A Saúde Ambiental
Por: Renata Layssa • 21/4/2018 • Trabalho acadêmico • 3.869 Palavras (16 Páginas) • 324 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA
DISCIPLINA: SAÚDE AMBIENTAL[pic 1]
DOCENTE: PROF. DR. LUCIO ANTONIO ALVES DE MACEDO[pic 2]
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
FEIRAS E SAÚDE PÚBLICA 5
MERCADO DO PEIXE DE SÃO LUÍS 8
RESULTADOS E DISCUSSÕES 11
CONCLUSÃO 15
REFERÊNCIAS 14
ANEXOS 18
INTRODUÇÃO
Os mercados públicos e feiras livres são áreas onde se deve encontrar uma disponibilidade de alimentos saudáveis e nutritivos, mas muitas vezes a falta de salubridade ambiental nesses espaços tem comprometido a saúde da população devido ao favorecimento do crescimento e proliferação de micro-organismos. Estes estabelecimentos se encontram em precárias condições infra estruturais que tem influenciado de maneira direta a salubridade ambiental e a promoção da saúde nesses espaços que deveriam ser saudáveis. Nota-se a manipulação de alimentos sem luvas, expondo os mesmos a poeira, sem utilização de água potável, além disso os locais se encontram sujos, os resíduos não são coletados, muitas vezes desperdiçando alimentos que ainda poderiam ser utilizados, atraindo roedores e insetos transmissores de doenças graves.
A comercialização de peixe em feiras livres e mercados públicos quando não armazenado adequadamente favorecem a deterioração por fenômenos enzimáticos, oxidativos e bacterianos levando a alteração do pescado fresco, devido aos elevados valores de Potencial Hidrogeniônico de atividade da água e à riqueza de nutrientes disponíveis para o crescimento microbiano. Esses ambientes devem ser analisados como meios de veiculação de doenças já que a insalubridade ambiental é uma realidade recorrente nesses espaços. Além disso, os alimentos comercializados podem estar em desacordo com as normas higiênico-sanitárias sendo importante um levantamento da literatura a partir de referências publicadas para esclarecimento a respeito e conscientização de manipuladores e da população.
FEIRAS E SAÚDE PÚBLICA
A feira livre é uma herança da tradição moura, trazida pelos ibéricos, enriquecida pelos africanos, que está presente na maioria das cidades brasileiras (MASCARENHAS, 2005). São muitas as referências às feiras na literatura, mostrando como estas assumem, além da função comercial, um papel folclórico, religioso e festivo (RIBEIRO et al., 2003). O comércio ambulante de alimentos garante o acesso à alimentação, para população urbana de baixa renda, configurando-se ainda, como meio de subsistência para um grande número de trabalhadores que seriam incapazes de se estabelecer formalmente (CHO et al., 2011). Em 2003, segundo um levantamento da Secretaria Municipal de Abastecimento, Pesca e Agricultura – SEMAPA, a cidade de São Luís tinha nesse período vinte e nove mercados, três feiras fixas, sete Pontos de Ofertas e cerca de oito mil feirantes nos mercados. Nestes pontos de abastecimento circulam em média diariamente cem mil pessoas (SÃO LUÍS, 2003). Nesses locais são comercializados produtos hortifrutigranjeiros, pescados, carnes, aves, embutidos, cereais e importados, sendo o Mercado Central, localizado na Avenida Guaxenduba, bairro Centro, um dos mais antigos e tradicionais de São Luís. Entretanto, estes estabelecimentos se encontram em precárias condições infraestruturais que tem influenciado de maneira direta a salubridade ambiental e a promoção da saúde nesses espaços que deveriam ser saudáveis.
A contaminação de alimentos é dos principais problemas da saúde pública e as feiras livres são lugares que estão muito suscetíveis a contaminação devido a precariedade dos locais onde se realizam. O Comitê WHO/FAO admite que doenças oriundas de alimentos contaminados sejam, provavelmente, o maior problema de saúde no mundo contemporâneo (AKUTSU et al., 2005). As precárias condições higiênicas sanitárias durante o preparo, transporte e exposição dos alimentos comercializados nas ruas, feiras e mercados bem como a manutenção dos produtos sob temperatura inadequada são fatores que possibilitam a contaminação por microorganismos como: E. coli, Estafilococos coagulase positiva, Salmonella spp, B. cereus, Clostrídio sulfito redutor, dentre outros (CATANOZI; MORELHÃO; IURCI,1999). Silva Jr. (2002), afirma que o alimento pode ter suas características sensoriais normais (sabor, odor, aspecto visual, etc.), e estarem contaminados tanto por microrganismos patogênicos, como por produtos tóxicos. A salubridade ambiental está estritamente ligada às discussões a respeito da promoção da saúde e às condições de saneamento básico do ambiente, ou seja, um ambiente saudável é aquele que possui todos os aspectos voltados ao saneamento funcionando de maneira eficaz. (ALMEIDA, 1999; BATISTA, SILVA, 2006; DIAS, BORJA, MORAES, 2004; PIZA, 2000).
Os determinantes sociais de saúde têm influenciado nos espaços dos mercados destacando que para a caracterização da promoção da saúde é necessário que se observe o papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condições de saúde, entendendo que a saúde é o resultado da relação entre diversos fatores ligados à qualidade de vida, tais como: padrão adequado de alimentação e nutrição, e de habitação e saneamento; boas condições de trabalho; oportunidades de educação ao longo de toda a vida; ambiente físico limpo; apoio social para famílias e indivíduos; estilo de vida responsável; e um espectro adequado de cuidados de saúde (BUSS, 2000). Na maioria das feiras livres, as condições higiênicas de comercialização dos produtos alimentícios são insatisfatórias, constituindo-se um importante vetor no processo de contaminação e proliferação de doenças de origem alimentar (ALMEIDA FILHO et al., 2003). Os alimentos comercializados em feiras livres e estabelecimentos comerciais podem ser facilmente alvos de insetos, haja vista o fato da exposição desses produtos, do mau acondicionamento, higiene inadequada dos manipuladores e principalmente da ineficiência no sistema de fiscalização e vigilância sanitária, acarretando em possíveis casos de toxinfecções alimentares, que determinam sintomas como vômitos, diarreia, cólicas, tão frequentes na população e que em determinados indivíduos o agravamento dos sintomas aliados a não realização do atendimento emergencial levam ao óbito. O grande problema do lixo deixado pelas feiras é que quando não coletado e exposto ao atrair inúmeros animais, pequenos ou grandes. Os primeiros a aparecer são as bactérias e os fungos, fazendo seu fantástico papel na natureza. O cheiro da decomposição se alastra com o vento e atrai outros organismos, como baratas, ratos, insetos e urubus, que além de se nutrirem a partir da matéria orgânica presente no lixo, se proliferam, pois, o local também lhes oferece abrigo. Estes animais são vetores de muitas doenças, podendo citar-se a febre tifoide, a cólera, diversas diarreias, disenteria, tracoma, leptospirose e outras.
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