Educação Física
Por: Alessandro Costa • 18/3/2019 • Artigo • 904 Palavras (4 Páginas) • 182 Visualizações
Entre sons e imagens: mapeando a Educação Física no cotidiano de uma escola
Alessandro dos Santos Costa¹
Alina Teixeira de Souza Dias²
Lucas Furtado de Barros³
PALAVRAS-CHAVE: escola; educação física; cultura; diagnóstico;
INTRODUÇÃO
Este texto tem o objetivo de apresentar e discutir as estratégias utilizadas no contexto de produção de um diagnóstico do cotidiano de uma escola estadual, localizada na cidade de Belo Horizonte, no contexto de ações específicas vinculadas ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MINAS), no interior do subprojeto Educação Física com vistas a compreender os “lugares” ocupados por esse componente curricular no projeto pedagógico da escola.
DESCREVENDO AS ESTRATÉGIAS
O PIBID PUC Minas tem por finalidade estabelecer diálogos entre a universidade e as escolas públicas de educação básica, proporcionando a integração entre as diferentes áreas do conhecimento e estimulando o aluno a exercer o papel de pesquisador. Dentre várias áreas de conhecimento, o projeto institucional do PIBID, contempla o subprojeto da Educação Física que tem como um de seus objetivos iniciais sobre compreender o lugar que esse componente curricular ocupa no projeto pedagógico das escolas.
No contexto específico de nossa atuação, fomos desafiados a construir diferentes estratégias que nos permitissem identificar e analisar os “lugares” ocupados pela disciplina Educação Física no cotidiano da escola. Para tanto, foram produzidas imagens fotográficas, crônicas, captura dos sons da escola e entrevistas.
A produção e análise do material se deram por meio de um diálogo com três dimensões (eixos), quais sejam: (a) espaços: infraestrutura e materialidade da escola; como se dá a ocupação dos diferentes espaços escolares; diferentes significações para o uso dos espaços pelos diversos sujeitos; (b) tempos: distribuição dos tempos de aprendizagens e descanso/socialização; os muitos “tempos” da escola: tempos “oficinas”, tempos de avaliações, de discussões, de decisões; (c) sujeitos: educandos, jovens, professores, gestores e demais educadores como cantineiro (a), porteiro (a). Quem são esses sujeitos? Que sentidos constroem para a experiência de escolarização?
As entrevistas foram realizadas por meio de um questionário semiestruturado. O local escolhido para a realização das mesmas foi o espaço do refeitório da escola, durante o horário de aula. Dessa forma, foram entrevistados oito alunos, dois professores, dois coordenadores pedagógicos e duas funcionárias da cantina.
As fotografias foram produzidas ao longo das aulas de Educação Física. Buscou-se captar as relações e interações produzidas pelos diferentes sujeitos (alunos e professora) bem como elementos da prática pedagógica da docente. Posteriormente, algumas fotografias foram selecionadas para análise do grupo de acadêmicos bolsistas.
As crônicas foram elaboras rotineiramente para que compreendêssemos o dia-a-dia da escola e das aulas de Educação Física.
Por fim, os sons da escola foram capturados durante toda a nossa permanência no cotidiano da instituição.
PRIMEIRAS INTERPRETAÇÕES
Tendo por base as estratégias utilizadas, apresentamos nossas primeiras interpretações sobre os “lugares” ocupados pela disciplina Educação Física no cotidiano da escola.
Inicialmente, chamou-nos atenção o fato de que coexistam - por vezes de forma “harmoniosa” e noutras de forma tensa - diferentes compreensões de Educação Física na Escola. Não foi possível identificarmos apenas uma única compreensão do papel e função desse componente curricular na escola. As estratégias utilizadas ao longo do processo de mapeamento do cotidiano escolar e da Educação Física demonstraram existir um espectro de entendimentos que varia da compreensão da Educação Física como uma atividade até considera-la como área de conhecimento. Gonzales e Fensterseifer (2010, p.15).
...