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Pcc de aprendizagem e controle motor

Por:   •  13/10/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.842 Palavras (16 Páginas)  •  297 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Turma: aprendizagem e controle motor (9002)

Aprendizagem e controle motor

                  TEMA DA ATIVIDADE: Seleção de artigos sobre avaliação psicomotora em crianças

                                             

                                               Rafael Silva França

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Rio de janeiro 11/03/2021

OBJETIVOS

∙ Introduzir o estudante no universo da intervenção profissional em Educação Física, através do conhecimento sobre a avaliação do desempenho psicomotor da infância à terceira idade.

 ∙ Proporcionar o contato do estudante com diferentes formas de se avaliar o desempenho psicomotor.

∙ Semear e estimular no aluno o desenvolvimento de atitudes pró-ativas em relação à avaliação e prescrição do movimento.

COMPETÊNCIAS/HABILIDADES:

∙ Capacidade de ter atitudes pró-ativas e de auto-desenvolvimento pessoal e intelectual;

∙ Capacidade de observação, acompanhamento e análise crítica.

 ∙ Capacidade de redigir textos em linguagem acadêmica.

∙ Habilidade de comparação e conexão entre o conteúdo teórico e prático, a respeito das informações que o teste disponibiliza para prática pedagógica da Educação física (Licenciatura) e prescrição do exercício (Bacharelado).

INTRODUÇÃO:

Os principais aspectos da avaliação psicomotora em crianças são: Concentração: É a atenção associada a um receptor sensorial (audição, visão, propriocepção etc). Muitas vezes a dispersão acontece por inadequação corporal, conforme descrito nos demais tópicos abaixo. Para verificar o nível psicomotor dos alunos foi utilizado sete testes da bateria de testes psicomotora (FONSECA, 1995). A psicomotricidade é uma abordagem que vem para quebrar paradigmas em relação a dicotomia corpo-mente ela visa o desenvolvimento integral do individuo. É importante a criança ter um desenvolvimento psicomotor adequado pois ele pode interferir no processo ensino-aprendizagem, diante disso formulou-se o seguinte objetivo: verificar o perfil psicomotor de crianças com idade entre 7 a 9 anos.

DESENVOLVIMENTO:

