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AS CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ALUNOS AUTISTAS

Por:   •  1/11/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.708 Palavras (11 Páginas)  •  753 Visualizações

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FACULDADE METROPOLITANA DE MARABÁ

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

AS CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ALUNOS AUTISTAS

Luana Kairine Oliveira Pereira

Orientador: Prof Bruno Michael

EDF71

                

        

MARABÁ

2016/2


  1. INTRODUÇÃO

Somos instigados no dia a dia nas escolas ao enfrentamento da complexidade da educação no Brasil, no que diz respeito também à Educação Física e, principalmente, à educação inclusiva. Neste estudo, direcionaremos[a] nosso olhar ao autismo, umas das formas mais instigantes de ser, por ser uma síndrome complexa que afeta três importantes áreas do desenvolvimento humano que é a comunicação, a socialização e o comportamento. O autista tem dificuldades em se relacionar e comunicar-se com as pessoas e também apresentam alguns movimentos estereotipados. O comportamento dos indivíduos que apresentam Autismo é focalizado e repetitivo.

O autismo foi inicialmente descrito em 1943, como veremos em detalhes mais adiante, por um pesquisador alemão, radicado nos EUA, de nome Leo Kanner. Em maio de 2013 foi lançada a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), que trouxe algumas mudanças importantes, entre elas novos diagnósticos e alterações de nomes de doenças e condições que já existiam. Nesse manual, o autismo, assim como a Síndrome de Asperger, foi incorporado a um novo termo médico e englobado, chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento que afeta em sua grande maioria indivíduos do sexo masculino, e geralmente se manifesta nos três primeiros anos de vida comprometendo habilidades de comunicação e interação social. As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas a pesquisa na área é cada vez mais intensa e apontam uma grande tendência para herança genética associada a fatores ambientais.

Os autistas possuem dificuldades de comunicar-se verbalmente, por isso vivem em um mundo próprio, com formas e jeitos específicos de se comunicar e se expressar. Diante da análise das características dos autistas temos o seguinte ponto de partida: como incluir os autistas nas aulas de educação física? E quais as contribuições da prática da educação física para alunos com autismo?

A inclusão de crianças com NEEs[b] (necessidades educacionais especiais) em sala de aula regular/quadra é cada vez mais constante no cotidiano escolar. No entanto, apenas a presença do aluno não é suficiente para a garantia de seu aprendizado, pois o sucesso da inclusão escolar não depende apenas de modificações arquitetônicas e de projetos políticos pedagógicos que viabilizem a inclusão, é preciso que se compreenda o significado da inclusão na vida social, afetiva e educacional tanto do aluno, quanto dos demais participantes deste processo.

Diante deste pressuposto não podemos deixar de considerar a inclusão do autista nas aulas de educação física. Para tal, a educação física adaptada busca incluir alunos com necessidades especiais por meio de atividades lúdicas e de jogos esportivos, oportunizando dessa forma o estímulo das potencialidades e possibilidades adaptadas às necessidades dos autistas. 

  1. ANALISE HISTORICO MATERIALISTA SOBRE O PROCESSO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL E NO MUNDO ABORDANDO QUESTOES RELATIVAS ÁS LEIS E REGULAMENTAÇÕES

No presente estudo procurou-se, através de levantamento bibliográfico, leitura e análise de várias obras de diferentes autores, apresentar aspectos relevantes sobre o tema abordado.

A educação inclusiva é um processo em pleno desenvolvimento, sujeitando de reflexões e especialmente ações concretas para alcançar a práticas eficientes. Entretanto, é inegável o avanço da educação inclusiva historicamente.

Sabe-se que nem sempre o deficiente foi visto como um ser capaz de se integrar a sociedade e consequentemente ser educado. Enquanto uns os consideravam como pessoas sujeitas a rejeição e até a eliminação, para outros eles eram seres incapazes e dignos de pena.

Diversos autores como Jönsson, 1994 e Mendes 1995 afirmam que até o século XVIII, a exclusão acontecia amplamente, ou seja, pessoas com necessidades especiais eram excluídas da sociedade para qualquer tipo de atividade, pois eram consideradas inválidas, sem utilidade e incapazes para trabalhar, características estas atribuídas indistintamente a todos que tivessem alguma deficiência. Nesta fase, nenhuma atenção educacional era promovida. A partir do século XIX, tempo de grandes descobertas no campo da medicina, da biologia e da saúde, passou-se a estudar os deficientes de modo a procurar respostas para seus problemas.

O período da segregação nasceu, como nos lembra Pessotti (1984), com o objetivo de oferecer tratamento médico e aliviar a sobrecarga familiar e social, não propriamente para oferecer educação. Neste sentido a educabilidade de tais pessoas ficava reduzida a iniciativa da área médica e, geralmente acontecia em instituições religiosas ou filantrópicas, com o consentimento governamental, mas sem qualquer tipo de envolvimento do poder público. Nesta época esperava-se que as práticas educativas especiais curariam as deficiências, gerando comportamentos normalizados.

Com os movimentos internacionais surgiu a educação inclusiva, ainda mesmo sem ter essa denominação e essa consciência de hoje começou a se fortalecer em diversos pontos do mundo como, Estados Unidos, Europa e a parte inglesa do Canadá. O movimento cresceu, ganhou muitos adeptos, um dos fatores foi o período  Pós segunda guerra mundial ,um período onde muitos soldados feridos se tornaram deficientes ,a partir daí foram surgindo algumas escolas especiais e centros de reabilitação, pois a sociedade começava a admitir que pessoas com necessidades especiais, poderiam ser produtivas se recebessem reabilitação escolarização e treinamento adequado em função disso foi surgindo uma legião de defensores de seus direitos.

A educação inclusiva não é uma moda passageira. É um direito. Ela é o resultado de discussões, estudos teóricos e práticas que tiveram a participação e o apoio de organizações de pessoas com deficiência e educadores. No Brasil, as primeiras escolas especiais surgiram no século XIX para surdos e cegos, e para as outras deficiências a partir da década de 1920. A Constituição Federal de 1988 definiu a educação como um direito de todos e estabeleceu a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino. Também garantiu, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, “preferencialmente na rede regular de ensino”. Mas, apesar de já existirem casos de alunos com deficiência em escolas regulares desde muito antes, mostrando que a inclusão era possível, nessa época as iniciativas pela educação inclusiva ainda eram muito tímidas. Foi apenas em 1994 que, finalmente, os ventos começaram a mudar com a Declaração de Salamanca da ONU/UNESCO, firmada à época pelo Brasil e mais de 80 países. O documento dizia: “reafirmamos o nosso compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino.” Com o respaldo da Declaração de Salamanca e, a partir de 2009, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a luta de muitos profissionais e famílias pela inclusão escolar passou a se intensificar. Para se adequar às novas legislações, o MEC lançou, em 2008, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da educação inclusiva, criada para assegurar o acesso ao ensino regular a alunos com deficiência intelectual, física, auditiva ou visual, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/ superdotação, desde a educação infantil até a educação superior.

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