Serviço Social nas instituições- hegemonia e prática
Por: Edilene Lima • 28/4/2015 • Dissertação • 1.098 Palavras (5 Páginas) • 2.089 Visualizações
Serviço Social nas instituições- hegemonia e prática
FALEIROS, Vicente de Paula. Saber Profissional e Poder Institucional. 5ª Edição. Editora Cortez.
O desafio de enfrentar a prática institucional requer compreensão de vários pontos de vista teóricos e da sua atuação. Há o entendimento teórico a respeito da prática profissional, mas os profissionais em campo estão na expectativa por ações que atinjam um objetivo, ressaltando que para chegar a esse fim é necessário analisar o problema das instituições, do Estado, das classes e das teorias profissionais.
As instituições estão condicionadas as normas impostas pelas classes dominantes, cujo pensamento é de não levar em consideração os conflitos e as mudanças sociais e contraditórias ocorridas, o qual as instituições fazem parte. Segundo Foucault as instituições possui o papel de tornar os indivíduos submissos e dá a eles utilidade, ou seja, suas ações são vigiadas e controladas onde recebem obrigações que devem ser cumpridas e são feitas anotações, perícias, entrevistas etc, a seu respeito e aqueles que não estão dentro das normas são punidos. É uma lugar onde existe o poder disciplinador sobre os indivíduos para adequá-los as normas exigidas, com o intuito de manter a instituição funcionando normalmente de maneira que os conflitos sejam eliminados, a ordem social mantida, seja possível explorar a força de trabalho e os níveis de exigências aumentados para que esses indivíduos fiquem cada vez mais dominados.
O Serviço Social fica responsável por zelar pelos indivíduos e prestar-lhes assistência, precisa está atento as brechas deixadas pelas classes dominantes para definir sua atuação, sem resumi-la a uma mero prestador de auxilio e compensador de carências. Portanto, só é possível entender a assistência social dentro do processo de produção capitalista e de produção de mercadorias se compreendermos o processo de exploração do trabalho livre.
Nos dias atuais os trabalhadores não possuem os meios de produção, de acesso ao consumo e emprego. É necessário, primeiramente, a garantia do trabalho para depois do emprego ou da relação de contrato onde é colocado a sua força de trabalho a disposição de outra pessoa, isso torna-se a base da ordem jurídica-econômico do sistema capitalista, cuja manutenção destes trabalhos e empregos são de responsabilidade do Estado e dos órgãos privados.
Há uma relação de dependência do trabalhador ao capital, pois os meios que tem para sobreviver está inserido no capital variável e quando não há condições de trabalhar, perde-se o meio de garantir sua subsistência. Assim o trabalhador passa a recorrer aos serviços e recursos do Estado para enfrentar essa situação, recursos estes que lhes dão condições mínimas de se manter.
Dentro desse processo de produção o trabalhador pode perder sua capacidade de trabalhar e de várias maneiras isso pode ocorrer, como acidentes e nesse caso recebe uma quantia em dinheiro pelo ocorrido. Os seguros sociais dão aos trabalhadores garantias e acesso a serviços que aliado a assistência lhes permitem a continuar consumindo, ressaltando que a assistência não se trata de doação, mas um direito do trabalhador cujos os recursos são extraídos do processo de exploração dele, não é uma atitude de boa vontade das classes dominantes, trata-se de uma manobra onde é prestado assistência com a ideologia de bem-estar para manter o controle social,pois a classe trabalhadora insatisfeita e unida pelo objetivo de luta por seus direitos torna-se uma ameaça ao processo de produção e ao domínio das classes dominantes. E as instituições através desses serviços prestados servem para desfazer e fracionar o potencial de luta dos trabalhadores com as informações, controle e manutenção conseguem fazer mediações dos conflitos.
No Brasil, a burocracia acontece de forma centralizada e as decisões mais importantes estão na responsabilidade de poucos e os trabalhadores ficam desinformados em relação a seus pedidos e demandas, por isso fica incumbido as instituições o papel de fazer visitas, entrevistas, reuniões, registros e relatórios, percebe-se que o assistente social é um funcionário público, mas ainda não está inserido corretamente no cargo público, pois é restrito por ser um agente mediador subordinado e devido a disputa com outros profissionais pelo mesmo campo de atuação. As instituições onde esses profissionais trabalham são espaços de lutas em que os objetivos das classes dominantes se integram socialmente para administrar de forma política, organizada, consciente e com base teórica possam agir com a finalidade de alcançar resultado a longo, médio e curto prazo.
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