Como universitários reagiriam ao saber que há entre eles um portador de HIV/Aids e qual seria sua atitude após a descoberta
Por: camilla.pedro • 25/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.148 Palavras (5 Páginas) • 714 Visualizações
Como universitários reagiriam ao saber que há entre eles um portador de HIV/Aids e qual seria sua atitude após a descoberta
Camilla Barbosa Pedro¹ Reinaldo Sobrinho²
¹ Estudante do Curso de Enfermagem do Centro de Educação de letras e saúde CELS – UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Foz do Iguaçu. E-mail: camillabarbosa.cb@gmail.com
² Professor do curso de Enfermagem do Centro de Educação de Letras e Saúde CELS – UNIOESTE. E-mail:reisobrinho1@gamil.com
Resumo
Este estudo tem como objetivo fazer um levantamento de como os universitário que tem meios de informações mais acessíveis, enfrentariam ao se deparar com um colega universitário portador de HIV/ Aids, se teriam preconceito ou o descriminariam. Para tal, foi utilizada uma abordagem quantitativa e foram realizadas entrevistas individuais com 30 acadêmicos, para verificar qual atitude revelariam ter ao descobrir um portador de HIV/ Aids em sua roda de amigos. Observou-se que na opinião dos universitários, os portadores de HIV/Aids tem vergonha de contar que são portadores dessa doença e que sofrem preconceitos. A maioria dos entrevistados após descobrir sobre o portador de HIV/Aids não tratariam de forma diferente.
Palavras- chaves: Aids; Universitários; Doença sexualmente transmissível
Introdução
“O surgimento da AIDS despertou medo e intensificou preconceitos preexistentes na sociedade e no mundo” (Oliveira, 2005).
Em 1980 foi o ano em que o Boletim epidemiológico reportou o primeiro caso de HIV/ Aids no Brasil, e o primeiro óbito. O caso foi identificado como sendo do sexo masculino e de transmissão sexual (Galvão, 2002 p.9).
Segundo Boletim Epidemiológico HIV/Aids (2013, p.13):
[...] Estimativas realizadas pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites virais aproximadamente 718 mil pessoas vivem com HIV/ Aids no Brasil [...] Considerando os dados acumulados de 1980 a junho de 2013 no Brasil, foram notificados no Sinam, declarados no SIM e registrados no Siscel/Siclon um total de 686.478 casos de Aids, dos quais 445.197 (64,9 %) são do sexo masculinos e 241.223 (35,1%) do sexo feminino.[...]
Para Oliveira (2005):
O surgimento da AIDS despertou medo e intensificou preconceitos preexistentes na sociedade e no mundo. Além da associação com a promiscuidade, a AIDS, desde seu surgimento, esteve sempre associada à morte e à fatalidade. Através dessas associações, o portador do HIV/AIDS tem sua cidadania negada, é excluído socialmente e renegado pelas pessoas, até por sua própria família.
A descriminação e preconceito sem dúvida causa um efeito totalmente negativo na vida do portador de HIV/ Aids e ainda prejudica e atrasa sua recuperação. Mais será que só pessoas sem informação descriminam os portadores dessa doença? Esse estudo foi feito com pessoas que tem acesso há vários meios de informação, e será que elas teriam preconceito em socializar com portadores de HIV/ Aids? O estudo abordara essa questão.
Metodologia
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, com 10 questões abertas e fechadas. Participaram desta pesquisa 30 acadêmicos, sendo 16 do curso de Letras e o restante eram dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Enfermagem, Ciências Contábeis, Ciências Biológicas, Direito, Saúde Coletiva e Engenharia Civil, com idade entre 17 e 25 anos, sendo 23 do sexo feminino e 7 do sexo masculino, todos os entrevistados eram solteiros.
Resultados
Dos 30 universitários entrevistados, a maioria (64%) classifica seu nível de entendimento sobre a doença HIV/Aids bom. A maioria dos entrevistados (97%) acredita que os portadores da doença sofrem preconceito e quando perguntados se quem é portador sente vergonha ao contar, a opinião da maioria (90%) foi sim. Quando questionados se esconderiam ser portador da doença caso fossem portadores de HIV/Aids, as respostas ficaram dividas igualmente (50%). Ao descobrir que entre seus colegas de classe tem um portador de HIV/Aids a reação dos entrevistados seria: de ajudar o colega (6%), de curiosidade (3%), de empatia (7%), indiferente (10%), de manter distância (3%), de não se espantar e nem se importar (7%) e alguns não teriam nenhuma reação (14%). Depois de descobrir sobre o colega portador da doença a maioria (90%) não trataria de forma diferente e a minoria (10%) justificou respondendo que se preocuparia mais com a saúde do colega (33%), seria mais companheiro e compreensivo (33%) e tentaria fazer com que o colega se conservasse diante de algumas situações (34%).
Discussão
Alguns dos entrevistados ficaram um pouco receosos ao saber que a pesquisa seria sobre HIV/Aids, a doença ainda tem esse efeito amedrontador sobre as pessoas. Observou-se que a reação da maioria não seria de ter preconceito ou discriminar, pelo contrário não teriam nenhuma atitude, agiriam normalmente com o colega. Para o portador o conhecimento do diagnóstico gera sentimentos como: medo de rejeição e dos julgamentos que possam surgir por causa da doença, e também tem o receio de rejeição pelos familiares e amigos. O enfrentamento da doença geram ansiedade e sofrimento para o portador. Segundo Maliska ICA, Padilha MI, Vieira M, Bastiani J (2009, p.88), revelar o diagnóstico para a família ou amigos é parte mais dolorosa para o portador, porque teme ser isolado e perder o apoio de pessoas importantes, teme ser discriminado pela própria família. O temor de ter HIV/Aids não é apenas relacionada ao ter o vírus, mais também de expor seu diagnóstico e tornar público sua vida privada.
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