Racismo 'Científico' no Brasil ao Final do Século XIX
Por: Mario Renno • 20/5/2017 • Trabalho acadêmico • 751 Palavras (4 Páginas) • 686 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CURSO DE ENFERMAGEM
Aluno: MARIO RENNO ROCHA FERRO
Professor: ISTVAN VAN DEURSEN VARGA
Racismo 'científico' no Brasil ao final do século XIX
O termo “racismo científico” passou a ser utilizado e a ganhar corpo nos últimos anos do século XVIII devido às classificações raciais presentes a época. Consolidou-se como saber científico no final do século XIX, pensamento esse em simultâneo com os estudos evolucionistas de Charles Darwin.
O estudo das raças e suas classificações alargou seus limites, passando dos animais em geral para todo o gênero humano.
Além do mais, nesse período, haviam jornadas científicas dedicadas a expandir o conhecimento sobre os povos da África, Ásia e América. Os indivíduos tratados como primitivos, eram minuciosamente analisados, nomeados e classificados, sendo separados e catalogados em seu devido grupo étnico.
Essa ciência que tratava da classificação das raças surgiu com o fim do tráfico de escravos e a expansão das metrópoles imperiais no continente africano e asiático. Esse pensamento não resistiu aos conceitos do iluminismo que tratavam os povos como iguais. Esse dilema passou a ser discutido em toda comunidade científica.
Os estudiosos dos assuntos da classificação das raças garantiam que os seres humanos não eram iguais, pois segregavam-se de acordo com uma hierarquia racial.
Alguns estudiosos, inclusive no Brasil, questionaram essa noção de hierarquia racial, mas esse pensamento no teve força para derrubar o que estava se implantando. O novo pensamento ganhou força e passou a ser difundido extensamente.
No Brasil, segundo Sílvio Romero “a crença na superioridade dos brancos era inarredável, mas não era genérica. Ele buscava penetrar os meandros do racismo científico e dedicava longos trechos de seu trabalho a explicar a seus adversários a distinção entre branquicéfalos e dolicocéfalos e as razões da superioridade da "raça ariana". O mesmo defendia que o futuro da sociedade brasileira dependia do enfrentamento do problema de identidade biológica e que seria necessário branquear a população. Que as raças superiores deveriam se espalhar por todo o país disseminando seus genes por todas regiões.
Assim como Silvio Romero, Oliveira Viana defendia “a necessidade do caldeamento da raça negra, que julgava indispensável à integração do negro na sociedade universal”. Oliveira retoma a idéia de mestiçagem branquadora.
Outra figura marcante no contexto do racismo científico é Nina Rodrigues, médico e antropólogo brasileiro nascido em Vargem Grande-MA, “foi um dos primeiros a estudar a contribuição do negro na formação da sociedade brasileira, demonstrou que a inferioridade do negro já tinha caráter de lei cientifica.” Em seus estudo, atribuía uma responsabilidade com relação aos crimes cometidos por negros e mestiços uma pena maior e aos brancos a competência para controlar os atos dessas raças inferiores. Nina Rodrigues condenava as mistura de raças e que uma posição de comando forte somente se daria por uma elite branca.
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