As Fraturas da Tíbia
Por: Aléxia Assis • 20/11/2020 • Trabalho acadêmico • 1.493 Palavras (6 Páginas) • 325 Visualizações
Fraturas da Tíbia
A tíbia é um osso longo que constituiu parte da perna junto à fíbula, sendo o osso mais importante da região deste membro. A fratura de tíbia ainda é um fator de preocupação, devido ao seu tratamento, que pode ser cirúrgico e demanda muita energia para recuperação do indivíduo. Contudo, a fratura mais comum é da diáfise do osso da tíbia e quanto ao tipo de fratura é classificado de acordo com a AO/OTA (Müller AO Classification of fractures) e por Ellis que incluiu a avaliação de lesões em partes moles também.
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Essa classificação busca identificar ao certo a região afetada, energia e o mecanismo de trauma. Sendo assim, as fraturas simples são classificadas em A, as fragmentadas em cunha como B e por último as multifragmentadas complexas são classificadas em C. Este tipo de classificação auxilia na identificação das partes moles e caso o cirurgião esteja desatento quando a classificação das outras regiões, esta pode guiá-lo.
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Apesar de não ser recente, a classificação de Ellis apud Burwell(5) é interessante de se conhecer, pois, além da morfologia da fratura, também avalia e gradua o desvio dos fragmentos, as condições de partes moles e a energia da fratura.
MECANISMOS DE LESÃO
A diáfise da tíbia fratura-se por trauma direto sobre a perna ou indireto, por força de torção a ela transmitida, estando o pé fixo no solo. As lesões por trauma direto são frequentes nos acidentes de trânsito, nos atropelamentos e nas agressões por arma de fogo. Devido à grande energia cinética do trauma, são comuns os desvios iniciais graves e as lesões de partes moles, que, não raro, determinam a exposição do foco. O traço da fratura costuma ser transverso (tem uma linha de fratura horizontal, pode ser instável, especialmente se a fíbula também está quebrada) ou cominutivo (este tipo de fratura é muito instável, o osso estilhaça-se em três ou mais pedaços). As fraturas por trauma indireto são mais comuns nas quedas e nos traumatismos durante a prática de esportes, tendendo a apresentar traços oblíquos (tem um padrão angular e normalmente é instável, se uma fratura oblíqua é inicialmente estável ou minimamente deslocadas, ao longo do tempo pode sair do lugar se não imobilizar adequadamente, isto é especialmente verdade se a fíbula não está quebrada) ou espiroides (este tipo de fratura é causada por uma força de torção, o resultado é uma linha de fatura em forma de espiral sobre o osso, como uma escada giratória. Fratura em espiral pode ser deslocada ou estável, dependendo da quantidade de força que resultou na fratura.). Como, nesses casos, a energia do trauma é menor, os desvios são menos acentuados e as lesões de partes moles são mais brandas, sendo rara a exposição do foco.
SINDROME DO COMPARTIMENTO:
A fratura da diáfise da tíbia é a causa mais frequente de síndrome do compartimento e, sem um diagnóstico correto e precoce que leve a um tratamento também precoce, leva a sequelas irreparáveis. Assim, dores desproporcionais à lesão e que se agrava com a tensão passiva da musculatura acometida é um dos sinais mais precoces e sensíveis desta enfermidade. Portando, ao realizar o diagnostico é importante tomar cuidado aos pacientes com traumas cranianos e raquimedulares, já que podem apresentar a ausência desta dor por conta do déficit neural. Feito o diagnóstico, está indicada a fasciotomia dos quatro compartimentos, preferencialmente por duas incisões longas, uma lateral e outra medial.
Fasciotomia é um procedimento cirúrgico no qual a fáscia é cortada para aliviar a pressão (e tratar a perda de circulação em uma área de tecido ou músculo). É um procedimento de salvamento para membros quando utilizada para tratar a síndrome compartimental.
A avaliação da consolidação sempre é difícil, mas o método de RUST pode ajudar nessa avaliação. Avalia-se a radiografia em duas projeções, dando-se pontos para a presença da linha de fratura e a presença de calo ósseo visível. E o fchamento0 da lesão deve ser precoce par evitar infecções, já que tardio o índice de infecções era bem relevante comparados ou fechamento precoce.
Sintomas da fratura da tíbia
-Dor intensa que impede a deambulação
-Incapacidade de andar ou colocar peso sobre a perna
-Deformidade ou instabilidade da perna
-Osso “marcando” a pele ou salientes através de uma ruptura na pele
-Perda ocasional da sensibilidade no pé
Diagnóstico
Depois de discutir os sintomas e história médica, o médico fará um exame cuidadoso. Irá avaliar o estado geral e irá procurar por:
-Deformidade óbvia, como angulação ou encurtamento (as pernas não têm o mesmo comprimento)
-Ferimentos na pele
-Contusões (nódoas negras)
-Edema (inchaço)
-Proeminências ósseas sob a pele
-Instabilidade (alguns pacientes podem manter certo grau de estabilidade se a fíbula permanece intacta ou a fratura é incompleta)
Exames de imagem que podem ajudar o médico a confirmar a sua fratura da tíbia incluem:
Radiografias (Raios-X): Raios-X podem mostrar se o osso está quebrado e se há deslocamento (afastamento entre os ossos quebrados). Podem também mostrar quantos pedaços de osso existem. Os raios-X são também úteis para identificar o envolvimento do joelho ou articulação do tornozelo, e a presença de uma fratura da fíbula.
Tomografia computadorizada (TC): Depois de revisar seus raios-x, o médico pode recomendar uma tomografia computadorizada de sua perna. Isto é feito frequentemente se há uma dúvida se a fratura estende-se tanto para o joelho ou para o tornozelo. A TC mostra uma imagem em corte transversal do seu membro. Ela pode fornecer ao seu médico informações valiosas sobre a gravidade da fratura, mas apresenta desvantagem de exposição a uma alta carga de radiação.
Tratamento
Tratamento inicial: A maioria das lesões causa algum inchaço nas primeiras semanas. O médico pode, inicialmente, aplicar uma tala para proporcionar conforto e apoio. Ao contrário de um gesso, uma tala pode se expandir e permite que o inchaço aconteça de forma segura. Depois que o inchaço diminuir, o médico irá considerar um leque de opções de tratamento.
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