Fonseca (1995) descreve sete habilidades (funções) psicomotoras que compõem a bateria de testes psicomotora (BPM) que são: -Tonicidade: no âmbito da organização da psicomotricidade, esse fator é o seu alicerce principal, pois garante por conseqüência as atitudes, as posturas, as mímicas, as emoções etc., de onde emergem todas as atividades motoras humanas, ela tem um papel fundamental no desenvolvimento motor como também no psicológico. - Equilibração: é uma condição básica de organização psicomotora, envolve uma multiplicidade de ajustamentos posturais antigravíticos, que dão suporte a qualquer resposta motora, reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas, abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção. - Lateralização: é um resultado da integração bilateral postural do corpo é peculiar no ser humano e está implicitamente relacionada com a evolução, é basicamente inata e é governada por fatores genéticos, embora a treinabilidade e os fatores de pressão social a possam influenciar. - Noção do corpo: trata-se de uma construção polifatorial que envolve a relação inevitável com o outro e a dimensão geocêntrica da linguagem, é uma noção primeiro intuitiva, da qual decorre uma auto-imagem sensorial interior, passa posteriormente a uma noção especializada linguisticamente. - Estruturação espácio-temporal: emerge da motricidade, da relação com os objetos localizados no espaço, da posição relativa que ocupa o corpo, enfim da múltiplas relações integradas da tonicidade, da equilibração, da lateralização e da noção de corpo. - Praxia global: envolve a organização da atividade consciente e a sua programação, regulação e verificação, essa unidade funcional esta localizada nas regiões anteriores do córtex. - Praxia fina: tem a função de coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção e durante as manipulações de objetos que exigem controle visual, além de abrangerem as funções de programação, regulação e verificação das atividades preensivas e manipulativas mais finas e complexas. Como o corpo é um todo e funciona de uma maneira integrada as habilidades psicomotoras são fundamentais para a criança escrever, ler ou falar, ou seja, no processo de alfabetização (CAUDURO, 2001). Para Santos (2001, p.4) a estimulação do desenvolvimento psicomotor “é fundamental para que haja consciência dos movimentos corporais integrados com a emoção e expressados pelo movimento, o que proporciona ao ser uma consciência de indivíduo integral”. Segundo Molinari e Sens (2003) a prática da educação psicomotora é importante na pré-escola e séries iniciais do ensino fundamental visto que ela pode evitar problemas como a má concentração, confusão no reconhecimento de palavras, confusão com letras e sílabas e outras dificuldades relacionadas à alfabetização e também enfatiza os problemas que pode estar relacionados a má formação das habilidades psicomotoras:  Uma criança cujo esquema corporal é mal formado não coordena bem os movimentos. Suas habilidades manuais tornam-se limitadas, o ato de vestir-se e despir-se torna-se difícil, a leitura perde a harmonia, o gesto vem após a palavra e o ritmo de leitura não é mantido ou, então, é paralisado no meio de uma palavra dessa maneira as noções de esquema corporal – tempo, espaço, ritmo – devem partir de situações concretas, nas quais a criança possa formar um esquema mental que anteceda à aprendizagem de leitura, do ritmo, dos cálculos.  Se a lateralidade da criança não está bem definida, ela encontra problemas de ordem espacial, não percebe diferença entre seu lado dominante e o outro lado, não é capaz de seguir uma direção gráfica, ou seja, iniciar a leitura pela esquerda. Vayer (1982) ressalta que a educação psicomotora “é uma ação pedagógica e psicológica que utiliza os meios da educação física como o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança”. Ainda segundo Lima e Barbosa (apud SILVA e BORGES, 2008, p.5) a educação psicomotora, “para ser trabalhada, necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, cognitivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora o ambiente, realiza experiências concretas e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca”. Dessa forma torna-se importante que a educação psicomotora seja trabalhada num contexto lúdico. Estudos mostram que, até aproximadamente seis a sete anos de idade, o desenvolvimento motor da criança se caracteriza basicamente pela aquisição, estabilização e diversificação das habilidades básicas. É neste período que estas habilidades alcançam um padrão maduro observado nos adultos. Nos anos que se seguem, até aproximadamente dez a doze anos, o desenvolvimento se caracteriza fundamentalmente pelo refinamento e diversificação na combinação destas habilidades, em padrões seqüenciais cada vez mais complexos. A não observância desta progressão normal no desenvolvimento da criança leva frequentemente à superestimulação em forma de especialização precoce. Segundo Chosi (1983 apud TANI et al, 1988), em desenvolvimento motor temos dois processos fundamentais, ou seja, o aumento da diversificação e da complexidade do comportamento. Entende-se