Observação da diversidade em dois fragmentos de Mata Atlântica do Parque Cremerie de Petrópolis/RJ
Por: rosanabiologia • 22/2/2016 • Relatório de pesquisa • 2.369 Palavras (10 Páginas) • 506 Visualizações
CONSÓRCIO CEDERJ – PÓLO PETRÓPOLIS
Disciplina: Populações, Comunidades e Conservação
Relatório prática de campo – Aulas 29/30
Tutor Presencial: Cíntia
Observação da diversidade em dois fragmentos de Mata Atlântica do Parque Cremerie de Petrópolis/RJ
ALUNO: Rosana Vieira Bezerra
MAT.: 11211020192
Petrópolis – RJ
Abril/2015
1. INTRODUÇÃO:
A Mata Atlântica, dentro dos ecossistemas mundiais, é destaque devido ao ritmo acelerado de devastação ambiental. Originalmente, abrangia uma área equivalente a 1.315.460 km2 e estendia-se ao longo de 17 Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí). Hoje, restam 8,5 % de remanescentes florestais acima de 100 hectares. É um Hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta e também decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988. A composição original da Mata Atlântica é um mosaico de vegetações definidas como florestas ombrófilas densa, aberta e mista; florestas estacionais decidual e semidecidual; campos de altitude, mangues e restingas (SOS MATA ATLÂNTICA)
As florestas tropicais são caracterizadas por conter, no geral um grande número de espécies por unidade de área, parâmetro que reflete na complexidade do ecossistema, em que se observa o predomínio de uma alta variabilidade de espécies, com padrões bastante distintos de distribuição de seus indivíduos e uma alta frequência de espécies endêmicas, o que determina uma maior dificuldade para seu entendimento e, portanto, para a sua conservação (Kageyama, 1987).
A comunidade biótica é qualquer conjunto de populações que vivem numa área determinada ou habitat físico, é uma unidade organizada na medida em que tem características adicionais às das suas componentes, indivíduos e populações e funciona como uma unidade mediante transformações associadas. As comunidades possuem uma unidade funcional precisa, com estruturas tróficas e padrões de corrente de energia característicos. (Odum, 2001)
Uma das medidas mais simples em busca de caracterizar a estrutura e o funcionamento de uma comunidade é catalogar o número de espécies, ou seja a riqueza de espécies.Segundo Ricklefs (2003), a estrutura da comunidade pode ser esboçada através de teias alimentares que mostram as relações de alimentação entre as espécies dentro da comunidade. Modelos quantitativos de padrões da diversidade são utilizados para investigar os processos de distribuição das espécies em uma comunidade. Um deles é a variação na abundancia relativa entre espécies dentro de uma comunidade, que mostra como o número de espécies aumenta com o tamanho da amostra. Vários índices de diversidade têm sido utilizados para contabilizar as variações na abundância ao comparar a diversidade das amostras em diferentes fragmentos da comunidade.
Diante o exposto, o presente estudo, objetiva, uma análise quantitativa através dos índices de diversidade das espécies arbóreas, assim como a cobertura de dossel e herbáceas, além da observação qualitativa da herboria por insetos em dois fragmentos de uma comunidade de Mata Atlântica No Parque Cremerie de Petrópolis/RJ.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.a Área de Estudo:
A coleta de dados ocorreu no dia 18 de Abril de 2015 no Parque Cremerie de Petrópolis/RJ. Localizado em área de preservação ambiental, os 47 mil metros quadrados. Foram analisados duas áreas do parque sendo uma mata aberta e outra fechada.
[pic 1]
2.b Amostragem
A aula de campo teve por fim a coleta de dados em duas áreas diferentes. Nas duas áreas foram feitas a demarcação com barbante, separando estas em 18 quadrats. Com o auxílio da trena, foram medidos 8 quadrats medindo 2m x 2m cada.
[pic 2]
Foram sorteados aleatoriamente entre os 9 quadrats de cada área, 4 quadrats para serem realizadas as análises e coleta de dados. (Figuras 1 e 2)
Figura 1 – Quadrats Área fechada (marcados com x quadrats sorteados para análise)
1 | 2 x | 3 x |
4 | 5 x | 6 |
7 | 8 x | 9 |
Figura 2 – Quadrats Área aberta (marcados com x quadrats sorteados para análise)
Foram separados três grupos, dois grupos, cada um com 4 alunos,ficou responsável por 4 quadrats escolhidos aleatoriamente na área 1 pela tutora presencial, coletando dados sobre as espécies arbóreas, medindo o diâmetro (DAS), altura, e determinando cada um morfotipo presente nos quadrats. O Morfotipo para determinar as espécies baseou-se nas características das folhas. O mesmo procedimento foi realizado na área 2.
O Terceiro grupo, formado por dois alunos, ficou responsável pela coleta dos dados sobre as herboreas observando a cobertura do dossel e a cobertura do chão, analisando dois pequenos quadrats (50cm x 50 cm cada) em duas diagonais, sendo estas em pólos opostos nos quadrats sorteados tanto da área 1 como na área 2.
Para a coleta de dados sobre as espécies arbóreas , foi utilizada fita métrica para medir o perímetro para posterior cálculo do diâmetro utilizando a fórmula (D=P/) onde D é o diâmetro, P o perímetro e = 3,14. Espécies com menos de 3 cm de perímetro, não foram consideras no estudo .
[pic 3]
1 | 2 X | 3 |
4 X | 5 | 6 X |
7 | 8 X | 9 |
Figura – Aluna (Pólo Petrópolis) medindo perímetro espécie arbórea
[pic 4]
Para estimar a altura, foi feita a visualização do morfo tipo arbóreo, estimando a altura aproximada do mesmo, com o auxílio do restante do grupo. E as informações sobre presença e ausência de lianas e epífitas também foram feitas a partir da observação de cada indivíduo.
Quando a coleta de dados sobre a cobertura do dossel por arbóreas e a cobertura do solo pelas herboreas, foi utilizado um pequeno quadrat de 50x50cm, dividido 5x5 cm. Esse quadrat foi colocado em duas diagonais (anterior direita e posterior esquerda) de cada quadrat de 2x2 metros e a partir dele foi observada a cobertura vegetal do solo, eliminando os quadrats que não era possível ver cobertura, e estimando uma porcentagem a partir dos quadrats que tinham cobertura vegetal, pois, o quadrat era dividido em 100 pequenos quadrats de 5cm (ambos os lados), que logo equivale a100%. Esse pequeno quadrat, foi posicionado acima da cabeça, e os alunos responsáveis olhavam para cima através do pequeno quadrat estimando a porcentagem da cobertura total de dossel através da contagem dos pequenos quadrats onde havia presença de dossel. Para estimar o percentual da cobertura total de herbáceas, o pequeno quadrat, foi posicionado nas mesmas diagonais onde havia sido observada a cobertura de dossel, e posicionado o pequeno quadrat próximo ao solo, também olhando através dele e contando os pequenos quadrats onde havia presença de herbáceas.
...