A TOXICO CINÉTICA, TOXICO DINÂMICA E FASE CLÍNICA
Por: Jordanahellen • 27/11/2018 • Trabalho acadêmico • 4.998 Palavras (20 Páginas) • 762 Visualizações
UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
DISCIPLINA: ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
CURSO DE FARMÁCIA
DAMIÃO MAIA CAVALCANTE
IVANILSON BORGES DA CUNHA
JORDANA HELLEN MARTINS DE ARAUJO
MARIA DANUZIA FREIRE DE SOUZA
TOXICOCINÉTICA, TOXICODINÂMICA E FASE CLÍNICA.
MOSSORÓ
2018
DAMIÃO MAIA CAVALCANTE
IVANILSON BORGES DA CUNHA
JORDANA HELLEN MARTINS DE ARAUJO
MARIA DANUZIA FREIRE DE SOUZA
TOXICOCINÉTICA, TOXICODINÂMICA E FASE CLÍNICA
Trabalho solicitado pelo professor Leandro Vinicius de Morais, da disciplina de análises toxicológicas, do curso de farmácia, turno noite da Universidade Potiguar.
MOSSORÓ
2018
1. INTRODUÇÃO
A toxicologia se iniciou desde a antiguidade quando o homem primitivo, em seu contato com plantas e animais, passou a descobrir substancias que estimulavam respostas nocivas ao organismo. Ou seja, esta prática é uma das mais antigas da humanidade. Na época de 1960, com o surgimento do medicamento Talidomida, que era usado como antiemético na gravidez, e acabou causando milhares de má formações em fetos, foram necessários cuidados para garantir a segurança dos medicamentos. No Brasil foi criada a Resolução n 001 de 1988 do CNS (Conselho Nacional de Saúde) com o objetivo de garantir que o medicamento não seja nocivo ao organismo humano, e tendo estabelecidas normas de ensaios pré-Clínicos e Clínicos. Portanto, a toxicologia é uma ciência que estuda os efeitos nocivos que substancias químicas podem trazer ao organismo, de acordo com a sua forma de exposição (OGA, CAMARGO, & BATISTUZZO, 2008). Dentro desta ciência existe uma fase denominada intoxicação que é a manifestação dos efeitos tóxicos, ou seja, o processo patológico que ocorre no organismo ao interagir com agentes tóxicos. Ela pode ser dividida em quatro fases: Fase de exposição, fase toxicocinética, fase toxicodinâmica e fase clínica. A fase de exposição é quando o agente tóxico entra em contato com o indivíduo. A toxicidade irá ocorrer somente se a concentração e tempo de exposição forem suficientes. Além disso, para obter os efeitos tóxicos, o agente deve atingir o órgão alvo e a pessoa tem que ser suscetível à intoxicação. Exposições que ocorrem uma única vez ou repetidas vezes em até 1 ou 2 dias são chamadas de exposição aguda e as exposições que continuam durante um maior período de tempo representam a exposição crônica. Posteriormente, se inicia a fase toxicocinética, quando a substância química já está disposta no organismo. Ela compreende as etapas de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. A fase toxicodinâmica compreende a ligação do agente tóxico com seus receptores que podem ser específicos ou não, e assim, é desencadeado um desequilíbrio homeostático. Por fim, a fase clínica, que a partir de provas diagnósticas, evidencia sinais, sintomas e alterações patológicas provocadas pelo toxicante no organismo.
2. TOXICOCINÉTICA
“A toxicocinética é o estudo da relação entre a quantidade de um agente tóxico que atua sobre o organismo e a concentração dele no plasma, relacionando os processos de absorção, distribuição e eliminação do agente, em função do tempo. ” (OGA, CAMARGO, & BATISTUZZO, 2008). Ela também avalia matematicamente o caminho que o toxicante percorre e os mecanismos que ele utiliza para atravessar membranas.
2.1. TRANSPORTE ATRAVÉS DE MEMBRANAS
Os agentes tóxicos possuem mecanismos para atravessar as membranas das células, eles podem atravessar, inclusive, o epitélio estratificado da pele e também, células de tecidos e órgãos alvos. O toxicante pode atravessar a membrana por dois mecanismos, sendo eles; Transporte passivo, quando a célula não gasta energia, e transporte ativo, quando a célula utiliza energia para atravessar o agente para dentro dela.
Transporte passivo: “Transporte passivo é o mecanismo dependente do gradiente de concentração e das características físico químicas dos agentes químicos” (OGA, CAMARGO, & BATISTUZZO, 2008). Filtração e difusão simples são dois métodos que compreendem esse mecanismo. A filtração é quando a água flui por dentro dos poros da membrana e leva com ela, solutos muito pequenos que conseguem passar pelos poros. Na difusão simples, as
moléculas que possuem afinidade pela água passam através dos poros aquosos das membranas, enquanto as moléculas que não tem essa afinidade passam pela porção lipídica das membranas. A maior parte dos toxicantes são moléculas grandes e possuem lipossolubilidades específicas. Sendo assim, por serem grandes, não teriam muita facilidade de serem transportadas pelos poros aquosos que só permitem moléculas muito pequenas, portanto sua taxa de transporte através de membranas está relacionada com sua lipossolubilidade. A forma ionizada de ácidos e bases fracas tem baixa lipossolubilidade, e consequentemente não tem facilidade de atravessar a parte lipídica das membranas. Em contrapartida a forma não ionizada é mais lipossolúvel e atravessa com mais facilidade. O grau de ionização de uma substancia química depende do seu pK e do pH da solução. A relação entre esses dois é descrita pelas equações de Henderson-Hasselbach que serve para identificar se uma substância é mais ionizável (menos absorvida) ou não ionizável (mais absorvida) (KLAASSEN & WATKINS, 2010).
Transporte ativo: Este processo é o inverso do passivo. Dessa forma, há consumo de energia para que as substâncias se movimentem contra o gradiente de concentração utilizando proteínas carregadoras de moléculas para transportá-las. A pinocitose e a difusão facilitada são dois processos que utilizam proteínas transportadoras, mas são diferentes em relação ao gasto de energia e gradiente de concentração. Assim um pode ser considerado transporte ativo e outro passivo. A pinocitose é um processo que requer energia, pois trabalha contra o gradiente de concentração. Nele ocorre a ingestão de partículas líquidas por células especiais que se assemelha ao processo de fagocitose. Já na difusão facilitada se utiliza proteínas transportadoras para carregar as substancias, porém trabalham a favor do gradiente de concentração, não havendo gasto de energia.
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