A História e Fundamentos Socioantropológicos da Educação Física
Por: pedrodelacerda • 25/5/2021 • Trabalho acadêmico • 1.985 Palavras (8 Páginas) • 1.314 Visualizações
Universidade Estácio de Sá / João Uchôa
Educação Física – História e Fundamentos Socioantropológicos da Educação Física
Artigo1. A trajetória do esporte moderno: dos primórdios ao fenômeno social
Artigo2. Esporte e sua relação com a sociedade: uma síntese bibliográfica
Integrantes:
Pedro Moreira de Lacerda - 202104196814
Paulo Moreira de Lacerda – 202104088591
2021 / 1º semestre
Resumo Artigo 1.
A trajetória do esporte moderno: dos primórdios ao fenômeno social
Existem duas correntes diferentes no que se diz sobre a origem do esporte: uma relaciona o surgimento do esporte com finalidades educacionais desde os primórdios; a segunda vê o esporte como fenômeno biológico, e não histórico originado a partir da necessidade do homem de se movimentar por questões de sobrevivência como por exemplo: as caminhadas, a caça, a natação, a defesa e a dança em momentos de lazer. O ponto em comum entre essas linhas de pensamento que se tornou a principal bandeira do desporto: a competição, onde se houver esporte deve haver disputa. A competição se origina de uma versão mais agressiva do jogo.
Com as disputas territoriais entre os homens, começaram a acontecer muitos ataques. Foram surgindo então, alguns agrupamentos com ideias de atividade física, com caráter educativo e preparatório para guerra que deram origem as primeiras nações. Vale lembrar que, os jogos com bola também se mostraram presentes em diversas civilizações primitivas, inclusive nos índios das Américas
O esporte da antiguidade, teve como principal manifestação, os jogos gregos. Esses jogos foram os primeiros registros de uma competição organizada e marcaram a história esportiva por representarem a ideia inicial de esporte. Posteriormente, o desporto se mostra pela primeira vez como fenômeno social, influenciado diretamente na cultua. Filósofos afirmam que os valores do esporte, referiam-se em aspectos educacionais, morais, religiosos, formadores, etc.
O esporte moderno se desenvolveu paralelamente ao processo de industrialização. muitas atividades rurais com cunho de esporte espontâneo e ritualista foram extintas após o êxodo da população para as cidades. Os jogos populares foram proibidos pelo poder público porém, se mantiveram vivos no interior das escolas por não serem vistos como uma ameaça a ordem pública. Dentro desse ambiente escolar os jogos tradicionais foram sendo regulamentados e se tornando próximos ao que chamamos atualmente de esporte moderno. A divisão entre esporte moderno e jogos tradicionais, ocorre a partir da emancipação do campo esportivo em comparação aos outros campos sociais como o religioso, e essa ruptura se mostra na formulação de tempo e locais específicos determinados à prática do esporte, em oposição aos jogos tradicionais, que aconteciam em espaços ordinários durante as atividades do dia a dia nos momentos de lazer. Os jogos populares tinham como características predominantes: ser um jogo; ser uma competição; ser uma atividade formadora; Iniciou-se a chamada revolução esportiva. A prática esportiva se disseminou rapidamente pela Europa e por todo o mundo! Houve a necessidade de algum órgão que coordenasse as disputas, surgindo assim às federações,clubes e também o associacionismo.
Um dos fatores determinantes para globalização da entidade esportiva, Foi o renascimento dos jogos olímpicos. Ao final do século XIX, o francês Pierre de Coubertain, percebendo a dificuldade de se preservar a paz no mundo, iniciou o movimento de restauração dos jogos olímpicos, com base nas olimpíadas da antiguidade que chegaram até mesmo interromper as guerras durante o período de sua realização. Neste processo, foi criado um comitê internacional encarregado da restauração dos jogos. Assim, no ano de 1896, foram realizados os primeiros jogos olímpicos modernos em Atenas, com a participação de 13 países e já constando todo ritual olímpico. Coubertain, almejava universalizar um conjunto de ideias nobres que todos os participantes, eram obrigados a respeitar. Hoje, podemos traduzir no conceito de fair-play.
Com o aumento da popularidade na mídia, as olimpíadas começaram a gerar um sentimento patriótico tanto nos participantes quanto na população dos países. Percebendo o potencial político que o esporte tinha de mobilizar o povo, os governos passaram a investir na especialização e treinamento de atletas. Dessa forma o esporte foi crescendo em numero de modalidades e praticantes paralelamente a intervenção e controle do estado nas nações. O esporte acabou tomando um rumo contrário às ideias de Coubertain acarretando posteriormente em conflitos internos entre países.
Nos jogos olímpicos de Berlin em 1936, foi a primeira tentativa de um governo utilizar-se das olimpíadas como elemento de propaganda política, afim de validar regimes governamentais perante o povo. Na ocasião, o ditador alemão Hitler, transformou o evento em um espetáculo da propaganda nazista, para demonstrar ao mundo a supremacia da raça ariana. As potências brigavam pelo domínio mundial onde o esporte tinha papel fundamental como instrumento ideológico e de propaganda em competições internacionais. As arenas esportivas se transformavam em verdadeiros campos de batalha! A rivalidade entre os atletas e países de bloco diferente cresciam. O número de medalhas passou a ser entendido como um valor de supremacia. Neste momento, surge o ’’chauvinismo da vitória’’ que significa vencer a qualquer custo, desconsiderando o jogo limpo. Isso pode explicar o surgimento de alguns vícios do esporte como por exemplo o doping e o suborno.
O futebol se mostrou muito útil como instrumento de manipulação das massas. A ditadura militar Brasileira, a seleção nacional e o futebol, tiveram o auge de sua relação no período da copa do mundo na década de 70. A copa de 1970 demonstrou como o futebol entorpecia a população brasileira. O governo divulgou amplamente o evento através de forte campanha publicitária transmitindo várias horas por dia pelo rádio e pela televisão. Os jogos eram o principal assunto de discussão no país, ficando em segundo plano a tortura e as atrocidades cometidas pelo regime. A maior demonstração de influência dos militares sobre a confederação brasileira, foi a ordem para demitir o treinador da seleção de futebol e comunista declarado, João Saldanha, as vésperas da copa do mundo. Felizmente, essa estreita relação ditadura-futebol no Brasil, encerra-se junto com o período militar na década de 80.
Na década de 1960, surge na Noruega, um movimento antagonista ao esporte competitivo chamado Esporte Para Todos (EPT); movimento de inclusão que objetivava democratizar a prática esportiva colocando o ser humano no centro do processo. O EPT tinha como palavra de ordem adaptar, modificar e cria novas formas para o esporte e rapidamente espalhou-se pelo mundo. O movimento EPT consumou seus objetivos com a publicação da Carta Internacional de Educação Física e Esportes da UNESCO em 1979, que tornava o esporte direito de todos, incorporando-se também a manifestação Esporte-lazer, pelas características semelhantes de espontaneidade. A partir dos anos 80, paralelo a Pedagogia Humanista, surge no Brasil uma nova linha de pensamento ligada ao movimento EPT, que coloca a autonomia e a qualidade de vida como objetivo, da prática esportiva. Na década de 90, já incorporado a vertente do lazer, o movimento EPT recebeu uma recriação de conceitos, sendo que do Brasil saiu uma das iniciativas mais bem sucedidas nesta nova perspectiva, o Programa Agita São Paulo, que a partir de dados sobre fisiologia, recomendaram a população trinta minutos diário de atividade física para manutenção da saúde.
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