Caso de Eritema Nodoso Em Uma Paciente Feminina no Posto de Saúde da Família
Por: Karen Santos • 5/9/2018 • Relatório de pesquisa • 653 Palavras (3 Páginas) • 295 Visualizações
Relato sobre o caso de eritema nodoso em
uma paciente feminina no Posto de Saúde da Família na
cidade de Tubarão devido ao uso de anticoncepcional
oral.
Eritema nodoso é um dos vários tipos de paniculite e apresenta-se, muitas vezes, correlacionado a doenças sistêmicas. Deve-se sempre excluir a possibilidade uma doença subjacente como infecções estreptocócicas,doença inflamatória intestinal, tuberculose e entre outras).
Além dessas, pode haver outras associações menos comuns que causam a lesão, como por exemplo, o uso de fármacos (anticoncepcionais orais, penicilina) a doença da arranhões de gato e infecções Bacteriana.
A apresentação clínica da doença é sob a forma de nódulos, inicialmente vermelhos e, a medida, que regridem tornam-se azulados, aparecem principalmente em região tibial. São nódulos subcutâneos, podem serem quentes ao toque, não ulcerados e grandes, lesões extremamente dolorosas; principalmente em mulheres de 15 a 30 anos. As lesões são auto-limitadas, durando de 4 a 8 semanas; no entanto, as lesões azuladas residuais podem persistir por meses.
Eritema nodoso causada por anticoncepcional oral é diagnosticado através da anamnese, em que a paciente relatara o aparecimento das lesões após o inicio do uso das pílulas e na ausência das mesmas há remissão do quadro, sem apresentar uso de medicação ou outra patologia associada que poderia causar as lesões.
Relato de um caso clínico
A Paciente feminina, de 22 anos, casada, natural e residente em Tubarão, Rio Grande do Sul. Procurou atendimento em posto de saúde da família na região urbana de Tubarão devido ao aparecimento e à piora progressiva de algumas lesões nos seus membros inferiores.
A paciente relatou presença de lesões em região tibial bilateral há pelos menos 2 anos, e sua quantidade havia aumentado nos últimos quatros meses. A uranie a anamnese foi questionada sobre a existência de algum fator de alívio ou desencadeante das lesões e obteve-se como resposta que houve a remissão das lesões quando não estava usando anticoncepcional porque encontrava-se grávida. Já, ao reiniciar o uso do anticoncepcionais as lesões ressurgiram, o que ocorreu há 4 meses (motivo da atual consulta).
E a partir disso, foi feito o questionamento sobre o uso de ACO, verificando-se que antes do aparecimento das lesões a paciente não utilizava ACO, fazendo contracepção somente por uso de camisinha. As lesões se localizavam em região tibial bilateralmente do tipo nodulares (endurecidas), dolorosas, eritematosas e apresentavam diâmetro de 2,5 e 3,4 cm em membro inferior esquerdo e 4,5; 4 e 2 cm em membro inferior direito. Devido à confirmação da relação entre as lesões e o uso de ACO, a paciente foi orientada a parar o uso das pílulas e colocar DIU ou fazer uso de outro método contraceptivo, como camisinha, a ser discutido com o ginecologista. Além disso, foi informada que as lesões regrediriam em 6 a 8 semanas após a interrupção do ACO (fator desencadeante do eritema nodoso), visto que e as lesões encontravam-se na fase avermelhada ainda.
Em relação a pílula anticoncepcional; o eritema nodoso pode ocorrer após os primeiros 2 ou 3 ciclos de pílula anticoncepcional.
A patologia; do Eritema Nodoso ainda não está esclarecida. Alguns autores acreditam que ocorra uma resposta imunológica tipo III, com depósito de imunocomplexos ao redor das vênulas e do leito capilar altamente permeável do tecido adiposo. Muitas macromoléculas tendem a difundir pelo interstício do tecido adiposo e derme profunda, e encontram resistência nos vasos linfáticos. Como consequência, se acumulam e acabam por se depositar.
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