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HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA AO NEONATO

Por:   •  21/11/2018  •  Artigo  •  6.938 Palavras (28 Páginas)  •  289 Visualizações

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HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA AO NEONATO

        

Camila Sousa Silva*; Erben Cardozo Pereira⃰⃰; Eveline Mesquita Trindade; Josiane Sousa*; Katianne Silva Torres; Kelciane Rebouças de Almeida; Raquel de Carvalho de Sousa; Waldilena de Fátima Moreno Lago & Fernanda Italiano⃰ ⃰.

 RESUMO

O estudo objetivou identificar a percepção da assistência humanizada sobre o processo de trabalho em unidade de terapia intensiva neonatal e sua interferência na qualidade da vida. O nascimento de um neonato de alto risco e sua internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é um processo doloroso pelo distanciamento que causa entre a família e o bebê. Na assistência de enfermagem, é preciso buscar intervenção, visando à adaptação dos pais a nova situação e o fortalecimento do vínculo entre pais e bebê. Os profissionais acerca da humanização na unidade devem discutir estratégias de humanização do cuidado aplicadas sob a luz da Teoria do Cuidado Humano Transpessoal e caracterizar os elementos constituintes do processo de trabalho na percepção da equipe multidisciplinar. Os resultados demonstram que as ações de enfermagem com vistas à humanização em UTIN devem pautar-se na construção do cuidado singular, na integralidade e no respeito à vida.

Palavras chaves: Neonato. UTIN. Humanização.        

INTRODUÇÃO

A criança é um ser único, que durante toda a vida intrauterina inúmeras decisões tornam-se decisivas para o seu nascimento e crescimento saudáveis. Um bebê em casa certamente é motivo de alegria, contemplação, emoção e muita ansiedade. Entretanto, tudo o que os futuros pais desejam é uma gestação tranquila, sem nenhum tipo de intercorrência, visto que, os mais diversos sentimentos norteiam a vida dos mesmos nesse momento, porém quando se deparam com uma situação envolvendo um bebê frágil, sem condições de sobreviver sem cuidados especiais, entra o trabalho desenvolvido na UTIN. Trata-se de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, que é caracterizada como um centro destinado ao atendimento hospitalar de neonatos de 0 a 28 dias com classificação de alto risco, que requerem assistência médica e de enfermagem, 24 horas por dia.

O Ministério da Saúde, por meio da Portaria Nº 930/12 resolve:

Define as diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido grave ou potencialmente grave e os critérios de classificação e habilitação de leitos de Unidade Neonatal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Dentro desse contexto, a internação do neonato na UTIN, torna-se algo assustador para os pais, diante da impressão que reflete a ideia de morte, gerando insegurança de que algo de pior aconteça com seu filho. De fato, tudo gera em torno dos casos que são direcionados a UTIN, fazendo com que os pais percam o “contato” com o filho, que de certo modo passa a receber cuidados especificamente dos profissionais de saúde.

Mediante ao cenário tormentoso, que gera situações desconfortáveis, dúvidas e medos pela insegurança dos pais buscou-se averiguar as possíveis melhorias para atenuar as circunstâncias. À frente disso, levantou-se como problemática:

→ A diminuição de humanização em assistência ao neonato.

Em possível resposta a esta problemática, sugere-se como hipóteses: uma melhor assistência por parte dos profissionais, de forma que contribua para a melhoria da qualidade de vida dos neonatos e propicie uma evolução mais rápida. Visto que, o processo de humanização surge para assegurar um atendimento correto, cauteloso e acolhedor.

Visando a melhoria no cuidado e acolhimento dos pais juntamente aos seus filhos, algumas iniciativas aconteceram, entre elas está a do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº. 8.069, de 1990), que regulamenta que os hospitais devem proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.

Implantar a humanização nos serviços de saúde é um procedimento que deve ser incentivado, visto que ele propicia melhoras nas práticas cuidadoras, um cuidado que compromete a ética, o diálogo e a autonomia do paciente e de sua família, a maior participação da família no cuidado ao paciente dentro da UTI, e como a equipe pode ser solidária no desenvolvimento dos cuidados, respeitando a individualidade do paciente e de cada família (CASIMIRO, 2012).

A relevância da humanização na UTIN evidencia-se por representar um local em que todos os trabalhos realizados referentes à assistência prestada aos neonatos em relação ao seu estado de saúde, como também de sua família. Contudo, a humanização em referência ao contexto do cuidado, vem sendo uma prática preconizada na atualidade visando a qualidade no atendimento, bem como nas condições de trabalho destes profissionais.

[...] no âmbito hospitalar, é necessário perceber que a humanização, além de estar voltada ao paciente internado e aos familiares, deve envolver a equipe de saúde, uma vez que será pela inter-relação efetiva e afetiva existente entre eles que o cuidado poderá ser desenvolvido de maneira mais humana, ética e solidária (CASIMIRO, 2012).

Mediante tal contextualização, justifica-se que a abordagem do trabalho desenvolvido por uma equipe assistencial humanizada busca o conhecimento sobre o desempenho da mesma, sendo um meio de identificar mais facilmente as formas acolhedoras no cuidado ao neonato, de modo que venha contribuir com o desenvolver de um trabalho mais eficiente. No contexto social, percebe-se a necessidade da inserção de estratégias, que transformem o ambiente de trabalho em um espaço receptivo, onde se transmita respeito ao recém-nascido e sua família, alicerçado na ética, moral e na responsabilidade.

Impõe-se assim, que a contribuição da enfermagem é de suma relevância, pois é de competência do enfermeiro estabelecer as ações de planejar e executar os cuidados de enfermagem, de forma organizada e precisa, conforme as necessidades e particularidades de cada neonato, uma vez que, os enfermos necessitem de cuidados, solidariedade, empatia, consolo e paciência. Assim, um profissional qualificado e humanizado faz uso destas condutas, com o intuito de mitigar ou extinguir qualquer sofrimento.

Portanto, a humanização envolve não somente a equipe de saúde que presta serviço na UTIN, mas todos em geral, que direto ou indiretamente estão envolvidos na mesma, mediante o cuidado que deve envolver acima de tudo responsabilidade, ética e solidariedade, para que os resultados desejados possam ser alcançados.

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