Diagnóstico de fasciolose - resumo de artigos
Por: anaclarafranca_ • 11/4/2015 • Trabalho acadêmico • 1.984 Palavras (8 Páginas) • 313 Visualizações
SUMÁRIO
1 RESUMOS DOS ARTIGOS
Artigo 1: “Development of Two Antibody Detection Enzyme-Linked Immunosorbent Assays for Serodiagnosis of Human Chronic Fascioliasis”
Artigo 2: “Diagnosis of human fascioliasis by stool and blood”
Artigo 3: “Immunodetection of Fasciola gigantica Circulating Antigen in Sera of Infected Individuals for Laboratory Diagnosis of Human Fascioliasis”
Artigo 4: “The Diagnosis of Human Fascioliasis by Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA) Using Recombinant Cathepsin L Protease”
Artigo 5: “The Value of micro-ELISA Test in the Diagnosis of Fasciola hepatica Infection”
2 CONCLUSÃO
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4 ANEXOS
1 RESUMOS DOS ARTIGOS
Artigo 1: “Development of Two Antibody Detection Enzyme-Linked Immunosorbent Assays for Serodiagnosis of Human Chronic Fascioliasis”
O sorodiagnóstico tornou-se uma excelente alternativa para a identificação de fasciolose hepática em seres humanos. O artigo relata experimentos com duas proteínas, FhFtn-1 (proteína da família das ferritinas que tem ação ferroxidase) e FhTP16.5 (proteína do tegumento sem função conhecida), que se comportam como antígenos do parasita, em testes de detecção de anticorpos através de ELISA.
O presente artigo analisou o potencial dos dois antígenos supracitados para detecção de anticorpos humanos com fasciolose crônica, comparando seus resultados com o teste de DRG (Instrument GmbH, German), comumente usado, que se baseia no uso de antígenos brutos de excreção e secreção. Através de técnicas de clonagem, utilizando um peptídeo recombinante, bactérias da espécie Escherichia coli foram estimuladas a reproduzir esses dois antígenos. O teste do ELISA foi feito, obtendo valores de sensibilidade de 96,6% para FhFtn-1 e de 91,4% para FhTP16.5. Embora não apresentem diferenças estatisticamente significativas em relação ao teste de DRG, esses resultados mostram que tanto em coelhos, apresentado em estudos anteriores, quanto no homem, também há a produção de grande quantidade de anticorpos contra esses antígenos.
Dessa forma, o uso dessas proteínas recombinantes poderiam ser implementados em conjunto de ensaios padrão para exames de larga escala em áreas onde a doença é endêmica. Eles representam uma ferramenta útil na detecção de anticorpos, porém não permitem ao pesquisador diferenciar uma infecção atual ou indicar uma história de exposição. Além disso, o diagnóstico da fasciolose humana por esse método não aprimora a detecção na fase aguda, apenas oferece uma alternativa eficaz para diagnóstico em fase crônica de infecção.
Artigo 2: “Diagnosis of human fascioliasis by stool and blood”
Para o diagnóstico da fasciolose humana, as amostras de fezes apresentam muitas vantagens. Métodos Coprológicos são baratos, fáceis de realizar e não requerem instrumentação especializada, tornando-os adequados para uso no campo e no laboratório. Técnicas que vão desde um simples esfregaço direto para diferentes métodos de concentração tem sido utilizadas durante o período de infecção das vias biliares. A concentração do ovo pode ser conseguida por técnicas de flutuação e de sedimentação. Ovos de Fasciola não são facilmente distinguíveis dos de outras espécies tremátodes que normalmente infectam os seres humanos e que também produzem ovos embrionados de tamanho similar. Assim, o cuidado deve ser tomado com as técnicas que podem modificar a forma e tamanho dos ovos e diferenciação específica é necessária (por exemplo, técnicas de flutuação, incluindo técnicas de centrifugação, Kato-Katz). Quantificação de ovos nas fezes é importante em fasciolose humana, pois é um indicador da carga parasitária. A técnica de Kato-Katz parece ser a mais adequada. É empregado como a técnica padrão para avaliar a carga de infecções por helmintos, a nível individual e da comunidade humana, permitindo uma avaliação quantitativa da gravidade (intensidade) da infecção por contagens EPG. Um teste de detecção de antígenos é capaz de determinar a presença de uma infecção ativa e fornece dados complementares no que diz respeito à detecção de anticorpos no soro. Foram relatados técnicas de detecção de antígeno no soro, plasma, saliva ou fezes.