por aumento da diversificação do comportamento e, por aumento da complexidade, o aumento da interação entre os elementos do comportamento. Por exemplo, a criança adquire primeiro o padrão fundamental de andar e, com base neste padrão, desenvolve o andar diversificado em termos de formas, velocidades e direções. A seguir, com base nestes padrões diversificados de andar, desenvolve o correr e, pelo mesmo processo desenvolve o correr diversificado. Esta diversificação do comportamento, onde se observa um aumento no número de elementos do comportamento, é uma etapa muito importante no desenvolvimento motor da criança. Numa etapa posterior, estes elementos do comportamento, como o andar, correr, saltar e arremessar, interagem para formar estruturas mais complexas. Por exemplo, o elemento correr interage com o elemento quicar uma bola, dando origem a uma estrutura mais complexa de comportamento motor chamada drible. Assim uma grande variedade de combinações pode ser feita, dando origem a estruturas cada vez mais complexas. Características Cognitivas A atenção das crianças é frequentemente focalizada especialmente em atividades que possuem grande interesse pessoal. Elas são intelectualmente curiosas e ávidas para saberem o porquê das coisas. São ávidas para aprender e para agradar aos adultos, mas elas precisam de assistência e orientação para tomar decisões. Tem boa imaginação e demonstram mentes extremamente criativas, mas a percepção de si frequentemente predomina. No início desse período são limitadas às suas habilidades de pensamento abstrato e aprendem melhor com exemplos concretos. Habilidades cognitivas abstratas mais sofisticadas são evidentes no final deste período. Características Afetivas Os interesses de meninos e meninas são semelhantes no início deste período, mas rapidamente começam a divergir. Ambos gostam de atividades de auto-teste como uma maneira de experimentar e testar suas habilidades desenvolvidas. A interação dentro de um grande grupo e o conceito de trabalho em equipe melhoram durante este período. As crianças são frequentemente agressivas, orgulhosas, auto-críticas e impulsivas; sem a intervenção eficaz do adulto, eles aceitam tanto a vitória como a derrota insatisfatoriamente. Aceitam a autoridade e são conceituamente conscientes sobre o que é justo. São aventureiras e ávidas para se envolverem com os amigos em atividades perigosas e secretas. ELEMENTOS DA MOTRICIDADE Motricidade Fina A coordenação visuomanual representa a atividade mais freqüente e mais comum no homem, a qual atua para pegar um objeto e lançá-lo, para escrever, desenhar, pintar, recortar, etc. Ela inclui uma fase de transporte da mão, seguida de uma fase de agarre e manipulação, resultando em um conjunto com seus três componentes: objeto/olho/mão. A atividade manual, guiada por meio da visão, faz intervir, ao mesmo tempo, o conjunto dos músculos que asseguram a manutenção dos ombros e dos braços, do antebraço e da mão, que é particularmente responsável pelo ato manual de agarrar ou pelo ato motor, assim como os músculos oculomotores que regulam a fixação do olhar, as sacudidas oculares e os movimentos de perseguição. Segundo Rosa Neto (2002), para a coordenação desses atos, é necessária a participação de diferentes centros nervosos motores e sensoriais que se traduzem pela organização de programas motores e pela intervenção de diversas sensações oriundas dos receptores sensoriais, articulares e cutâneos do membro requerido. A maneira pela qual o encéfalo utiliza as informações visuoespaciais, das quais se extraem também parâmetros temporais para gerar movimentos guiados pela visão, fica, todavia, desconhecida. A fixação visual necessita sucessivamente da visão periférica; em seguida, das sacudidas oculares que restabelecem o olho em uma visão central que os movimentos de perseguição tendem a manter quando o alvo se movimenta. Esse agarre ocular envolve a montagem de um programa motor de transporte da mão e de sua disposição para agarrar o objeto que, após a manipulação, pode ser evitado. O êxito dessa atividade em cada uma de suas etapas varia na criança conforme o nível de aprendizado e conforme a evolução de seu desenvolvimento motor. O transporte da mão para um alvo termina pelo ato de agarrar o objeto, o que representa uma das atividades humanas mais complexas. Antes de a mão ter contato com o objeto, os dedos já estão predispostos quanto ao seu grau de abertura e quanto à sua orientação em função da percepção da forma do objeto. O contato com o objeto encerra o processo de agarrar, dando informações particulares sobre a força que é necessária desenvolver para levantar o objeto. Esses ajustes completam a antecipação do ato de agarre, elaborada a partir do início dos movimentos. Os dedos se separam em função do tamanho do objeto a ser apanhado e começam a fechar-se quando o movimento de aproximação se faz lento tendo em vista a forma do objeto. A modificação do tamanho aparente de um objeto durante o transporte da mão gera uma correção da pinça digital, uma separação polegar/índice. Antecipando o movimento do braço, aparecem outros movimentos da parte distal