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Parasita:Malaria

Por:   •  7/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.430 Palavras (10 Páginas)  •  314 Visualizações

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DOENÇAS PARASITÁRIAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS:
OS DESAFIOS NO CONTROLE E ELIMINAÇÃO DA MALÁRIA

Flaviane Andrade Cruz, Patrícia Germano da Silva
Universidade Paulista

        

Resumo – Certas regiões do mundo ainda sofrem com a ação dos parasitas, que se aproveitam das condições precárias de sobrevivência, em ambientes que propiciam sua reprodução e transmissão, em alguns casos uma saúde pública deficitária ou até mesmo inexistente, resultando em milhares de vidas dizimadas. Este estudo tem como objetivo retratar todos os aspectos que envolvem a malária, desde o modo em que seu parasita age até os esforços das organizações e governos para a erradicação total desta enfermidade.

Palavras-chave: parasitas, OMS, malária.

1 – INTRODUÇÃO

Dentre as principais doenças parasitárias temos a malária, a doença de Chagas, a doença do sono, a leishmaniose e a esquistossomose. Tais doenças são endêmicas nas regiões tropicais e subtropicais, com maior incidência nas populações de baixa renda presentes nos continentes da África, Ásia e América Latina. Por conta do baixo investimento em pesquisas, produção de medicamentos e no seu controle estas enfermidades são responsáveis por uma alta taxa de morbidade e mortalidade no mundo (VASCONCELOS et al., 2002).

As grandes indústrias farmacêuticas destinam suas verbas para a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos aos quais serão comercializados com uma maior geração de lucros, sendo assim, as doenças parasitárias que afetam regiões com baixo poder aquisitivo, pacientes pobres não se tornam atrativos para gerar o retorno financeiro. Por conta disto, em 2003 foi criado o Drugs for Neglected Diseases Initiative (DNDi), uma organização sem fins lucrativos, que tem como principal objetivo a pesquisa e o desenvolvimento de novos tratamentos para as doenças negligenciadas.

Entre os grandes avanços apresentados pela DNDi, temos o desenvolvimento de dois tratamentos para malária, são eles: ASAQ e ASMQ.

  • ASAQ foi lançado em 2007, resultado de uma parceria entre a iniciativa DNDi e o grupo farmacêutico Sanofi, em uma dose que combina artesunato + amodiaquina, administrado de 1 a 2 tabletes por dia, durante três dias, com um preço de 0.5 dólares para o uso infantil e 1 dólar para o uso adulto, voltado para o tratamento da malária presente no sul da África.
  • ASMQ lançado em 2008, fruto de uma iniciativa entre DNDi, Brasil e Ásia, por meio de um projeto de consórcio chamado FACT, produzido pela companhia farmacêutica brasileira Fiocruz, combinando artesunato + mefloquina, com baixo risco de resistência, destinado para o tratamento da malária na América Latina, Sudeste da Ásia e África.

Este artigo apresenta os detalhes sobre a malária, desde a reprodução do parasita, modo de transmissão, medidas de prevenção, principais tipos de tratamentos, além de dados presentes no relatório da OMS para se ter a exata dimensão do tema.

2 – MALÁRIA

A malária é uma doença infecciosa, não contagiosa, febril, potencialmente grave, causada por um parasita do gênero Plasmoudium, em quatro espécies que afligem o homem, são elas: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale.

2.1 – Espécies parasitárias

Dentre eles o Plasmodium falciparum, é o responsável pelo maior número de morbidades e mortalidade, isto se deve pela rapidez em que ele se multiplica na corrente sanguínea, podendo destruir de 2% a 25% do total de hemácias presentes no organismo e consequentemente causando um quadro de anemia grave. Além de que os glóbulos vermelhos infectados sofrem mutação e se tornam mais adesivos, causando pequenos coágulos que podem gerar embolias e tromboses. Por conta da gravidade e agressividade da ação deste parasita, é recomendado o tratamento em até no máximo 24 horas após o início da febre (CAMARGO, 2003).

Já a espécie Plasmodium vivax age de uma forma menos abrasiva no organismo, podendo atingir até 1% das hemácias, na maioria dos casos ele não é mortal, desde que seja diagnosticado e seja tratado da maneira adequada. A maior dificuldade neste caso é por causa de ficar alojado no fígado por um longo período, o que demanda uma atenção maior no seu tratamento, até ser completamente eliminada, a infecção também pode diminuir o número de plaquetas, induzindo a um diagnóstico equivocado de Dengue. O Plasmodium malariae apresenta os mesmos indícios clínicos do Plasmodium vivax, sua única peculiaridade é que o paciente que já foi infectado pelo parasita, mesmo realizando todo o tratamento poderá desenvolver a doença novamente. O Plasmodium ovale tem os efeitos similares ao Plasmodium vivax, sendo mais comum no continente africano.

2.2 – Ciclo do parasita

O ciclo de vida do plasmódio envolve uma fase sexuada exógena dentro do organismo do mosquito do gênero Anopheles e uma fase assexuada endógena no organismo humano. No caso das fêmeas do mosquito Anopheles, elas necessitam de sangue em sua alimentação para o amadurecimento dos seus ovos e possibilitar a oviposição. Ao ingerir o sangue de um hospedeiro humano que contenha as formas sexuadas do parasita inicia-se no interior do seu estômago uma fecundação e formação de um ovo ou zigoto. Este zigoto migra através da célula do estômago do inseto e posiciona-se entre a membrana basal. Após isto, chegam às glândulas salivares, as quais poderão, no momento da picada, ser inoculadas no ser humano.

Já no processo de reprodução do plasmódio no homem inicia-se a partir do momento que o inseto infectado injeta uma pequena quantidade de saliva que contém o esporozoíta. Nos 30 minutos iniciais eles circulam livremente pela corrente sanguínea, alguns passam por fagocitose, mas vários deles podem alcançar o fígado, e no interior das células hepáticas, os plasmódios passam por uma primeira divisão assexuada. Após alguns dias, tendo produzidos milhares de novos parasitas, a célula do fígado se rompe e os plasmódios tem acesso ao sangue e invadem os glóbulos vermelhos. Novamente, se multiplicam de forma assexuada, em ciclos variáveis de 24 a 72 horas. Depois de 3 ou 4 ciclos aparecem os sintomas da doença. Este intervalo que vai desde a picada infectante até o início dos sintomas é conhecido como Período de Incubação e dura em média 15 dias (TARANTO et al., 2006).

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