TEMPO E MÉTODOS

1.2 TEMPOS E MÉTODOS

Ao se falar em Tempos e Métodos (T&M) é necessário verificar as mudanças ocorridas na organização do trabalho com os princípios de Taylor.

1.2.1 Taylorismo

Segundo Iida (2005), a palavra Taylorismo surgiu de Frederick Winslow Taylor nascido em 1856, sendo um engenheiro que iniciou seu movimento de “administração científica” do trabalho no final do século XIX, sendo notável pela publicação da obra “Princípio de Administração Cientifica” no ano de 1912.

Afirma Iida que as principais idéias de Taylor naquela época eram que o trabalho fosse dividido em tarefas e que cada uma delas houvesse o método correto de executá-las, por meio de tempos estabelecidos e ferramentas adequadas. Com a divisão das responsabilidades, coube a gerência definir os métodos e tempos de maneira que o operário conseguisse se concentrar somente na execução de sua atividade.

Com o taylorismo veio, também, o pagamento de incentivos fiscais, a padronização de métodos e a cronometragem. O pagamento de incentivos foi a maneira que se encontrou para medir a produtividade do trabalhador, ou seja, aqueles cuja produção era maior arrecadariam maiores valores monetários pelo seu trabalho, contribuindo para que o trabalhador aceitasse padrões de trabalhado não condizentes com sua realidade (IIDA, 2005).

Rosa (s.d.) afirma que os pontos principais da Filosofia de Taylor consistem nos seguintes itens: necessidade que o operário realize durante um dia de trabalho produção aceitável; ter um método apropriado para a execução de todo e qualquer trabalho; instruir o operário para que execute de forma adequada seu trabalho; fixar as condições que o trabalho deve ser desenvolvido; estabelecer tempo padrão para a realização do trabalho; pagar um prêmio em forma de salário ao operário, quando este executar seu trabalho conforme solicitado.

Os fatores expostos no parágrafo anterior foram os responsáveis pela resistência dos trabalhadores ao taylorismo, pois os métodos e os tempos-padrões, determinados pela alta gerência para a execução das atividades, nem sempre condiziam com as situações reais do local e a individualidade dos trabalhadores que realizavam seus trabalhos de forma imperativa. Além disso, houve a desapropriação do conhecimento do trabalho que era dominado pelos trabalhadores, provocando neles desinteresse e não-comprometimento nos resultados da organização (IIDA, 2005).

Tudo isso, gerou nos trabalhadores revolta e opressão que acabaram reagindo com descumprimento das regras impostas, desajustando máquinas e, intencionalmente, prejudicavam a qualidade dos produtos. A resistência chegou ao nível de movimentos coletivos e sindicais, questionando o poder da alta gerência na determinação do que deveria ser realizado sem ouvir ou dar satisfação aos operários (IIDA, 2005).

O referido autor, Iida, (2205), diz que atualmente muita coisa mudou, os trabalhadores são dotados de mais conhecimentos possuindo mais informação e estão mais organizados, portanto não aceitam qualquer determinação imposta pela gerência. Em relação a remuneração, nem todos estão motivados apenas com o valor a ser ganho, mas por outros fatores como, por exemplo, a auto-realização, coleguismo, justiça, respeito e reconhecimento pelo seu trabalho a não ser aqueles com menor renda e temperamentos individualistas.

Desta forma, Iida (2005) afirma que tanto a resistência dos trabalhadores quanto os novos conhecimentos científicos relacionados à natureza do trabalho, influenciaram para que a gerência repensasse sobre as suas posições no decorrer do século XX. Afirma ainda o referido autor que o trabalho moderno tem como característica principal a flexibilidade e o respeito pelas diferenças de cada operário, gerando no trabalhador liberdade para tomar decisões sobre seu trabalho.

Outro elemento que vem sofrendo mudanças é o ambiente físico, pois as fábricas estão adquirindo aspectos diferenciados com máquinas modernas, as quais possam ser utilizadas eficientemente pelo operador, temperatura e iluminação adequadas, a fim de se criar um agradável ambiente, e espaços organizados para um bom relacionamento com os colegas e supervisores (IIDA, 2005).

1.2.2 Conceitos de Tempos & Métodos

Segundo Machado e Hueb (s.d., p.1), Tempos e Métodos (T&M) “é o estudo sistemático dos sistemas de trabalhos”, tendo como objetivos o desenvolvimento de sistema e método preferido, padronização deste método, definição do tempo ideal para desenvolver uma tarefa e orientação dos trabalhadores para utilizar o método preferido por meio de treinamentos. A aplicação de T&M abrange desde os processos produtivos de fabricação de produtos em geral até supermercados, caixas de bancos e a construção civil.

Desta forma, o estudo de tempos é utilizado para definir o tempo ideal onde uma pessoa, treinada e qualificada, possa executar uma determinada atividade. Os equipamentos utilizados para a mensuração do tempo são cronômetros decimais, máquina para registro de tempos, tacômetro, régua de cálculos e folha de observações (MACHADO e HUEB, s.d.).

Por sua vez, o estudo dos métodos tem como objetivo “a procura, análise e implantação de rotinas mais eficientes e eficazes para a realização da tarefa” (ROSA, s.d., capítulo 1-1). Para isso, é necessário os engenheiros de tempos e métodos determinar a maneira que o trabalhador irá executar sua atividade, levando em consideração as seguintes regras (CAMPOS, s.d., p.107):

 Regras básicas para o uso do corpo

• As duas mãos devem começar e completar os movimentos de uma só vez;

• Os movimentos dos braços devem ser executados de forma simétrica, em direções opostas simultaneamente;

• Os movimentos das mãos devem ser facilitados e simplificados;

• Usar força da gravidade para o transporte de peças;

• Dar preferência aos movimentos angulares contínuos, aos de linha reta com mudança brusca de direção; os movimentos em arco são também mais rápidos, fáceis e precisos do que os retilíneos;

• O corpo deve trabalhar na vertical

 Regras básicas para ferramentas e utensílios do local de trabalho

• Deverá ter um local fixo, definido, para as ferramentas e materiais;

• Os instrumentos e componentes