dos dedos da mão em repouso. Os dedos se estendem e abrem-se em função do tamanho do objeto. A abertura adequada é obtida por meio da trajetória da mão e não é modificada até o contato com o objeto. Os movimentos digitais seguem uma rotação de pulso que coloca a mão em posição adaptada de agarre. O córtex pré-central correspondente à motricidade fina tem um papel fundamental no controle dos movimentos isolados das mãos e dos dedos para pegar o alimento. A importância das áreas cortico-sensomotoras das mãos e dos dedos faz ressaltar a fineza extrema dos controles táteis e motores. As explorações táctil e palmatória permitem o reconhecimento das formas sem a intervenção da visão. As informações cutâneas e articulares associadas à motricidade digital proporcionam as indicações a partir das quais as formas podem ser reconstituídas. A coordenação visuomotora é um processo de ação em que existe coincidência entre o ato motor e uma estimulação visual percebida. Esse tipo de dinamismo somente pode dar-se em indivíduos videntes. Os não-videntes transferem as percepções visuais por outros meios de informação: guias sonoros outorgados pela explicação verbal, pelas percepções táteis, entre outros, os quais lhes outorgam dados sobre os quais elaboram a coordenação dinâmica necessária. Essas percepções iniciais de exploração e de tato preparam a execução sob a forma de ensaio; logo, a repetição do mesmo movimento afirma o modelo práxico elaborado e, finalmente, permite a interiorização do gesto por meio da representação mental da ação que, precedendo ao movimento, possibilita a execução com grande eficácia e segurança. Portanto, nessa situação, não existe coordenação oculomanual ou visuomotora, há apenas um dinamismo manual conjunto. Para Rosa Neto (2002), a escrita representa uma atividade motriz usual que requer a atividade controlada de músculos e articulações de um membro superior associada à coordenação visuomanual. Considerando que a mão e o olho não são absolutamente indispensáveis, a escrita manual guiada pela visão proporciona o modelo gráfico mais regular e rápido. A escrita consiste em uma organização de movimentos coordenados para reproduzir as formas e os modelos; constitui uma praxia motora. A coordenação visuomanual se elabora de modo progressivo com a evolução motriz da criança e do aprendizado. Visão e feedback perceptivo-motor estão estruturados e coordenados visando produzir um comportamento motor adaptado em qualquer situação. Motricidade Global Segundo Rosa Neto (2002), a capacidade da criança, seus gestos, suas atitudes, seus deslocamentos e seu ritmo nos permitem, às vezes, conhecê-la e compreendê-la melhor do que buscar informações para tal fim nas palavras por ela 10 pronunciadas. Naturalmente, a criança brinca imitando cenas da vida cotidiana: fala movimentando-se, canta dançando ou, ao contrário, põe-se primeiro a dançar, e o canto nasce ao mesmo tempo. Ela expressa, de forma simultânea, sua afetividade e exercita sua inteligência. A criança passa grande parte de sua vida na escola, e por isso, sua conduta motora está representada pela sua atividade motora. É importante respeitar o ritmo individual da criança, pois cada uma tem um ritmo próprio, importando mais o trabalho realizado pela criança que o próprio resultado desse trabalho. O movimento motor global, seja ele mais simples, é um movimento sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial, temporal, e assim por diante. Os movimentos dinâmicos corporais desempenham um importante papel na melhora dos comandos nervosos e no afinamento das sensações e das percepções. O que é educativo na atividade motora não é a quantidade de trabalho efetuado nem o registro alcançado, mas sim o controle de si mesmo, obtido pela qualidade do movimento executado, isto é, da precisão e da maestria de sua execução. Equilíbrio Segundo Rosa Neto (2002), o equilíbrio é a base primordial de toda ação diferenciada dos segmentos corporais. Quanto mais defeituoso é o movimento, mais energia consome; tal gasto energético poderia ser canalizado para outros trabalhos neuromusculares. A postura é a atividade reflexa do corpo com relação ao espaço. Os reflexos podem fazer intervir músculos, segmentos corporais ou o corpo todo, como, por exemplo a postura tônica em flexão e extensão. A postura está estruturada sobre o tono muscular. O equilíbrio é o estado de um corpo quando forças distintas que atuam sobre ele se compensam e anulam-se mutuamente. Do ponto de vista biológico, a possibilidade de manter posturas, posições e atitudes, indica a existência de equilíbrio. Esquema Corporal A imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio que, como núcleo central da personalidade, se organiza em um contexto de relações mútuas do organismo e do meio. O modelo postural não é um dado estático, mas sustenta ativamente todos os gestos que nosso corpo realiza sobre si mesmo e sobre os objetos exteriores. Os primeiros contatos corporais que a criança percebe, manipula e com os quais joga são de seu próprio corpo: satisfação e dor, choro e alegria, mobilizações e deslocamentos, sensações visuais e auditivas e esse corpo