à igualdade e à assistência, quando necessária” (MARTINELLI, 2007, p. 61). Tudo isso teoricamente falando, por que na prática ocorria quase como nos dias de hoje.
“A origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variações que a ele estão subjacentes – alienação, contradição, antagonismos – pois foi neste vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido” (MARTINELLI, 2007, p. 66).
O Serviço Social foi, então, mais um instrumento da burguesia, juntamente com a igreja e o Estado para apaziguar as possíveis manifestações individuais e coletivas e assim manter a ordem.
OS ARDIS DO CAPITALISMO
A consolidação do crescimento do Capitalismo afirmou que suas transformações não se restringiam apenas ao campo econômico, mas que tocavam na sociedade como um todo. Sendo que, trazendo consigo o dilema da contradição, acentuando as desigualdades e criando grandes fissuras na divisão de classes. Tudo isso, aliado ao processo exercido pela classe trabalhadora, dava aos burgueses a falsa impressão de que o Capitalismo estava plenamente consolidado.
A exploração já não era aceita de maneira passiva e os descontentamentos já eram visíveis e começavam a dar os primeiros sinais de revolta. Deste mesmo modo, os Sindicatos já estavam mais unidos e fortalecidos e não se intimidavam com os discursos “apaziguadores” da Burguesia. Foi, portanto, a exploração sobre cada trabalhador individual que os levou a dar-se conta da rede de relações na qual estavam inseridos e buscaram assim formar a coletividade. Para isso era necessário se desamarrar das ilusões criadas pelo Capitalismo, assim como se inserir no contexto das discussões políticas da época. Os simples movimentos de classes passaram a ser movimentos políticos de classe, tendo como cenário algo além da indústria, a sociedade. “Foram, porém, os movimentos associativos, a prática sindical, os movimentos sociais, enfim, que tornaram possível a marcha ascendente de sua consciência em direção à classe política e a luta de classes” (MARTINELLI, 2007, p. 74).
Todos esses fatores levaram a Burguesia a perder um pouco de sua influencia, assim como o Capitalismo já era combatido pela classe Proletária, que estava bem mais organizada. Exatamente no final do século XIX o crescimento político da classe trabalhadora era bastante visível e ativo. Além de tudo isso, o modo de produção vigente (que queria o máximo de lucros) exauria as forças dos trabalhadores, de maneira que a grande quantidade de mão-de-obra excedente era melhor ainda, para substituir àqueles que haviam sido ‘sugados’ pelo dispêndio exagerado da força de trabalho e precisavam ser substituídos. Na Europa, “havia uma grande massa de camponeses empobrecidos, vagando (...), entre a revolta e a submissão” (MARTINELLI, 2007, p. 78).
SERVIÇO SOCIAL ROMPENDO COM A ALIENAÇÃO
Durante o século XX as coisas começavam a entrar numa situação de estabilidade, sendo que esta durou pouco e foi atropelada pelos problemas políticos, sociais e econômicos. Enquanto isso, a classe operária havia evoluído da simples prática sindical para a prática política.
Com uma estabilidade economia e sociais fragilizados atrelados à incidência constante da luta operária levaram a duas perspectivas importantes: a ‘questão social’ no centro da discussão histórica e o capital não mais como o grande dominador das relações. O Capitalismo (a economia) entrava numa crise jamais vista (por causa da Segunda Guerra Mundial) o que fez necessária a intervenção do Estado. Dentre as ações dele criou-se uma nova forma de Capitalismo, o Monopolista. Iniciou-se também uma nova repressão sobre os sindicatos, o que contrariamente fortaleceu ainda mais a consciência de classe dos trabalhadores.
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