A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA
Por: Marcela Caroline • 16/11/2015 • Trabalho acadêmico • 6.892 Palavras (28 Páginas) • 302 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA
MARCELA CAROLINE CORREIA DA SILVA
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA
BRASÍLIA/DF
2015
SUMÁRIO
Introdução....................................................................................................................3
A promoção da saúde e a atenção primária: contexto da educação
em saúde..............................................................................................................4
A atenção básica e a política de promoção da saúde no Brasil como contexto do desenvolvimento da educação em saúde.................................................................................................................................5
A educação em saúde na política de atenção básica........................................................6
A educação em saúde: modelos na teoria e na prática....................................................7
Educação em saúde no SUS............................................................................................10
Educação popular em saúde............................................................................................11
Educação em Saúde e Empowerment.............................................................................12
Educação, Saúde e Integralidade.....................................................................................13
Aspectos positivos da utilização de grupos de educação
em saúde nas ações educativas.......................................................................................15
Processo de educação permanente...................................................................................16
Conclusão........................................................................................................................19
Bibliografia.....................................................................................................................20
INTRODUÇÃO
A história do conceito de promoção da saúde é construída sobre diversos sentidos. O primeiro a utilizar este conceito foi Sigerist,em 1945, no qual se referiu ao estimulo de condições decentes de vida, condições boas de trabalho, educação e descanso. Em 1974, Lalonde restringe este conceito quando muda seu foco para ações preventivas voltadas para a mudança de comportamento e estilo de vida.
A proposta da promoção da saúde e a relevância das práticas educativas na atuação dos serviços de saúde já estavam formadas em 1976, na Conferência de Atenção Primaria à Saúde, em Alma Ata (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1978).Em 1986, a promoção da saúde é oficializada pela OMS, na Carta de Ottawa (BRASIL, 2002, p. 19) sendo definida como “processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”, onde a educação em saúde se posiciona como atividade indispensável ao cuidado da saúde das populações.
As estratégias para promoção da saúde segundo a Carta de Ottawa são participação comunitária, educação em saúde e empowerment, mas apesar de defender a participação da comunidade como um elemento primordial da promoção da saúde, o seu significado muda entre orientações firmadas em uma visão participativa de promoção e um enfoque comportamental, herança provável do Relatório Lalonde (Dantas, 2010, p. 17).
A implementação da proposta da promoção da saúde no Brasil, ocorre a partir dos anos 90, inserida na expansão da atenção básica, através da Estratégia Saúde da Família (ESF), tendo como base os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) – universalidade, equidade e integralidade.
A política de Atenção Básica à Saúde (ABS) tem sua definição modificada em 2006 como “um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde” (Dantas, 2010, p. 17).
A política de Atenção Básica propõe a realização de práticas educativas, concedendo-lhes papel central na execução de ações de promoção da saúde. As características do processo de trabalho das equipes de saúde são:
O desenvolvimento de ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da população e ampliar o controle social na defesa da qualidade de vida; no desenvolvimento de ações intersetoriais, integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde; e no apoio a estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social(Dantas, 2010, p. 17).
Assim, tem como objetivo este trabalho apresentar a importância da educação em saúde na atenção básica, através da história, modelos, teorias, objetivos, estratégias e praticas de saúde.
A promoção da saúde e a atenção primária: contexto da educação em saúde
Na década de 70, a crise do modelo biomédico de alto custo e baixa resolutividade, centrado na clínica e referenciado em uma concepção biologicista do processo saúde-doença, trouxe ao cenário das políticas de saúde (Dantas, 2010).
A proposta da atenção primária à saúde (APS), assumida pelos governos presentes em Alma-Ata em 1978, é uma das soluções dadas a essa crise, através da extensão de cobertura dos serviços a toda a população e a realização de atividades de baixo custo e alta eficácia, associadas à educação em saúde.
Os conceitos que baseiam as contribuições de Alma-Ata irão ser retomados e ampliados pelo movimento da promoção da saúde, e consistem na alargação do conceito de saúde, que passa a ser relacionado à qualidade de vida; na compreensão da responsabilidade dos governos pela saúde de suas populações; na ideia da intersetorialidade como forma de atuação frente à complexidade dos determinantes da saúde e da doença.
As propostas de Alma-Ata se articulam ao movimento internacional da promoção da saúde, e ambos têm se constituído em referências para os modelos de atenção à saúde – entre eles o brasileiro – que buscam atender a uma concepção ampliada de saúde e se baseiam na sua relação com qualidade de vida e conquistas políticas e sociais.
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