Uso da talidomida no tratamento do lúpus eritematoso
Por: Clinton Silveira • 27/11/2015 • Artigo • 869 Palavras (4 Páginas) • 511 Visualizações
USO DA TALIDOMIDA NO TRATAMENTO DAS LESÕES TECIDUAIS CAUSADA PELO LÚPUS ERITEMATOSO DISCÓIDE
Aline Sena Santos Ferreira Clinton Silveira Araujo Danilo de Andrade Souza Juan Michael Raquel de Oliveira Santos |
Orientadora:
Fabia
ARACAJU/2015
ARTIGO DE REVISÃO
USO DA TALIDOMIDA NO TRATAMENTO DAS LESÕES TECIDUAIS CAUSADA PELO LÚPUS ERITEMATOSO DISCÓIDE
Lúpus eritematoso crônico discoide (LECD): etiopatogénese, tratamento Talidomida: mecanismo de ação.
ARACAJU/2015
RESUMO
A Lesão tecidual discoide é a manifestação cutânea mais comum do lúpus eritematoso, e formas cutâneas crônicas apresentam características imunológicas próprias. Este artigo de revisão tem como objetivo investigar os benefícios do uso da talidomida no tratamento das lesões teciduais causadas pelo lúpus eritematoso discoide, sabendo que essa doença é mais comum em mulheres adultas, sendo a placa discoide típica a lesão mais comum.
Introdução
Lúpus eritematoso crônico discoide (LECD) é a manifestação cutânea mais comum do lúpus eritematoso, acomete cerca de 0,3% dos pacientes dermatológicos e apresenta particularidades epidemiológicas e imunológicas em comparação com formas sistêmicas. Entretanto, até o momento, sua etiologia não é completamente elucidada. (Werth VP)
Caracteriza-se classicamente por pápulas e placas eritematosas, infiltradas, que evoluem com atrofia central, descamação e formação de espículas córneas. (Werth VP)
Acomete principalmente áreas foto expostas da face, região cervical e membros superiores, mas também couro cabeludo, pavilhão auricular, mucosas e extremidades. (Prystowsky SD, Herndon JH Jr, Gilliam JN)
A apoptose é um processo de destruição celular ordenado e de remoção dos restos celulares. Várias doenças autoimunes têm sido associadas a alterações no processo de apoptose, o lúpus provoca a nefrite lúpica que é uma das manifestações mais graves e pode levar à insuficiência renal aguda ou crónica. (Rahman A, Isenberg DA)
A talidomida embora sintetizada pela primeira vez em 1953 nos laboratórios da Ciba, apenas no ano seguinte a empresa alemã Chemie Grunenthal sintetizou a substância tendo como objetivo inicial a sua utilização como anti-histamínico . Estudos realizados em animais falharam em confirmar esse efeito, mas demonstraram as propriedades sedativas e hipnóticas da substância. Assim, o principal efeito demonstrado nos estudos realizados pela Grunenthal foi a capacidade desse fármaco em provocar um sono profundo e duradouro sem provocar efeitos indesejáveis no dia seguinte (Stirling et al., 1997).
Assim, após três anos de comercialização e intensa pressão da imprensa, esse medicamento foi retirado do mercado, em 1961, deixando para trás o trágico saldo de 8.000 crianças com malformação congênita em 46 países, inclusive no Brasil. Dessa maneira, a catástrofe da talidomida foi um enorme alerta para todos os governos. A partir de então, os países concluíram que os medicamentos deveriam ser adequadamente estudados antes de serem introduzidos no mercado,. (Borges, L.G; Fröehlich P.E., 2003).
Mecanismo de ação da Talidomida no Lúpus
É derivado do ácido glutâmico, relacionado quimicamente a glutetimida e clortalidona, que apresenta ação sedativa/hipnótica, anti-inflamatória, moduladora da resposta imune e teratogênica. Foi bem estabelecido que a Talidomida não tem função antibacteriana e antimicótica. Assim, a sua utilidade clínica parece dever-se às suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladora.
O fármaco diminui a capacidade fagocitária dos monócitos e a quimiluminescência, indicando redução da inflamação e da lesão tecidual pela supressão da produção de radicais livres derivados do oxigênio e outros mediadores da resposta inflamatória.
O mecanismo responsável pela atividade clínica do medicamento não foi completamente elucidado, apesar de ter sido, primeiramente, reconhecido como agente sedativo.
Tratamento do lúpus eritematoso:
A Talidomida apresenta ação anti-inflamatória e tem atividade moduladora da resposta imunológica.
O uso da Talidomida para o tratamento das lesões cutâneas associadas ao lúpus eritematoso resistente a outros esquemas terapêuticos não foi estudado. Embora o medicamento tenha sido efetivo em um número pequeno de pacientes, estudos clínicos comparativos precisam ser realizados para determinar seu papel nesta indicação.
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