é o meio da ação, do conhecimento e da relação. A construção do esquema corporal, isto é, a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior exerce um papel fundamental no desenvolvimento da criança, já que essa organização é ponto de partida de suas diversas possibilidades de ação. Sendo assim, esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior (ROSA NETO, 2002). Organização Espacial A noção do espaço é ambivalente, pois ao mesmo tempo, é concreta e abstrata, finita e infinita. Envolve tanto o espaço do corpo, como o espaço que nos rodeia. Todas as modalidades sensoriais participam em certa medida na percepção espacial: a visão, a audição, o tato, a propriocepção e o olfato. A orientação espacial designa a habilidade para avaliar com precisão a relação física entre o corpo/ambiente, e para efetuar as modificações no curso de nossos deslocamentos. Conforme as características de nossas atividades, podemos utilizar duas dimensões do espaço plano (desenho, escrita, leitura, etc.), como também há de se considerar igualmente a terceira dimensão (distância ou profundidade). A evolução da noção espacial destaca a existência de duas etapas: uma ligada a percepção imediata do ambiente, caracterizada pelo espaço perceptivo ou sensório-motor; outra baseada nas operações mentais que saem do espaço representativo e intelectual. Essa evolução segue a do estabelecimento das relações objetivas em que a criança dominada a princípio pelo seu egocentrismo se descentraliza de modo gradual para examinar as relações com outro ponto de vista diferente do seu. A partir das reações topológicas, a criança elabora pouco a pouco as reações projetivas e euclidianas. Essa evolução se aplica igualmente a aquisição de uma dimensão da orientação espacial(direita e esquerda). Assim, se estabelece de forma progressiva com a evolução mental da criança a aquisição e a conservação das noções de distância, superfície, volume, perspectivas e coordenadas que determinam suas possibilidades de orientação e de estruturação do espaço em que vive (ROSA NETO, 2002). Organização Temporal O transcurso do tempo é percebido a partir das mudanças que se produzem durante um período estabelecido e da sua sucessão que transforma progressivamente o futuro em presente e, depois em passado. Assim, aparecem os dois grandes componentes da organização temporal: a ordem e a duração que o ritmo reúne. A primeira define a sucessão que existe entre os acontecimentos que se produzem, uns sendo a continuação de outros, em uma ordem física irreversível; a segunda permite a variação do intervalo que separa dois pontos, ou seja, o princípio e o fim de um acontecimento. A noção de duração resulta de uma elaboração ativa do ser humano de informações sensoriais. A noção de tempo se acrescenta inevitavelmente a de velocidade, e suas relações são circulares; o tempo e a duração são avaliados em função de um movimento cuja velocidade é constante, enquanto a velocidade se concebe como a distância percorrida durante um intervalo de tempo. A organização temporal inclui três aspectos, segundo Rigal (1988), apud Rosa Neto (2002, p.23): Uma dimensão lógica (conhecimento da ordem e da duração, acontecimentos se sucedem com intervalos): uma dimensão convencional (sistema cultural de referências, horas, dias, semanas, meses e anos) e um aspecto de vivência que surge antes dos outros dois (percepção e memória da sucessão e da duração dos acontecimentos na ausência de elementos lógicos ou convencionais). A consciência do tempo se estrutura sobre as mudanças percebidas, independentemente de ser sucessão ou duração, sua retenção está vinculada à memória e à codificação da informação contida nos acontecimentos. Os aspectos relacionados à percepção do tempo evoluem e amadurecem com a idade. No tempo psicológico, organizamos a ordem dos acontecimentos e estimamos sua duração, construindo assim, nosso próprio tempo. A percepção nos leva a distinguir o simultâneo do sucessivo, variando o umbral de acordo com os receptores utilizados. A percepção da duração começa pela discriminação do instantâneo e do duradouro que se estabelece a partir de dez a cinqüenta metros para a audição e cem a cento e vinte metros para a visão. Lateralidade A lateralidade é a preferência da utilização de uma das partes simétricas do corpo: mão, olho, ouvido, perna: a lateralização cortical é a especialidade de um dos dois hemisférios quanto ao tratamento da informação sensorial ou quanto ao controle de certas funções. A lateralidade está em função de um predomínio que outorga a um dos dois hemisférios a iniciativa da organização do ato motor, o qual desembocará na aprendizagem e na consolidação das praxias. Essa atitude funcional, que é suporte da intencionalidade, se desenvolve de forma fundamental no momento da atividade de investigação, ao longo da qual a criança vai deparar-se com seu meio. A ação educativa fundamental para colocar a criança nas melhores condições para aceder a uma lateralidade definida, respeitando fatores genéticos e ambientais, é a que lhe permita organizar suas atividades motoras.

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