Conceito saude e doença
Por: Maíra Coradi • 22/3/2016 • Resenha • 658 Palavras (3 Páginas) • 1.692 Visualizações
CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA: UMA VISÃO DO PASSADO E PRESENTE
O conceito de saúde tem mudado radicalmente nos últimos anos. Antigamente, saúde significava apenas a ausência de doenças, mas logo se percebeu que não apresentar nenhuma doença fisicamente aparente, não significava ter saúde. Gradativamente, esse conceito foi se expandindo e incorporando as dimensões física, emocional, mental, social e espiritual do ser humano. Assim, o conceito de saúde tornou-se muito mais complexo e relacionado com as várias dimensões que fazem parte do ser humano.
Atualmente, se fala muito em conceitos sobre saúde e doença, mas, cada pessoa tem e se faz o próprio conceito de saúde. Para cada um de nós ter saúde tem diferente significados. Afinal, o que é ter saúde? Será que saúde é a ausência da doença como já foi dito antigamente, ou, é ter condições de trabalhar, estudar, ter lazer, conviver bem em sociedade, ter um completo bem estar. Fazer o que se gosta, viver em harmonia, ter amigos, ser você mesmo e estar de bem com isso, ter uma alimentação saudável, praticar exercícios. Isso tudo é ter saúde! Para Bub (1999, p. 24), “saúde e doença não são fenômenos analisáveis exclusivamente em termos científicos, mas são conceitos valorativos que se referem às experiências, desejos, sentimentos, ambições e habilidades dos seres humanos sob determinadas circunstâncias”. A saúde e a doença são uma parte da cultura dos povos. O homem aprende e incorpora conhecimentos, habilidades e experiências sobre a saúde, a doença, a forma de se auto cuidar através de mensagens emitidas por diferentes fontes: tradições, experiências pessoais ou estranhas, dos profissionais de saúde, dos meios de comunicação, mensagens que incorpora a nível individual e coletivo, na família, grupo social, comunidade, onde vive e se relaciona. Assim, o “saber da saúde” não se encontra exclusivamente ligado ao saber da medicina. Os profissionais de saúde possuem uma parte do saber, mas não o único, já que os fatores que condicionam o bem-estar das pessoas são de diversa índole: económica, educativa, política, ambiental, e todos eles configuram determinada forma de pensar e de atuar. Sendo assim, é fundamental que se identifiquem os saberes partilhados pelo grupo social. Contudo, a atitude de cada um perante à saúde e à doença resulta em grande parte de concepções de origem individual e social que advém das experiências prévias e da noção de bem-estar corporal. Se a saúde constitui um elo para a conformidade social, na imagem da doença, pelo contrário, reflete-se a coexistência de doença exterior ao indivíduo, isto é, produto e imposição, derivada do seu modo de vida e ao mesmo tempo de um conjunto de normas que lhe são impostas: expressão do papel de doente. O que se pode considerar como doença é culturalmente relativo, o termo doença pode não significar nenhuma referência a um estado biológico ou fisiológico, mas tão somente um sinal indicador de um estado de incapacidade ou de desajustamento pessoal que pode ou não ter fundamento biológico. Todos os indivíduos detêm uma explicação lógica, no seu sistema cultural, para a doença e para a saúde. Da mesma forma que a representação dos papéis dos profissionais de saúde, a concepção de doença, a explanação das suas causas e as propostas de tratamento, variam de cultura para cultura.
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