Fisioterapia em idosos
Por: mahtrogo • 4/11/2015 • Projeto de pesquisa • 2.142 Palavras (9 Páginas) • 1.246 Visualizações
CAPITULO I
1 – O PROBLEMA
1.1 – Introdução
Atualmente observa-se uma constante elevação no número de indivíduos idosos no mundo devido à melhora das condições de saneamento, infraestrutura, além da redução da fecundidade e da evolução tecnológica (OMS, 2013). De acordo com a OMS (2013), em 2050 a participação geral de indivíduos terá um acréscimo de aproximadamente 11% em relação à do ano 2000, em conjunto com o número absoluto de idosos que aumentará de 605 milhões para dois bilhões neste mesmo período. Esta condição torna o envelhecimento um problema significativo de saúde pública, uma vez que o mesmo traz consigo uma série de alterações fisiológicas e anatômicas, o que predispõe o aparecimento das doenças crônicas e limitações funcionais (Judge et al., 1996, Parahyba et al., 2005). Quanto à capacidade funcional do idoso, esta pode ser compreendida em dois domínios: a) pelas atividades básicas de vida diária (ABVDs), voltadas ao cuidado pessoal; b) pelas atividades instrumentais (AIVDs), também conhecidas como habilidades de mobilidade (Aguero-Torres et al., 2009).
Após análise epidemiológica e levantamento destes aspectos, o Sistema Único de Saúde (SUS), através do Pacto pela Saúde, portaria número 399 instituída no ano de 2006, estabeleceu prioridades que por sua vez representavam e representam até o momento desafios para a Saúde Pública e, entre os aspectos abordados, estava a criação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, cujo papel consiste na prevenção de agravos das repercussões naturais do envelhecimento e integralidade da assistência a essa população (Fadel et al., 2009).
A principal porta de entrada para o usuário do SUS é a atenção primária, nível no qual 80% das necessidades de saúde da população geral devem ser solucionadas, sendo o Programa de Saúde da Família e suas vertentes as estratégias prioritárias para promover tais resoluções (Ministério da Saúde, 2011; Santos, 2013). A atenção primária se baseia nos princípios doutrinários do SUS, com ênfase na integralidade e equidade da assistência e, desta maneira, se propõe a ofertar ações e serviços de saúde a todos os grupos populacionais com justiça (Souza et al., 2008). Entretanto, com a implantação deste modelo assistencial, uma série de profissionais da saúde foi submetida à releitura dos fundamentos de sua prática para se adaptar as novas condições impostas, sendo um deles, o fisioterapeuta, desafiado a partir daquele momento a se desvincular de sua formação puramente reabilitadora e aplicar seus recursos para promover, proteger e recuperar a saúde e, especificamente para a pessoa idosa preservar, otimizar e/ou recuperar sua autonomia funcional através das ABVDs e AIVDs (Bispo Júnior, 2010; Marra et al., 2007).
Na avaliação gerontológica, o fisioterapeuta e demais profissionais de saúde utilizam com frequência questionários para verificar a autonomia funcional de seus pacientes, destacando o Índice de Katz destinado às ABVDs e o Índice de Lawton-Brody destinado às AIVDs (Marra et al., 2007).
Levando em consideração a importância da autonomia funcional na qualidade de vida dos idosos e na prevenção de agravos de seus processos degenerativos naturais, se faz necessária avaliação detalhada das ABVDs e AIVDs na atenção básica para direcionar adequadamente as condutas a serem realizadas pelos profissionais que atuam neste nível de atenção. Sendo assim, parece oportuno um estudo que investigue a autonomia funcional de idosos considerados de baixa condição sócio-econômica.
1.2 Definição de Termos
IDOSO – “Indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos.” (Estatuto do Idoso, 2003).
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - “É o conjunto de ações e serviços de saúde, prestado por órgãos ou instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta ou indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.” (Ministério da Saúde, 1990).
1.3 – Objetivo do Estudo
Os objetivos do presente projeto de pesquisa serão apresentados sob a forma geral e específica.
1.3.1 – Objetivo Geral
Investigar a autonomia funcional de idosos atendidos em uma Unidade de Atenção Primária a Saúde (UAPS) da cidade de Juiz de Fora.
1.3.2 – Objetivos Específicos
1 – Investigar a autonomia funcional de idosos atendidos em uma UAPS da cidade de Juiz de Fora;
2 – Investigar a autonomia de idosos em função da idade, gênero, e doenças pré-existentes.
1.4 – Identificação das Variáveis
O presente projeto de pesquisa possui como variável independente “idosos” e como variável dependente “autonomia funcional”.
1.5 – Justificativa do Estudo
Com o passar do tempo, os idosos perdem sua autonomia funcional o que o impossibilita de realizar suas ABVDs. A autonomia funcional é a habilidade e independência do idoso para realizar determinadas atividades. A dimensão motora está associada à autonomia funcional, sendo uma característica de um envelhecimento bem sucedido e da qualidade de vida. A perda desta autonomia leva a predição de fragilidade, risco aumentado de quedas, institucionalização, dependência, morte e problemas de mobilidade. Manifestações de doenças, classe social, disfunções, incontinência urinária, instabilidades e perdas cognitivas são as principais características da institucionalização, o que facilita a perda da autonomia funcional dos idosos. O papel da fisioterapia nesse contexto é de prevenir que as alterações músculo-esqueléticas, cardiovasculares, neurológicas e respiratórias provenientes do envelhecimento levem à incapacidade funcional, através da cinesioterapia, fisioterapia respiratória e reabilitação cardíaca, alongamentos para ajudar sua amplitude de movimento dos membros inferiores e superiores.
Um paciente acamado por tempo prolongado está exposto a uma série de riscos, correspondentes às consequências da
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