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A Complexidade do Esporte Adptado

Por:   •  23/4/2019  •  Resenha  •  527 Palavras (3 Páginas)  •  425 Visualizações

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A Complexidade do Esporte Adptado

A inserção das pessoas com necessidades especiais (PNEs) na sociedade em geral tem sido uma das preocupações mundiais. A inclusão dessas pessoas têm sido o eixo de discussões entre pesquisadores e estudiosos em vários eventos e publicações na área da educação especial, tanto em nível nacional como internacional.

Segundo Andrade (1999), nos anos de 1930 o Brasil passou por uma mudança conjuntural significativa, que foi o processo de industrialização e urbanização, e nesse contexto a educação física tinha a função de fortalecer o trabalhador para melhorar a sua capacidade produtiva, estabelecendo a relação entre corpo eficiente e corpo produtivo. Após a Segunda Guerra Mundial iniciou-se o implemento do esporte na educação física, estabelecendo influência na sociedade e, no sistema escolar, valores como princípios de rendimento, comparação, competição e recordes.  Desta forma, como a educação física poderia lidar com corpos imperfeitos, mutilados, improdutivos se teve a sua história marcada pela idéia de corpo bonito, perfeito e saudável?  Diante disso, para atender o portador de deficiência surgiu a educação física adaptada.

O médico inglês Sir Ludwing Guttmann, neurologista e neurocirurgião, no ano de 1944  criou esporte adaptado. Sir Ludwing desenvolvia suas atividades profissionais no centro de lesados medulares do Hospital de Stoke Mandeville destinado a tratar homens e mulheres do exército inglês feridos na Segunda Guerra Mundial.

A partir de então surgiram duas correntes de pensamento, a médica de Sir Ludwing que utiliza o esporte como auxílio na reabilitação de seus pacientes buscando amenizar também os problemas psicológicos advindos principalmente do ócio no hospital. Outra corrente, vinda dos Estados Unidos, utiliza o enfoque esportivo como forma de inserção social, dando a conotação competitiva utilizada pelo desporto. Essas correntes, no decorrer da história, cruzam-se formando objetivos comuns. Saindo do componente médico-terapêutico, estendem-se à incorporação da prática esportiva e do desporto de rendimento, procurando a integração do atleta e sua reabilitação social, como afirma Varela (1989).

Porém, alguns estudiosos consideram o esporte adaptado algo complexo que não pode ser encarado de forma reduzida à condição de preparação física, reabilitação ou ao "status" de “ferramenta de inclusão”. Segundo Morin E. (1995), o pensamento complexo considera que não basta elencar vários aspectos de um objeto para entendê-lo e, mas sim é preciso considerar as interações entre eles e as influências mútuas, sem hierarquia e considerando suas imprevisibilidades. A ideia de Complexidade não segue o caminho linear do desenvolvimento (começo, meio e fim), mas sim, as inúmeras possibilidades de interação do objeto com o espaço social. Não visa desconsiderar a razão ou outra forma de pensamento, mas entende que o pensamento reducionista ignora algumas dimensões humanas e não se faz suficiente para entender a sociedade e os sujeitos que a compõem, afirma Santana WC. (2005). Todavia apesar de consenso na literatura sobre a necessidade de abordagem dos fenômenos de forma complexa e não reducionista, o esporte adaptado tem sido apresentado e definido em muitas oportunidades a partir de apenas algumas de suas facetas. Há o temor ainda de que a negligência no tratamento do esporte adaptado, oriunda de uma visão reducionista sobre suas formas de manifestação, possa resultar em prejuízos para os principais envolvidos na prática: os atletas com deficiência.

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