Resenha crítica de artigo

   É necessário um cuidado organizado direcionado ao paciente com lesão de pé diabético, pois há evidência que este reduz as taxas de amputação quando comparado ao cuidado convencional.

   Quase todos os fatores de risco para úlceras e amputações podem ser identificados durante a avaliação e exame físico do paciente. Uma tabela de classificação de risco é recomendada para o norteamento das condutas e cuidados após a avaliação. Considera-se grau zero quando ausência de neuropatia e grau três quando história prévia de úlcera e/ou amputação.

   Uma boa avaliação dos pés de pessoas com DM deve ser realizada através de busca em prontuário e indagações sistemáticas, a fim de detectar possíveis fatores de risco.

   O tempo de doença e a história de controle glicêmico devem ser investigados, pois ambos tem relação direta com o risco de desenvolvimento de complicações.

   Deve-se identificar história prévia e/ou atuais de complicações macrovasculares como IAM e AVC, e microvasculares como retinopatia e nefropatia diabética, pois estas indicam estado de doença avançada.

   Investiga-se também, episódios prévios de ulcerações e/ou amputações, bem como histórico de tabagismo e estilo de vida. Outro fator a ser avaliado é a presença de dor ou desconforto dos membros inferiores, como queimação, formigamento, dormência e picada.

   Associado à anamnese, deve-se realizar o exame físico completo e sistematizado, abrangendo a anatomia do pé, presença de deformidades, aumento de proeminências dos metatarsos e dedos em garra. Examinar também o estado de hidratação dos pés, fatores como coloração, temperatura, além de integridade de unhas e pele.

   Além do exame físico geral, realiza-se a avaliação neurológica, a fim de identificar a perda da sensibilidade protetora dos pés. O método de escolha mais indicado para tal avaliação é realizada com monofilamento de 10 gramas, o qual é pressionado na superfície plantar em determinados pontos, e questiona-se ao paciente quanto à sua percepção. Este teste possibilita o rastreamento de neuropatia diabética.

   A avaliação vascular também é de suma importância no levantamento de suspeita de vasculopatia. Esta deve contemplar a palpação dos pulsos pediosos e tibiais posteriores, correlacionando com os achados gerais. Em caso de suspeita de vasculopatia, deve-se encaminhar o paciente para avaliação complementar.

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