Em relação ao diagnóstico de fasciolose humana que envolvem amostras sanguíneas, este pode incluir testes sorológicos sanguíneos, intradérmicos e imunológicos. A detecção de anticorpos circulantes é o método mais utilizado para o imunodiagnóstico da fasciolose, pois permite a rápida detecção dos anticorpos anti-Fasciola, no entanto, possui uma baixa especificidade, por apresentar reações cruzadas com outros tipos de helmintos. Vários testes, como de precipitação e de hemólise são utilizados nesta categoria. O ELISA não é um exame bastante utilizado, pois exige mão-de-obra especializada e laboratórios bem equipados, realidade não condizente com os países onde a Fasciolose é endêmica, sendo que dentre as diversas variantes deste exame (micro-ELISA, dot-ELISA, LFIA, detecção de anticorpos em circulação e dipstick), este último pareceu ser mais viável como método diagnóstico, pois não requer instrumentos caros e pode ser feito enquanto o paciente aguarda o resultado, pois o tempo de preparação e o resultado do exame são mais rápidos que o próprio ELISA indireto, em termos de comparação. Em relação a detecção de antígenos circulantes (CA) ou imunocomplexos (CIC), apresenta resultado diagnósticos precoces, mas é desvantajoso pois os CA e CIC podem desaparecer rapidamente da circulação sanguínea. Os testes intradérmicos raramente são utilizados, atualmente.
Artigo 3: “Immunodetection of Fasciola gigantica Circulating Antigen in Sera of Infected Individuals for Laboratory Diagnosis of Human Fascioliasis”
O diagnóstico laboratorial de fasciolose usual não é integralmente confiável, de forma que outros métodos diagnósticos fazem-se necessários. O diagnóstico parasitológico convencional, baseado no exame de fezes e, recentemente, na detecção de anticorpos específicos anti-Fasciola mostram-se pouco seguros, por exemplo, para quando parasita encontra-se em fase pré-patente ou quando da correlação com a intensidade e tempo da infecção, naquele e neste método respectivamente. Nesse sentido, a detecção de antígenos do parasita nas fezes ou soro de humanos infectados apresenta-se como alternativa diagnóstica. Neste estudo, foi possível isolar e identificar um antígeno de 27kDa em amostras de soro de pacientes infectados com Fasciola gigantica, confirmado por Western-Blot como molécula do parasita, cujo epítopo foi identificado no tegumento e nas vísceras do verme adulto por reação de imunoperoxidade. Ademais, por meio de imunização subcutânea de coelhos, anticorpos IgG específicos a esse antígeno foram isolados, os quais identificaram o antígeno em preparações de produto excretor-secretor do parasita e no próprio verme adulto. A partir disso, desenvolveu-se novo ELISA baseado na detecção desse antígeno: FgCA-27 ELISA, o qual, a partir de amostras de sangue e de fezes de 120 indivíduos infectados com fasciolose e de 80 não-infectados, apresentou alta sensibilidade (93.3%), alta especificidade (95%) e alta correlação entre os níveis de antígeno circulante no soro e na contagem de ovos do exame de fezes. Dessa maneira, esse método permite, com alta performance (P<0,0001), discriminar indivíduos infectados ou não por F. gigantica, inclusive sem reação-cruzada com outros parasitas. Esses resultados equipararam-se ou foram ainda melhores do que outros estudos já realizados, inclusive com alta taxa de reprodutibilidade. Assim, a detecção do antígeno de F. gigantica de 27KDa e o método FgCA-27 ELISA mostraram-se eficazes para detecção dessa forma de fasciolose humana.
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