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A Artrite Reumatoide - Ficha Técnica

Por:   •  30/11/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.431 Palavras (10 Páginas)  •  121 Visualizações

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ARTRITE REUMATOIDE

Definição e Características gerais

A artrite reumatoide (AR) é uma doença crônica, inflamatória e multissistêmica. É caracterizada por sinovite inflamatória, além de alterações inflamatórias da cartilagem e do osso, além de sítios extra articulares. A artrite reumatoide é uma doença autoimune, de etiologia desconhecida e está relacionada a pré-disposição genética, componentes epigenéticos e fatores ambientais. Possui potencial deformante variável. É também uma poliartrite simétrica e aditiva, ocorrendo geralmente em articulações periféricas e coluna cervical. Além de apresentar inflamação sinovial e hiperplasia, produção de autoanticorpos, incluindo Fator Reumatoide (FR) e Anticorpo Antiproteina Citrulinada (ACPA), deformidades da cartilagem e do osso e características sistêmicas, incluindo distúrbios cardiovasculares, pulmonares, psicológicos, cutâneos e esqueléticos.

Principais sintomas

A AR é uma doença autoimune crônica que afeta as articulações. É caracterizada por uma inflamação simétrica progressiva das articulações afetadas, resultando em destruição da cartilagem, erosão óssea e incapacidade. Embora inicialmente apenas algumas articulações sejam afetadas, em estágios posteriores, muitas articulações são afetadas e os sintomas extra articulares são comuns.

Embora apresente diversos sintomas, tanto a ocorrência desses sintomas assim sua

intensidade tende a variar de acordo com a progressão da doença. Apesar de poder

haver outros sintomas a depender do grau de comprometimento e forma de manifesta-

ção da doença, entre os sintomas mais comuns estão:

Aumento de temperatura nas

articulações

Rigidez matinal (pode perdurar por

horas)

Nódulos reumatoides (Caroços firmes de tecido sob a pele)

Fadiga

Febre

Perda de peso

Prevalência e grupos de risco

A AR é uma das formas mais comuns de artrite, com taxas de prevalência entre 0,3-4,2%, dependendo da população. Em países da América Latina tem alta prevalência com 1,25% de casos. No Brasil, estudos demonstraram que o percentual por pessoas acometidas varia de 0,46 a 2%.

É mais comum em mulheres, com o risco cumulativo ao longo da vida de desenvolver AR com início na idade adulta estimado em aproximadamente 3,6% para mulheres e 1,7% para homens. Além disso, a AR afeta predominantemente caucasianos

Fatores de risco

A AR tem um forte componente genético. Estudos realizados com gêmeos estimaram a herdabilidade da AR em 60%(aproximadamente). Esse número pode ser observado em pacientes ACPA – positivos, no entanto, as estimativas de doenças soronegativas são menores. Ainda assim, a concordância da doença em gêmeos idênticos é de apenas 12-15%,

revelando que fatores ambientais também desempenham um papel importante na suscetibilidade.

Entre os fatores de risco ambientais para o desenvolvimento de AR, estão o fumo, a exposição à sílica, exposição a nanopartículas derivadas de carbono, assim como doença periodontal. Estudos mostraram uma associação entre asma e AR. Além disso, rinite alérgica e infecções virais também aumentam o risco de AR o que pode ser de particular relevância, dada a pandemia de coronavírus. A pneumonia por Mycoplasma também foi recentemente associada à AR incidente, especialmente em idosos e nos dois anos seguintes à infecção.

Além disso, a obesidade contribui para o aumento do risco de AR. Um estudo demonstrou que mesmo o excesso de peso (IMC>25) aumentava o risco de AR, principalmente em adultos com menos de 50 anos de idade. Uma metanálise mais recente mostrou não apenas o IMC, mas também o aumento da circunferência do peso, aumento do risco de AR

Anticorpos da Artrite Reumatoide

O primeiro anticorpo para Ar observado foi o FR (Fator Reumatoide), um autoanticorpo que tem como alvo uma região de moléculas de imunoglobulina. Outro marcador chave é a ACPA (Anticorpo Antiproteina Citrulinada), pois a presença ou ausência desta pode ser diagnosticada mesmo antes dos sintomas reumáticos, como a dor e o inchaço por exemplo. Essas ACPA são encontradas em quase 67% dos pacientes de AR, indicando uma forma mais agressiva da doença que responde a células imunes e tratamentos, de forma diferente da forma ACPA-negativa da AR. A presença ou ausência desse anticorpo pode estar ligada a fatores genéticos e ambientais. esses antígenos podem ativar as células T que, por sua vez, ajudam as células B a produzir mais ACPA, levando à perda óssea, inflamação e indução de dor nas articulações.

Quadro Clínico e Diagnóstico

A AR tem como manifestação debilitante a dor crônica. A dor ocorre principalmente nas pequenas articulações das mãos, punhos e pés. Também pode ocorrer nos cotovelos, ombros, pescoço, joelhos, tornozelos e quadris. Por ser geralmente associada a inflamação periférica, tal dor é considerada um marcador de inflamação.

A AR é marcada por períodos de remissão e exacerbação. Os pacientes apresentam rigidez matinal. Se não tratadas podem aparecer pequenas necroses focais, aderências de granulação e tecido fibroso na superfície articular, que levam à anquilose articular progressiva, destruição, deformidades e incapacidade

A fadiga é um problema importante e comum para pessoas com AR. Pessoas com AR descreveram fadiga como cansaço extremo e persistente, fraqueza ou exaustão mental, física ou ambos. As taxas de fadiga grave e clinicamente relevante variam de 42% a mais de 80%.

O diagnóstico da AR é feito através de exames laboratoriais, clínicos e radiográficos. Porém, por vezes o diagnóstico é incerto, devido às alterações gradativas da doença ao longo tempo com períodos de

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