Autonomia e Capacidade de Idosos no Treinamento Resistido
Por: jeeffvoolei13 • 28/1/2020 • Trabalho acadêmico • 1.997 Palavras (8 Páginas) • 317 Visualizações
GT 04 – EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE
AUTONOMIA E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS
ATRAVÉS DO TREINAMENTO RESISTIDO
Palavras-Chave: Idoso. Treinamento Resistido. Autonomia. Capacidade Funcional.
INTRODUÇÃO
A caracterização de idoso segue a classificação segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, sendo ele qualquer indivíduo a partir dos 60 anos. Porém, essa definição pode sofrer alterações em cada país devido às condições que o mesmo oferece para a população (OMS, 2015). Os indivíduos em processo de envelhecimento possuem quatro classificações, sendo elas: meia idade, velhice, velhice avançada e velhice muito avançada (SHEPARD, 2003), e que compromete a autonomia e capacidade funcional do idoso (SOUSA; GONÇALVES; GAMBA, 2018).
As classificações se referenciam a um estilo de vida que podem variar do estado não saudável estando submetidos a diversas lesões e doenças que poderão caracterizar as demais classificações, até mesmo, uma classificação saudável que representa em autonomia e capacidade funcional do idoso (PÓVOA et al., 2014). Nesse processo de envelhecimento, é inevitável que os idosos mantenham um estilo de vida ativo, pois além de beneficiar a saúde, satisfaz a dimensão social, reduz os custos sociais dessa população e aumenta as capacidades funcionais (SHEPARD, 2003).
Esse processo está cada vez mais frequente no mundo contemporâneo visto que há uma diminuição na taxa de fecundidade, uma melhora na qualidade de vida devido aos avanços da tecnologia e consequentemente um aumento da idade dos indivíduos já nascidos (ZANON; MORETTO; RODRIGUES, 2013).
Caso esses indivíduos mantenham o estilo de vida inativo fisicamente, podem reduzir a capacidade funcional, devido ao enfraquecimento e redução dos músculos e chegarem ao estado de incapacidade funcional. A incapacidade funcional é a incapacidade ou dificuldade de realizar determinados movimentos das Atividades de Vida Diária - AVD (ROSA et al., 2003). Para evitar tal incapacidade os exercícios físicos se tornam imprescindíveis, em especial, o Treinamento Resistido. Ele se baseia em um treinamento contra a resistência que utiliza a força e equipamento de peso, caracterizado como musculação (GRANDALE et al., 2003).
O Treinamento Resistido é o modelo de exercício mais recomendado para a tonificação da musculatura e aumento da densidade óssea que reflete positivamente na redução de quedas e fraturas geradas em idosos, combate problemas emocionais e melhora a autonomia e a capacidade funcional que traz sobretudo o bem-estar e a qualidade de vida para a população idosa (CÂMARA et al., 2006).
Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi identificar as alterações em variáveis que representam a autonomia e capacidade funcional de idosos promovido pelo treinamento resistido.
METODOLOGIA
A pesquisa apresenta uma abordagem quantitativa com objetivo exploratório, analítico e descritivo, foi utilizada a técnica procedimental experimental através de pesquisa de campo com grupos experimentais, com coleta de dados em momentos distintos ao longo da intervenção que se caracteriza como pesquisa longitudinal. A população foi formada por indivíduos idosos com idade entre 60 e 69 anos de ambos os sexos residentes na cidade de Anápolis/GO, praticantes de Treinamento Resistido. A amostra foi composta por (n = 36) indivíduos divididos em dois grupos da seguinte forma: G1 – Masculino (n = 19; 65,7 ± 4,32 anos) e G2 – Feminino (n = 17; 66,5 ± 3,22 anos) praticantes de Treinamento Resistido.
Como critério de inclusão, a amostra atendeu a faixa etária proposta e estavam disponíveis para passar pelos treinamentos e coletas de dados pré e pós-intervenção e foram liberados por um médico apresentando um atestado de Apto para a prática de exercícios e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE. Como critério de exclusão, os que não atenderem aos critérios anteriores e apresentassem alguma limitação para a prática do treinamento.
Vale ressaltar que a participação dos idosos na pesquisa foi de caráter voluntário, tendo sua identificação preservada de acordo com a Resolução Nr.466/12 do Conselho Nacional de Saúde (2012).
Instrumentos e Procedimentos
Os interessados em participar da pesquisa e que se encaixaram nos critérios de inclusão, fizeram uma inscrição preliminar no projeto para participação em uma reunião e os selecionados já assinaram o do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Logos após, os grupos foram encaminhados para a primeira coleta sendo caracterizada como Pré Intervenção e após 20 semanas de Treinamento Resistido, uma nova coleta caracterizada como Pós Intervenção.
As intervenções foram realizadas três vezes por semana, sempre com orientação de um professor de Educação Física com execução das aulas durante 50 a 60 minutos totalizando 60 aulas. O Treinamento Resistido foi realizado com uma periodização entre 50% a 75% de 1RM estimado, afim de atender desde o trabalho de resistência muscular localizada à hipertrofia muscular, sendo distribuídos entre máquinas e pesos livres, desenvolvido no método alternado por segmentos para não sobrecarregar os idosos. Também foi aplicada a Escala de BORG para identificação do nível de Percepção Subjetiva de Esforço – PSE.
Foi aplicada uma análise estatística através do teste de Shapiro Will, a fim de verificar uma possível normalidade na amostra. Obtendo a normalidade, foi aplicado o Teste Paramétrico para analisar o mesmo grupo em momentos diferentes, ou seja, análise intra grupo, pré e pós-intervenção. Para comparação entre os grupos, foi aplicado o teste de Kruscall Wallis, e uma análise Não Paramétrica através do Two Independet Samples tipo Mann-Whitney U, para a comparação grupo a grupo, além de uma análise descritiva por frequência e percentual. O nível de significância adotado entre os testes foi de (p ≤ 0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Abaixo apresentamos os resultados em forma de Tabela com valores médios pré e pós-intervenção obtidos nos grupos avaliados através das aulas práticas que envolveram um período de 20 semanas através do Treinamento Resistido:
Tabela-1: Variáveis da Capacidade Funcional dos grupos avaliados pré e pós-intervenção:
Variáveis | Fase | G1 (n = 19) Masculino | G2 (n = 17) Feminino | Significância (p ≤ 0,05) |
L e S 30” | Pré | 13,09 ± 2,1* | 10,44 ± 1,6* | 0,045 |
Pós | 16,23 ± 1,9* | 14,28 ± 2,4* | - | |
Flex Braço | Pré | 12,23 ± 2,4* | 11,13 ± 2,9* | - |
Pós | 17,36 ± 2,7*a | 14,55 ± 3,1*a | 0,039 | |
Lev e Cam | Pré | 5,75 ± 1,74 | 7,01 ± 2,19* | - |
Pós | 4,02 ± 1,13 | 5,11 ± 1,02* | - | |
Capac Aeróbia | Pré | 31,22 ± 2,92* | 29,13 ± 3,18* | 0,049 |
Pós | 34,57 ± 2,9* | 32,27 ± 2,36* | 0,049 |
L e S 30” = Levantar e Sentar em 30 Segundos. Flex = Flexão. Capac = Capacidade. Lev e Cam = Levantar e Caminhar
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