O ACOLHIMENTO COMO UM CAMINHO PARA HUMANIZAÇÃO
Por: dbt1977 • 14/10/2015 • Monografia • 3.082 Palavras (13 Páginas) • 287 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) foi implantado no ano de 2000, e após sua implantação o Ministério da Saúde verificou a necessidade de desenvolver uma proposta para expandir a humanização para além dos ambientes hospitalares, estabelecendo no ano de 2003 a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão em Saúde no SUS, também chamada de Política Nacional de Humanização (PNH) e/ou Humaniza SUS. (BRASIL, 2010)
A efetivação dessa politica depende de uma atenção básica que seja a porta de entrada do sistema e organizadora da rede dos serviços. A humanização perpassa os processos de trabalho e os atores envolvidos na atenção básica. Para que isso aconteça, é necessário que sejam utilizados vários dispositivos na produção de saúde a exemplo dos grupos de trabalho de humanização, colegiado gestor, ouvidorias, acolhimento com classificação de risco, entre outros. (BRASIL, 2010)
Nesse âmbito, a estratégia do acolhimento é uma ação implantada visando o alcance do objetivo de oferecer serviços de saúde a partir de critérios técnicos, éticos e humanísticos. Acolher, no contexto dos serviços de saúde, é “receber bem, ouvir a demanda, buscar formas de compreendê-la e solidarizar-se com ela. Deve ser realizada por toda equipe de saúde, em toda relação profissional de saúde-pessoa em cuidado” (SILVEIRA et al, 2012).
O acolhimento possibilita regular o acesso por meio da oferta de ações e serviços mais adequados, contribuindo para a satisfação do usuário. Significa em sua essência, acolher, ouvir, suprir de forma eficiente a demanda, dar respostas mais adequadas aos usuários e à sua rede social, além de perceber o usuário como sujeito e participante ativo na produção de saúde (SILVEIRA et al, 2012).
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Caracterizar o acolhimento como um caminho para humanização da atenção à saúde
1.1.2 Objetivos Específicos
Descrever a pratica do acolhimento na estratégia saúde da família;
Caracterizar a importância da humanização na estratégia saúde da família.
2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
O Programa Saúde da Família (PSF), ao se constituir em uma estratégia de mudança e reordenamento do modelo assistencial no Brasil, propõe-se a alavancar o Sistema Único de Saúde (SUS) que, apesar dos avanços jurídico-políticos, não foi capaz de reverter o quadro sócio-sanitário nacional, regional ou local, permanecendo como hegemônico o modelo assistencial individual, curativo, cujo centro é o hospital (SCHIMITH, LIMA, 2004).
Visto que, apesar dos avanços e das conquistas do SUS, desde sua implantação, ainda existem grandes lacunas nos modelos de atenção e gestão dos serviços no que se refere ao acesso e ao modo como o usuário é acolhido nos serviços de saúde pública. O grande desafio a ser enfrentado por todos, trabalhadores da saúde, gestores e usuários, na construção e na efetivação do SUS como política pública, é restabelecer, no cotidiano, o princípio da universalidade do acesso – todos os cidadãos devem poder ter acesso aos serviços de saúde – e a responsabilização das instâncias públicas pela saúde dos cidadãos. Isso deve ser implementado com a consequente constituição de vínculos solidários entre os profissionais e a população, empenhados na construção coletiva de estratégias que promovam mudanças nas práticas dos serviços, tendo como princípios éticos a defesa e a afirmação de uma vida digna de ser vivida (SCHOLZE, 2009).
A Política de Humanização da Atenção e da Gestão (PNH) é uma iniciativa inovadora no SUS. Criada em 2003, a PNH tem por objetivo qualificar práticas de gestão e de atenção em saúde. Uma proposta desafiadora, sem dúvida, uma vez que na perspectiva da humanização, isso corresponde à produção de novas atitudes por parte de trabalhadores, gestores e usuários, de novas éticas no campo do trabalho, incluindo aí o campo da gestão e das práticas de saúde, superando problemas e desafios do cotidiano do trabalho. (BRASIL, 2010)
A Política Nacional de Humanização nasce com o propósito de afirmar que o próprio SUS já possui acúmulos para enfrentar seus desafios e problemas, os quais têm sido enunciados com muita força por trabalhadores e usuários. Na perspectiva dos trabalhadores, a humanização da saúde tem relação direta com a valorização do trabalho e do trabalhador e na perspectiva dos usuários, a questão da humanização da saúde tem se expressado sob as mais diversas maneiras, tomando concretude sob duas questões: a baixa responsabilização e a descontinuidade no cuidado e nos tratamentos. (NORA; JUNGES, 2013)
Segundo Brasil (2010), a Política Nacional de Humanização toma cinco diretrizes centrais para orientar a ação das equipes que têm por tarefa produzir saúde:
Acolhimento, orientação ética, pois o toma como base do contrato entre os sujeitos que cuidam e os que são cuidados, cuja ação é produzir um campo comum chamado de produção do cuidado compartilhado. Acolher é o pilar que inaugura e sustenta os processos de cuidar, não significando apenas interagir a partir do aceitar aquilo que o outro traz, é também produzir novas atitudes, de novas éticas a partir daquilo que foi dito;
Gestão Democrática das organizações de saúde, dos processos de trabalho e de formação, da clínica e da saúde coletiva. Democracia implica necessariamente compartilhamento de poder, portanto das decisões, orientadas por princípios éticos e políticos;
Clínica Ampliada. Ampliação de suas bases conceituais, avançando para além da alopatia, da racionalidade clínica da biomedicina; ampliar incluindo práticas complementares; ampliar para além do biológico, incluindo as dimensões social e subjetiva, ampliar para ação interdisciplinar, com aposta no trabalho em equipe. Construir uma relação clínica que seja uma experiência de troca entre sujeitos, não de alguém que sabe e alguém que não sabe; uma clínica que não seja encontro episódico, mas a construção de vínculo e confiança no tempo, permitindo a contração de responsabilidades na rede de saúde;
Valorização do trabalho dos trabalhadores da saúde, sem a qual não se fará de forma sustentada a reforma sanitária de nosso país. Valorizar o trabalhador é permitir e garantir sua
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