Os Estudos Das Ações Reflexas Somáticas Na Espécie Humana

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS – FACIME

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS

COORDENAÇÃO DE MEDICINA

DISCIPLINA: FISIOLOGIA HUMANA

PROFESSORES: FRANCISCO DAS CHAGAS; SUZANA GALVÃO

 

 

 

 

ESTUDOS DAS AÇÕES REFLEXAS SOMÁTICAS NA ESPÉCIE HUMANA

 

 

Maio/2023

INTRODUÇÃO

        Os reflexos somáticos são mecanismos fisiológicos que se destinam à proteção ou adaptação do organismo. Estes têm origem em áreas subcorticais e sua resposta ocorre antes mesmo de um comando cortical consciente, apesar de controlar uma musculatura somática e, portanto, de movimentação voluntária. A medula espinhal é uma grande via de passagem de informações do encéfalo para a periferia (informações motoras) e da periferia para o encéfalo (informações sensoriais), sendo também responsável por algumas das mais importantes atividades neurológicas - as atividades reflexas (Guyton e Hall, 2017).

        A substância cinzenta da medula espinhal e do bulbo controla os atos reflexos em seres humanos, os quais são respostas automáticas e involuntárias a estímulos sensoriais. Quando um estímulo é detectado por órgãos receptores, ele é transmitido à medula por meio de neurônios sensitivos ou aferentes localizados na raiz dorsal. Na medula, neurônios associativos processam essa informação e enviam uma ordem de ação através de neurônios motores na raiz anterior. Esses neurônios motores ou eferentes alcançam o órgão efetor responsável por realizar uma resposta ao estímulo original. Esse percurso percorrido pelo impulso nervoso, que permite a execução de um ato reflexo, é conhecido como arco reflexo (Machado, 2014).

Nesta prática, serão examinados os reflexos somáticos em Homo sapiens, bem como os resultados observados em algumas patologias, destacando assim a importância da análise desses reflexos durante exames físicos na área médica. O objetivo é experimentar certas respostas motoras de natureza reflexa e discutir os mecanismos que desencadeiam essas atividades, bem como o nível topográfico em que ocorrem as associações sensoriais e motoras.

   

MATERIAIS E MÉTODOS

A prática foi realizada no Laboratório de Fisiologia do Centro de Ciências Médicas, com o objetivo de estudar os reflexos somáticos em indivíduos da espécie Homo sapiens. Para o estudo, alunos voluntariaram-se para participar dos testes. Os materiais utilizados incluíram um martelo de borracha, um algodão e uma lapiseira. A princípio,  foi realizado  o reflexo de Babinski em que um objeto pontiagudo não cortante, a lapiseira , foi esfregada ao longo da planta do pé da voluntária, que se encontrava sentada com os calcanhares apoiados na bancada. O sentido do movimento foi do lado lateral do calcanhar em direção ao hálux, na região medial. Considera-se esse reflexo positivo quando o paciente estende o hálux e abre os demais dedos entre si. É considerado negativo a flexão de todos os dedos.

Em um segundo momento, também foram realizados testes nos reflexos corneal e escleral, utilizando um pedaço de algodão dobrado de forma a ter uma ponta saliente. Esse instrumento foi usado para tocar a córnea e a esclera do olho da voluntária. O objetivo era observar o reflexo de piscar dos olhos, que é uma resposta protetora para as estruturas delicadas do olho. Além disso, o reflexo patelar foi realizado utilizando um martelo de borracha (Dejerine). O ligamento patelar, localizado logo abaixo da patela, foi percutido no voluntário, que estavo sentada com as pernas livres de qualquer apoio e com diferentes ângulos entre a perna e a coxa (ângulos reto, agudo e obtuso). . Esperava-se como resposta um movimento de um leve estiramento da perna.

Além disso, o reflexo de Aquiles foi testado com a voluntária posicionada de joelho em um banco no laboratório, permitindo que seu pé esquerdo ficasse livre e relaxado. Utilizando o martelo de Dejerine, o tendão do calcâneo, também conhecido como tendão de Aquiles, foi percutido, aguardando-se a resposta do movimento do pé em direção à superfície plantar. O mesmo procedimento foi repetido no outro pé, esperando-se obter as mesmas respostas.

Em seguida  foi feito o experimento com o intuito de se observar o reflexo tricipital, no qual se procedeu da seguinte forma, o examinador apoiou o braço da voluntária na mão a fim de que o antebraço sofresse movimento livremente, e após isso se 3 percutiu com o martelo de borracha sobre o seu tendão de inserção do tríceps braquial, a 2 cm do cotovelo. Esperando, mais uma vez como resposta, o estiramento do M. Tríceps braquial e a consequente movimentação do antebraço. Após a realização dos experimentos os resultados foram anotados, os voluntários(as) seguiram com suas atividades normais e os materiais foram colocados no seu local de origem.

RESULTADOS

A paLevando-se em conta às atividades práticas desenvolvidas no laboratório de fisiologia da FACIME-UESPI pelos alunos do segundo período do curso de medicina no ano de 2022, registrou-se os seguintes resultados acerca do tema REFLEXO SOMÁTICOS EM HOMO SAPIENS:

TABELA 1: REGISTRO DOS REFLEXOS SOMÁTICOS SUPERFICIAIS EM Homo sapiens. TERESINA, 2022.

REFLEXO SOMÁTICO	BABINSKI                          CORNEAL                          ESCLERAL
RESPOSTA	Houve dorsiflexão Houve fechamento das pálpebras Houve fechamento das pálpebras.

       

          TABELA 2: REGISTRO DOS REFLEXOS SOMÁTICOS PROFUNDOS EM Homo sapiens. TERESINA, 2022.

REFLEXO SOMÁTICO	PATEL                                    AQUILEU                      TRICIPITAL
RESPOSTA	Houve extensão da perna Houve a flexão plantar Ocorreu uma extensão leve

DISCUSSÃO

Ao ser realizado o primeiro teste, percebeu-se uma leve flexão dos dedos do pé da aluna examinada L.L. Nesse contexto, é possível inferir que ocorreu uma resposta comum ao estímulo, um reflexo de flexão ou de retirada. De acordo com Guyton (2017), as vias responsáveis pelo reflexo flexor primeiro passam pelo conjunto de interneurônios da medula espinhal e, só depois, para os neurônios motores, ou seja, não há passagem, diretamente, para neurônios motores nos cornos anteriores da medula.