A Hematologia Laboratorial

[pic 1]

FACULDADE CESUMAR DE PONTA GROSSA CENTRO DE CIÊNCIA BIOLÓGICAS E DA SAÚDE BACHARELADO EM FARMÁCIA

CARLA GUARNERI COELHO

POLIANA APARECIDA OLESZCZAK

VERIDIANE DOMBROSKI CARNEIRO

CASO CLÍNICO

PONTA GROSSA 2021

---

Caso clínico

B.M.L, 2 anos, masculino, apresenta choro forte e irritação, deixando seus pais muito nervosos a ponto de procurarem atendimento hospitalar. No caminho do hospital, a criança veio a ter uma convulsão. Ao conseguir atendimento, o médico no exame físico detectou: febre acima de 38º C; dor ao virar o pescoço, manchas roxas na pele, rigidez muscular no pescoço, cansaço e apatia, sensibilidade à luz ou ao som. Solicitou internamento da criança, mas antes solicitou exames laboratoriais e realizou a punção lombar para coleta de liquor.

Exames laboratoriais:

Hemograma:

Hemácias	4,52 milhões
Hemoglobina	12,6 g%
Hematócrito	36,8%
Leucócitos	18.700/mm3                   3.600 a 11.000
Bastonetes	8%                                  1 a 5%
Neutrófilos Linfócitos	69%                                40 a 78% 18%                                20 a 50%
Linfócitos atípicos	0%                                  0%
Eosinófilos	1%                                  1 a 5%
Monócitos	4%                                  2 a 10%
Plaquetas	270.000/mm3

Fonte: Oliveira, 2010.

Rotina de LCR:

Caracteres físicos:

Cor antes da centrifugação: incolor

Cor após a centrifugação: incolor

Aspecto antes da centrifugação: Turvo (“água de arroz”)*

Aspecto após centrifugação: límpido com depósito*

Caracteres bioquímicos

Proteína: 55,0 mg/dL
Glicose: 30,0 mg/dL

Citologia

Leucócitos: 82 mm³
Hemácias: 3 mm³

Contagem diferencial:

Neutrófilos: 88%
Linfócitos: 12%

Bacterioscopia por Gram: diplococcos Gram negativos

VDRL: não reagente

Tinta Nanquim: negativo

Cultura: em andamento

        O paciente é um menino, de 2 anos de idade que apresenta como sinais e sintomas: choro forte e irritação, convulsão, febre acima de 38ºC, dor ao virar o pescoço, manchas roxas na pele, rigidez muscular no pescoço, cansaço e apatia, sensibilidade à luz ou ao som.

        Nos exames laboratoriais constatou-se o aumento de leucócitos e bastonetes, e uma redução de linfócitos. A leucocitose apresentada pelo hemograma indica em muitos dos casos infecção bacteriana, assim como o aumento de células jovens (bastonetes) presente no hemograma. Já o linfócitos baixos pode indicar danos à medula óssea, infecções que debilitam o sistema imunológico como o HIV, tuberculose, hepatite, leucemia, sepse e doenças autoimunes. Em relação ao exame de LCR o aspecto água de arroz indica elevação de proteína ou indicativo de bactérias, o que é confirmado pelo exame bioquímico e bacterioscopico. Observou-se que os achados são sugestivos para meningite bacteriana, pois temos glicose menor que 45mg/dL, proteína elevada e leucócitos elevados (82 mm³ sendo que o valor de referência normal é de 5mm³). O aumento de neutrófilos na contagem diferencial sugere infecções bacterianas, reações inflamatórias ou distúrbios da medula óssea como leucemia mieloide crônica. A bacterioscopia por Gram apresentou presença de diplococcos Gram negativos, o que indica meningite bacteriana por Neisseria meningitidis. O exame de VRDL é usado para diagnosticar neurosífilis, o que foi descartado pois apresentou como resultado não reagente. A tinta de nanquim é utilizada para visualização de leveduras, e o resultado negativo descartou a meningite fungica.