Explicar o mecanismo de ação tóxica do paracetamol.
Por: Rennan Loiola • 30/4/2015 • Relatório de pesquisa • 385 Palavras (2 Páginas) • 387 Visualizações
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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Centro de Ciências da Saúde – CCS
Curso de Farmácia
Toxicologia e Análises Toxicológicas
Orientador: Fabia Maria Barroso
Aluno: Rennan Soares Loiola – 1311766/7
Explicar o mecanismo de ação tóxica do paracetamol.
O paracetamol possui forte ação antipirética, ação analgésica média e fraca ação anti-inflamatória. Nas doses terapêuticas usuais é bem tolerado, ocorrendo, esporadicamente, erupção cutânea e outras reações alérgicas. O efeito adverso mais grave é a necrose hepática fatal, que ocorre após superdose de paracetamol. A lesão hepática se desenvolve através da atividade do seu metabólito intermediário, resultante da biotransformação hepática. Na biotransformação desse fármaco, uma pequena parte da dose, após N-hidroxilação mediada pelo citocromo P-450, dá origem ao N-acetil-benzoquinonaimina, que é altamente reativo. Normalmente, este metabólito reage com o grupamento sulfidril da glutationa e é excretado como ácido mercaptúrico na urina. No entanto, após o uso de altas doses de paracetamol, ocorre saturação nas reações de conjugação com o ácido glicurônico e o sulfato, fazendo com que este metabólito, ao consumir cerca de 70% de glutationa hepática possa reagir com proteínas hepáticas. O metabólito liga-se de forma covalente a macromoléculas celulares, acarretando, acarretando disfunção dos sistemas enzimáticos e desarranjo estrutural e metabólico. Além disso, a depleção de glutationa intracelular torna o hepatócito altamente suscetível ao estresse oxidativo e à apoptose.
Explicar porque as crianças são menos suscetíveis à intoxicação por paracetamol.
As crianças tem menor capacidade de glicuronidação de fármacos quando comparadas com adultos. Uma pequena proporção do paracetamol sofre N-hidroxilação mediada pelo citocromo P-450, de modo a formar N-acetil-benzoquinonaimina, um intermediário altamente reativo e metabólito que normalmente reage com grupo sulfidrila da glutationa, tornando-se assim inofensivo.
Explicar o tratamento a ser dispensado no paciente intoxicado por paracetamol.
Quando houver história sugestiva do uso de doses excessivas, o tratamento deve ser iniciado mesmo antes da comprovação pelos resultados laboratoriais.
- Deve-se proceder a lavagem gástrica, no máximo 4 horas após a ingestão do fármaco.
- Não administrar carvão ativado, pois este pode absorver o antídoto, N-acetilcisteína, reduzindo sua eficácia.
- A administração via oral de N-acetilcisteína, composto sulfidril que estimula a síntese hepática de glutationa, é o tratamento de escolha. O tratamento deve ser iniciado no máximo no máximo 8 a 10 horas após ingestão, sendo praticamente ineficiente após 5 horas.
- A diálise por um período de 3 horas também é recomendada, pois retira cerca de 58% dos metabólitos da dose administrada.
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