Itinerario terapeutico

Itinerário terapêutico

Itinerário terapêutico é definido como trajetórias de busca, produção e gerenciamento do cuidado para a saúde, empreendidas por pessoas e famílias seguindo uma logica própria, tecida nas múltiplas redes para o cuidado em saúde, de sustentação e de apoio, que possam lhes dar certa sustentabilidade na experiência de adoecimento. Também como os serviços de saúde produzem e disponibilizam cuidados segundo sua própria lógica, e atendem, em certo modo e medida, as necessidades de saúde destas pessoas e famílias.

Os itinerários terapêuticos têm sido considerados uma tecnologia avaliativa amistosa a integralidade, centrada no usuário, pois sua construção, com ênfase na experiência de adoecimento narrada pelas pessoas e família que vivenciam, tem possibilitado aprender discursos e praticas que expressam diferentes logicas, através das quais os princípios de integralidade e resolutividade na atenção em saúde no SUS podem ser questionados.

É produzido considerando também, uma tecnologia em pesquisa, na perspectiva da construção de um conjunto de recursos teórico-metodológicos, ferramentas e seus modos de usos que possam aprender organizar e analisar as trajetórias empreendidas por pessoas e famílias, bem como a produção de sentidos, na experiência de adoecimento e de cuidado em saúde.

A produção do itinerário terapêutico pressupõe a necessidade de compreender a logica das pessoas que vivenciam o adoecimento e buscam por cuidados em saúde, favorecendo sua interpretação com base nos contextos sócios culturais envolvidos. A composição de um corpus de analise em pesquisa deve privilegiar, desta forma, que a pessoa e família possam narrar suas experiências e, nós por meio de uma abordagem qualitativa em pesquisa, buscar compreender.

No estudo dos itinerários terapêuticos as redes para o cuidado em saúde são compostas por meio dos desenhos do genograma e do ecomapa, expressando a dinamicidade e o movimento de pessoas e famílias dentro de redes próximas e próprias.

Estes desenhos são por nós empregados como ferramentas de ordenação e análise, particularmente ao abordarmos a experiência de adoecimento e do cuidado familiar. Longe de ser uma fotografia “chapada” e estática da família e seus membros, temos empregado a potencialidade destes desenhos para mostrar os movimentos, (re) arranjos e interações que se estabelecem ao longo do existir coletivo da família, tanto entre seus membros, como entre a mesma e a comunidade. Dessa forma, estes desenhos evidenciam o modo como as pessoas tecem redes de sustentação, bem como de apoio para o cuidado, das quais podem participar os serviços, por meio dos vínculos estabelecidos com seus profissionais; e estes podem dar certo apoio para o cuidado realizado, prioritariamente, pela própria família. O genograma e ecomapa permitem, ainda, uma melhor visualização das trocas estabelecidas, da lógica empreendida pelas pessoas e famílias no cuidado em saúde, bem como propicia entender as múltiplas implicações do adoecimento na vida dessas pessoas, evidenciado nos núcleos de cuidado do genograma.

Conclusão

Os itinerários terapêuticos permitem a visualização da trajetória do paciente e família pelo sistema de saúde, além dos seus aspectos sociais e culturais, diante