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PROPOSTA DE ABORDAGEM FARMACOTERAPÊUTICA DURANTE O TRATAMENTO COM CORTICOIDE E ANTIMALÁRICOS EM PACIENTES PORTADORES DE LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Por:   •  13/10/2020  •  Bibliografia  •  3.999 Palavras (16 Páginas)  •  470 Visualizações

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PROPOSTA DE ABORDAGEM FARMACOTERAPÊUTICA DURANTE O TRATAMENTO COM CORTICOIDE E ANTIMALÁRICOS EM PACIENTES PORTADORES DE LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO.

PEREIRA, Gabriela Maximo de Freitas1 

GUSMÃO, Isabella Assis1

CERQUEIRA, Rafael da Cruz1

ALMEIDA, Ádila Silva Vaz1

PAULINO, Jessica Mesquita1

PINTO, Lucas Guedes1

RIBEIRO, Cristina Tecla1

1. Apresentação  

O seguimento desenvolvido sugere uma abordagem de atenção farmacêutica destinado a farmacêuticos que atuam em alguma unidade de assistência medica ambulatorial (AMA).

Como objetivo o seguimento tem o intuito de otimizar o tratamento farmacológico de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, facilitando a identificação de possíveis reações adversas dos medicamentos (RAMs), problemas relacionados com medicamento (PRM) e possíveis interações medicamentosas.

Desta forma, com esse projeto, se espera um tratamento completo, visando todas as perspectivas, de modo que o profissional possa vir a tirar quaisquer duvida de questionamentos apresentados pelo paciente, tornando-o ciente da importância de seguir a terapia correta. Além de atentar-se e apresentar precauções para o paciente com o intuito de diminuir a incidência de outras comorbidades.

2. Introdução

Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória e autoimune que envolve múltiplos órgãos, caracterizada por uma grande quantidade de autoanticorpos, particularmente anticorpos antinucleares (ANAs), nos quais a lesão é causada principalmente pela deposição de imunocomplexos (IC) e ligação dos anticorpos a várias células e tecidos. A formação desses IC ocorre pela interação de antígenos com anticorpos específicos. A doença pode ser aguda ou insidiosa em seu surgimento e é tipicamente uma doença crônica, com remissões e recaídas, frequentemente febril. Lesões na pele, articulações, rins e membranas serosas são proeminentes (BORBAI, LATORREII, et al., 2008).

É uma doença mais frequentemente em mulheres jovens na fase reprodutiva, na proporção de nove a dez mulheres para um homem, e com prevalência variando de 14 a 50/100.000 habitantes. A doença pode ocorrer em todas as raças e em todas as partes do mundo (BORBAI, LATORREII, et al., 2008). A incidência em diferentes locais do mundo é de aproximadamente 1 a 22 casos para cada 100.000 pessoas por ano, e a prevalência pode variar de 7 a 160 casos para cada 100.000 pessoas. No Brasil, estima-se uma incidência de LES em torno de 8,7 casos para cada 100.000 pessoas por ano, de acordo com um estudo epidemiológico realizado na região Nordeste (PAULO DORNELLES PICON, 2013)

A mortalidade no LES segue um padrão bimodal: nos estágios iniciais, a morte é causada principalmente pela infecção, seguida pela atividade renal ou do sistema nervoso central (SNC) grave; nos estágios mais avançados da doença, há um aumento na mortalidade por doenças cardiovasculares associadas à aterosclerose, parcialmente relacionadas com a corticoterapia e com a inflamação crônica (CALDAS, 2017).

O tratamento medicamentoso deve ser individualizado, sendo avaliado por acometimentos, dependendo da extensão que a doença se encontra. Os medicamentos utilizados no tratamento da LES são; antimaláricos, glicocorticoide e os imunossupressores. Entretanto os antimaláricos e os glicocorticoides são as classes medicamentosas mais utilizadas no tratamento. Os antimaláricos, difosfato de cloroquina e a hidroxicloroquina são prescritos independentemente do órgão ou sistema afetado, com finalidade de reduzir atividade da doença e tentar poupar o uso dos glicocorticoides. Os glicocorticoides são prescritos no grau mais grave da doença, pela sua ação anti-inflamatória e imunossupressora os glicocorticoides (EI, ED, et al., 2004).

Este protocolo tem o intuito de auxiliar profissionais farmacêuticos no acompanhamento e avaliação farmacoterapêutico aos portadores de lúpus eritematoso (LES). Que acabam sendo alvos de fortes efeitos adversos devido ao tratamento medicamentoso, principalmente dos antimaláricos e dos glicocorticoides. Com o intuito de tomar decisões a fim de amenizar os efeitos adversos e promover uma atenção maior ao paciente, esclarecendo duvidas recorrentes promovendo assim uma melhora na qualidade de vida do acometido.

3. Objetivo

Se destina para pacientes não hospitalizados com lúpus eritematoso sistêmico em uso de glicocorticoides e antimaláricos.

Tendo como benefícios esperados, controle das possíveis RAMs, PRMs e Interações medicamentosas.

4. POPULAÇÃO-ALVO

A proposta de abordagem farmacoterapêutico destina-se a farmacêuticos clínicos, e tem como designo alcançar jovens acima de 17 anos de ambos gêneros, portadores de lúpus eritematoso sistêmico que realizam o tratamento com glicocorticoides e antimaláricos que se enquadre dentro da Classificação Internacional de Doenças – CID, listadas abaixo;

•CID 10 - M32       Lúpus eritematoso disseminado (sistêmico)

•CID 10 - M32.0       Lúpus eritematoso disseminado (sistêmico) induzido por drogas

•CID 10 - M32.1       Lúpus eritematoso disseminado (sistêmico) com comprometimento de outros órgãos e sistemas

•CID 10 - M32.8       Outras formas de lúpus eritematoso disseminado (sistêmico)

•CID 10 - M32.9       Lúpus eritematoso disseminado (sistêmico) não especificado

5. Prevenção

Tratamento do paciente com LES traz reações adversas graves. Entre elas podemos citar as mais graves que são causadas devido ao uso de glicocorticoides, no qual podem acarretar hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e insuficiência cardíaca. Os antimaláricos também causam reações adversas graves sendo elas alterações emocionais, visão borrada e convulsões.

Na tentativa de prevenir os efeitos adversos, principalmente a retinotoxicidade dos antimaláricos, recomendam-se doses de até três a 4mg/kg/dia de difosfato de cloroquina e de até 6,5mg/kg/d de hidroxicloroquina, com controle oftalmológico anual (PONCHETI, VILELAII, et al., 2005).

Na tentativa de prevenir os efeitos adversos dos glicocorticoides, alguns princípios gerais devem ser utilizados, como: (1) indicação rígida para os casos em que o uso do glicocorticóide seja essencial; (2) evitar o uso de glicocorticóides de ação prolongada, preferindo glicocorticóide de ação curta ou intermediária, como a hidrocortisona e a prednisona ou prednisolona; (3) reduzir ao mínimo necessário a duração do tratamento, visto que tratamentos com duração entre 5 e 7 dias apresentam poucos efeitos colaterais e rápida recuperação do eixo hipotalâmico-hipofisário (LONGUI, 2007).

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