Titularização E Risco Moral: Determinantes Da Crise f«Financeira Internacional

TEXTO APRESENTADO NAS PRIMEIRA JORNADAS CIENTÍFICAS DOINSTITUTO SUPERIOR LUSÍADA DE ANGOLA, POLO DE BENGUELA

RESUMO

O presente texto procura explicar as causas da actual crise financeira internacional. O que os economistas entendem por crise financeira não é mais do que um estado de generalizada corrupção no funcionamento dos mercados financeiros, resultante dos problemas de selecção adversa e risco moral, e se afigura como uma profunda desvalorização dos activos que acaba por instaurar uma onda de intensa desconfiança entre os agentes e as instituições, empobrecendo os indivíduos e, com frequência, acarreta a falência de diversas instituições, o que acaba por gerar uma vaga de ardorosas manifestações sociais. De acordo com Roubini e Mihm (2010), a crise financeira internacional de 2007/2008 emergiu de uma bolha imobiliária fora de controlo algures entre 2005 ou 2006 nos EUA. Um segmento específico de créditos conhecidos como hipotecas subprime (crédito de má qualidade) dilacerou o sistema financeiro global por via de um processo designado securitização, que consiste em uma Instituição Financeira Monetária ou Bancária especializada em hipotecas vender um pacote formado por hipotecas conjuntamente com outros créditos a um SPV, um veículo de titularização, que é geralmente um banco de investimentos, que acaba por emitir novos títulos com base nessa carteira de créditos. Na véspera da crise, o excesso de liquidez gerado pela baixa das taxas de juros após os ataques terroristas de “11 de Setembro” nos EUA e também pelos empréstimos que este recebeu de países como a China facilitou o surgimento do crédito subprime. Este crédito e uma série de outros produtos financeiros exóticos e tóxicos fabricados nas fornalhas temerárias da engenharia financeira de Wall Street, como os títulos colateralizados (por hipotecas), ou CDO, e os seguros de créditos de incumprimento, conhecidos por CDS, deram forma à crise financeira internacional mais gravosa de todos os tempos a seguir à grande depressão.

Palavras-chave: crise financeira internacional; securitização; risco moral; subprime; CDO; CDS;

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